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Post: O lado mãe de Ísis Valverde

O lado mãe de Ísis Valverde

Ísis em ensaio durante programa especial na TV Globo

Em entrevista emocionante, a atriz conta em detalhes suas prioridades e os sentimentos que nasceram com a chegada do filho Rael

 

Em meio à pandemia, é difícil pensar em outros assuntos, mas nós, da Revista Regional, preparamos uma matéria especial para falar sobre maternidade com a atriz Ísis Valverde, que, neste momento de quarentena, está aproveitando cada minuto, cada segundo, ao lado de seu primogênito Rael. Sempre muito espontânea e com um sorriso no rosto, a mineirinha de Aiuruoca tem um brilho a mais no olhar, aliás, ser mãe ainda jovem sempre esteve nos planos da atriz, que construiu uma família linda ao lado do empresário e modelo André Resende. “Eu falei pra minha mãe que ele era o pai do meu filho. Muito louco isso, né? Eu encontrei o pai do meu filho”, disse entusiasmada. Quis então o destino que Ísis e André fossem os pais de Rael, um menininho lindo, de sorriso fácil como a mãe e que vive com liberdade, brincando no gramado de casa, com os cachorros, na piscina, com a alegria que toda criança deve ter. “O meu filho é criado de uma forma muito parecida com a minha, livre e espontâneo”, disseÍsis, que segue os passos de sua mãe na maternidade. Dona de seus próprios desejos, ela leva a maternidade com muita leveza e sabe da importância de manter a cabeça focada no trabalho: “Eu tenho que acreditar em mim porque do contrário vou virar refém da maternidade, eu não quero isso, preciso trabalhar”, pontua ela, que está em “Amor de Mãe”, novela temporariamente fora do ar devido à pandemia.

 

 

 

REVISTA REGIONAL: A maternidade sempre esteve nos seus planos?

ÍSIS VALVERDE: Eu sempre quis ser mãe jovem, lógico que se eu encontrasse o cara certo, que neste caso hoje é o meu marido. Eu falei para minha mãe que o André (Resende) era o pai do meu filho. Muito louco isso, né? Eu encontrei o pai do meu filho! Claro que o relacionamento foi evoluindo, chegou um momento que eu falei “é isso”, nós dois estávamos muito afim. O André tem 40 anos, não somos mais crianças, não temos mais 25 anos, mas também não são 50, em que a mulher está muito mais velha para ter filhos. Eu queria tê-lo com uma idade que eu poderia curtir, ter energia, correr atrás e que eu me recuperasse rápido. Eu só tenho a agradecer.

 

 

Aliás, o Rael completou um aninho de vida não faz muito tempo. Diante dessa convivência, como você se descreve como mãe? 

Ser mãe ultrapassa todos os limites, não é do coração porque a gente tem mania de colocar o coração como significado do amor, mas eu acho que tem um significado da alma, atravessa o corpo físico e vai para o espírito, é incrível. Existe uma Ísis antes e depois da maternidade, porque ela me trouxe prioridades, foi algo muito importante, foi um crescimento, uma evolução, muda o sentimento. Às vezes, você não quer ir trabalhar porque quer ficar com o seu filho, oRael chora e fica mexido porque vou embora, eu tento explicar “a mamãe vai trabalhar, mas volta”, e quando eu volto ele está dormindo. Essa hora eu fico acabada, mas tenho que acreditar em mim porque do contrário vou virar refém da maternidade, eu não quero isso, preciso trabalhar,amamentei até os seis meses de vida, dediquei-me exclusivamente ao meu filho e parei de trabalhar mesmo, mas chega um momento que não dá mais… Eu tento conciliar, mesmo que doa um pouquinho no início. Eu não tenho família no Rio de Janeiro, só tenho o meu marido que é o meu companheiro. O amor que eu sinto pelo meu filho é muito intenso, quase idiota, eu fico olhando pra ele assim… Com uma cara de pamonha… (risos).

 

 

Mãe de primeira viagem sempre sofre com os primeiros meses da criança, logo após o nascimento do Rael o que você precisou encarar e como lida com ele nos dias de hoje, já que está maiorzinho?

Não é uma história muito engraçada, é trágica e cômica. Eu tenho uma prima mais velha que teve filho e eu sempre a sacaneava porque a primeira vez que ela foi trocar o filho dela, e a minha tia estava filmando, ela começou a chorar e quase desmaiou… Depois disso eu fui dar o primeiro banho no meu filho, eu fiz igualzinho a minha prima. É uma criança muito pequena, toda mole, tem o umbigo, eu não sabia o que fazer, eu chorei muito, fiquei muito nervosa, paguei com a língua, mas isso sempre acontece nas melhores famílias. Mas hoje eu sou muito prática, não tenho frescura, até porque o Rael tem que viver a minha realidade, ou ele se adapta ou não dá, ele vai dormir no meio do restaurante. Juro! Estou criando assim. A minha mãe foi muito esperta porque tem muita criança chata, não a criança chata, mas a mãe… Estou mentindo? Vira um inferno! Você para de viver porque a criança não pode isso, não pode aquilo, você se priva, e aí? Em casa, ele brinca, entra na piscina, engole água, dá risada, eu fui criada assim, vou criar o meu filho com os pés no chão. Eu deixo engatinhar no chão, botar a mão no cachorro, na grama, eu amo! É muito bom para ele, sensorialmente falando. Ele é livre, não é um bebê chato. Eu sou uma mãe moderna, gosto de ser assim, o meu filho é criado de uma forma muito parecida com a minha, livre e espontâneo. A única rotina que eu criei para ele é a hora de comer e beber, porque isso ajuda e resolve a vida… Eu não sou rígida. Se estamos num restaurante, faço um amassadinho de banana para ele e vamos que vamos. Já fui a uma clínica de estética e pedi uma maca para trocá-lo. É isso. Eu não quero virar refém da maternidade. Eu tento adaptá-lo ao meu estilo de vida. Sabe quem é a culpada disso tudo? Minha mãe, ela é uma onça! Mas cada dia é uma novidade, eu amei ver a carinha dele comendo banana, ele com certeza foi o maior presente que eu ganhei na minha vida. Eu nunca achei que eu fosse levantar 6h da manhã sorrindo todos os dias e aconteceu.

