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Post: Alanis Guillen, a nova estrela global

Alanis Guillen, a nova estrela global

Alanis em ensaio exclusivo para a Regional

De “Malhação” a “Pantanal”, conheça Alanis Guillen, a nova intérprete de “Juma”, icônico personagem da novela de Benedito Ruy Barbosa

 

Faz pouco tempo que Alanis Guillen foi alçada à condição de estrela global. Primeiro ela estreou como protagonista em “Malhação”, e hoje em “Pantanal”, no horário nobre, terá todos os olhares voltados para ela, especialmente por interpretar Juma Marruá, um dos personagens mais emblemáticos da dramaturgia, que fez muito sucesso em 1990. Madura, a atriz impressiona pela capacidade de desenvolver um pensamento crítico com tão pouca idade – ela fará 24 anos em 04 de abril -, sabe o que quer, coloca em prática suas ideias sobre liberdade e feminismo, tem consciência sobre o atual momento político e sabe da importância da cultura na vida de todos. Nesta entrevista exclusiva à Revista Regional, Alanis é mais que uma aposta, é uma mulher em construção que ajuda a mudar e transformar o mundo para que seja mais justo e igualitário.

 

REVISTA REGIONAL: Você saiu de ‘Malhação’, onde já era protagonista, e foi direto para o horário nobre da TV Globo, em ‘Pantanal’. De que maneira você lida com as expectativas em relação a esse trabalho?

ALANIS GUILLEN: Tento me manter fiel ao personagem, ao trabalho. Sei que o alcance será maior, já está sendo, e é gratificante poder alcançar tantas pessoas com mais uma história e ver a empolgação do público em conhecer essa personagem – novamente, mas agora por um outro olhar.

 

Eu gostaria que falasse um pouco sobre a sua preparação, porque até onde eu li, você chegou a fazer aulas de equitação e também de kung fu. De que maneira você aplicou esses treinamentos para a personagem e quais foram os desafios para interpretar uma mulher que vira onça?

O kung fu busquei como forma de adquirir um registro corporal de maior tônus, força, agilidade e prontidão. Na equitação aprendi a montar, andar, galopar no cavalo, coisa que nunca tinha feito. Essas foram algumas das práticas que usei para compor o corpo da Juma. Os desafios são esses, colocar meu corpo nesse novo jogo, que exige outra energia e que tem outros impulsos e provocações.

 

Essa foi a primeira vez que você teve a oportunidade de visitar o Pantanal? Gostaria que falasse um pouco sobre essa experiência, especialmente neste momento, em que o bioma sofre com as queimadas constantes, muitas delas causadas pelo homem.

Fui com uma ideia sobre o Pantanal e voltei surpreendida. É um lugar ambíguo. De uma beleza selvagem e exuberante, mas também de uma realidade muito dura. Vimos muitas queimadas acontecendo nesse intervalo de tempo em que ficamos lá, vimos os resultados da última grande queimada que aconteceu em 2020 onde morreram milhares de animais, vi muitos bichos migrando em busca de água, levei um choque de realidade ao ver aquelas terras feitas de pasto para gado e tudo o que isso envolve. Mas ao mesmo tempo ver a natureza como esse organismo vivo com seus ciclos e suas formas de autopreservação foi lindo demais. É aquela frase “a natureza não precisa de nós, mas nós precisamos da natureza”. Eu me espanto em ver nossa sociedade empolgada com os avanços tecnológicos mas fugindo da sua comunhão com a natureza. Para onde queremos ir?

 

Você fez cenas com alguns animais. Vi nas redes sociais uma imagem sua com uma cobra. Como foi essa interação e quais foram os principais cuidados? Em algum momento você ficou com medo?

Essa foto (no Instagram da atriz) foi tirada num intervalo entre cenas onde eu pedi aos responsáveis pela cobra para tocá-la. Antes de o fazer, fiquei um tempo perto dela, sentindo, observando, me conectando e pedindo permissão. Quando a colocaram em mim, pedi para se afastarem para eu sentir ela inteira em mim. Foi mágico.

 

Nós temos nomes importantíssimos na história da dramaturgia brasileira. Apesar da pouca idade, você tem admiração por alguma atriz ou ator que considere uma fonte de inspiração para o seu trabalho e até mesmo na sua construção como atriz?

Eu me inspiro em muitos artistas, me inspiro vendo a vida acontecer, nas pessoas com quem cruzo, colegas de trabalho, amigos, professores.

 

crédito: João Miguel Junior/TV Globo
A “nova Juma”, personagem principal da novela Pantanal, da Globo

Observando suas redes sociais, você posta pouco, comparando com outras atrizes. É uma forma que encontrou para manter a sua vida longe dos holofotes ou evitar os haters que circulam nesse ambiente?

Na verdade, não penso muito sobre ela (rede social), apesar de usar muito. Talvez eu ainda esteja encontrando minha forma de me comunicar ali mais ativamente.

 

Pensando um pouco no seu futuro, como você se enxerga daqui a uns dez anos na sua profissão? Com quais projetos gostaria de estar envolvida? Cinema, teatro, televisão? De que maneira você deslumbra o seu futuro?

Agora eu estou vivendo um trabalho que me permite me explorar e me investigar de uma forma maravilhosa nesse ofício, e explorar e investigar o ofício em si. Eu me vejo sempre me explorando cada vez mais na atuação e nas artes em geral. Quero explorar mais o cinema, o teatro, séries, artes plásticas. Deslumbro isso, um futuro que me envolva ativamente nas artes.

 

Alanis, você é uma atriz de 23 anos, jovem, com muitas histórias para viver. Mas falando um pouco sobre a sua geração e como ela enxerga o feminismo nos dias atuais, de que maneira o movimento feminista influencia a sua vida, na sua maneira de pensar e agir?

Vejo o feminismo cada vez mais ativo não só nos diálogos entre nós mulheres, mas tenho visto muito na ação. Não estamos mais tolerando comportamentos e situações dessa cultura machista. Apesar de viver ainda muito rodeada por diversas situações das mais bem articuladas às mais veladas, tem sido um exercício diário me libertar também dessa cultura.

 

Além da relação íntima com a tecnologia e com o meio digital, de que maneira você está engajada politicamente? Como analisa o atual momento no Brasil, em especial no que diz respeito à cultura?

Tento estar sempre atenta ao meu redor, busco diálogos e, principalmente, a escuta. Observo e exercito minhas ações, ideias e ideais. Atualmente temos um governo que enxerga a cultura como uma ameaça e, portanto, a sufoca. Um povo sem cultura não existe! Estamos tentando resistir e reexistir em meio a essa tentativa de sufocamento. Esse ano vamos conseguir mudar o rumo dessas águas e voltar a ter esperanças através do nosso voto. Eu acredito.

 

ENTREVISTA: Ester Jacopetti

FOTÓGRAFO: Maria Julia

STYLING: Juliano e Zuel

 

 

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