 

 

Aproveitando que você comentou sobre a sua mãe, essa afirmação quer dizer que a relação entre vocês só melhorou…

Eu não estaria aqui se não fosse a minha mãe, ela sempre me apoiou em tudo na minha vida, sempre esteve presente nos momentos mais difíceis, largou a própria vida para ficar comigo, deixava o ano novo dela para ficar comigo porque eu estava chateada. Ela sempre incentivou os meus sonhos. Quando todo mundo falava que ela era louca, porque sou de uma cidade pequena, falavam: “Cara, ela nunca vai conseguir ser atriz, ganhar a vida assim, imagina”, “Pare de querer forçar sua filha a ser atriz’, e a minha mãe dizia: “Vai sim, se ela acreditar, vai sim”. Olha que povo louco. Ela respondia: “Não estou forçando”. Minha mãe passou por poucas e boas, ela chorava escondido de mim. Ela nunca deixou o meu sonho morrer! Não sei se foi só comigo que aconteceu, mas quando me tornei mãe, olhei para a minha mãe de uma forma totalmente diferente. Era como se o amor tivesse triplicado, muito mais intenso do que eu imaginava, e ela sempre falava isso, quando eu tivesse um filho saberia toda a preocupação que ela tem comigo, todo amor que ela tem por mim. Hoje eu sei!

 

 

Nos dias de hoje em que a mulher tem um posicionamento diferente diante da sociedade, além da lei Maria da Penha e outras conquistas, como você enxerga essas mudanças?

Elas são importantes para os homens e para as mulheres porque elas também podem praticar o machismo, pode agredir um homem achando que tem esse direito por ser mulher. É muito difícil falar que só os homens têm que… O mundo é dos homens, foi o que a minha mãe disse quando eu nasci. Eu me perguntava o motivo disso, fui me descobrindo, me tornando cada vez mais feminista, buscando igualdade, batalhando cada vez mais, sofrendo com o machismo e vendo as minhas amigas sofrendo, fui ficando muito revoltada, na hora que eu retrucava as pessoas me atacavam, eram muitas mulheres, os caras eram em baixa. Cabe a você mostrar a igualdade de direito e respeito ao próximo, independentemente do sexo, do gênero, você tem que respeitar o ser humano.

 

 

Como é para você educar um filho homem nesse universo que continua agressivo, machista e afirmando que homem não chora, não demonstra seus sentimentos por acreditarem que esse tipo de emoção está ligado à fraqueza?

Lógico que chora! Mas sobre essa questão do machismo, existem muitas mulheres que são machistas também, às vezes, muito mais do que os homens, tanto a mulher como o homem têm que ser educado da mesma forma, porque existem homens muito legais, e mulheres machistas com uma linguagem retrógrada, bizarra. Espero que o meu filho entenda que as pessoas são diferentes e, ao mesmo tempo, têm direitos iguais, isso é muito difícil, não vou dizer que é fácil você criar um ser humano, você evoluir, amadurecer, mas eu vou dar o meu melhor, pode ter certeza.

 

 

Você é uma pessoa que está sempre de bom humor…

Eu tento dar o melhor de mim, mas tem dias que estou de mau humor também, mas nunca fui antipática com ninguém, sempre estive de bem com a vida, eu aprendi com a minha mãe que é uma mulher que eu admiro muito, a vida é muito curta e o sorriso marca e muda a vida de outras pessoas, mas uma cara feia destrói o dia. Se estiver de mau humor, fique em casa, não saia para maltratar os outros. Ninguém tem culpa da sua infelicidade ou tristeza. Está mal humorada? Fica dentro de casa quietinha. Minha mãe é assim, escorpiana.

 

 

Há alguns anos você sofreu um acidente de carro, acredita que essa experiência possa ter mudado a sua forma de olhar a vida?

A minha vida mudou muito depois disso, eu tive uma experiência de vida muito forte, e muitas coisas somaram outros destinos e vontades, de sentimentos, de caminhos e decisões, a vida ensina e a gente precisa aprender com esses ensinamentos.

 

O sucesso “Avenida Brasil” estava sendo reprisado até o mês passado (abril). Como é se ver na tela com uma personagem divertida como a Suelen?

A Suelen foi um presente do João (Emanuel Carneiro), que é um gênio, um cara que sabe escrever para as pessoas, fala a língua do público. Rever a Suelen é um prazer porque eu me diverti muito nessa novela, eu ria muito, em algumas cenas eu tinha acesso de risos, passei mal de tanto rir…

 

 

Como você administra suas redes sociais em relação ao seu filho?

Eu não exponho muito o meu filho, eu coloco uma fotinho ou outra, porque, às vezes, eu não aguento porque a foto está muito fofa, outro dia eu fiz uma foto dele na banheira, igualzinho o ofurô, ele não se mexeu, ficou paradinho, ele ficou meia hora…

 

 

Com tempo de sobra como você tem cuidado do corpo?

Eu sempre pratiquei muito esporte, sempre fiz muito exercício físico, eu amo. Sempre fui muito ativa, me faz bem, mas eu amo fazer yoga.

 

entrevista e texto: Ester Jacopetti

 

Fotos: Sergio Zalis

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