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Nomofobia: a dependência em suas mãos

Campanha Nomofobia, produzida pelos alunos de Fotografia da Unimep

Oito milhões de pessoas em todo o país apresentam sintomas de dependência da internet, o que corresponde a 4% da população nacional

O crescente número de pessoas conectadas no mundo virtual e desligadas da realidade é cada vez mais comum. Em 2014, o Brasil foi o sexto maior mercado em smartphone do mundo e a expectativa é que em 2017 tenha 70,5 milhões de usuários, segundo o eMarketer, empresa internacional de marketing digital que realiza pesquisas mundiais sobre o mercado de internet.

O que esses números retratam, além do crescimento econômico da indústria de telecomunicação, é uma dependência virtual, que atinge pessoas de todas as idades e que, se não tratada, pode se transformar em uma nomofobia, nome dado ao mal-estar ou ansiedade apresentados por indivíduos quando não estão com seus celulares, que nada mais é do que o medo de ficar longe do smartphone.

O problema é mais comum do que possamos imaginar! No Brasil, por exemplo, desde 2006 o Hospital das Clínicas de São Paulo mantém o Grupo de Dependência Tecnológica do Programa de Transtornos do Controle dos Impulsos, devido aos alarmantes índices das pesquisas sobre o tema. Atualmente, de acordo com o próprio HC, 8 milhões de pessoas em todo o país apresentam sintomas de dependência da rede, o que corresponde a 4% da população nacional.

Segundo a médica psiquiatra, especialista em dependência química, Karina Leite Calderoni, são considerados dependentes virtuais pessoas que apresentam preocupações excessivas com o uso da internet, que ficam muito mais tempo online do que o planejado, chegando a ter prejuízos sociais, ocupacionais ou em outras áreas importantes da vida, além de não sentirem prazer em outras ações e atividades do dia.

Os grandes vilões rumo à dependência são os conteúdos estimulantes, divertidos, prazerosos da internet e das redes sociais que são de fácil e rápido acesso e dão a sensação de serem intermináveis e constantes. “Toda atividade que causa prazer tende a ser repetida, pois estimula uma parte do cérebro conhecida como sistema de recompensa. Não é diferente no caso da internet, em que o cérebro passa a pedir que o mesmo prazer seja encontrado o tempo todo, o que leva as pessoas com essa dependência a perderem o controle do tempo que passam na rede”, afirma a médica.

A nomofobia é tratada como todas as outras dependências, como drogas, álcool, compras e etc. O livro “Vivendo Esse Mundo Digital”, do psicólogo Cristiano Nabuco de Abreu, coordenador do Grupo de Dependências Tecnológicas, do Hospital das Clínicas de São Paulo, pontua os sintomas da dependência, que são muito parecidos com os manifestados por dependentes de drogas. Por exemplo, quando não está com seu smartphone na mão, o usuário fica irritado e ansioso.

O tratamento é composto por medicações e psicoterapia. As medicações têm o objetivo de tratar outros transtornos associados como depressão e ansiedade e também de ajudar no controle da impulsividade. A psicoterapia tem a meta de aumentar a motivação para a mudança de comportamento, melhorar o manejo do tempo, os sintomas de abstinência, diminuir o isolamento social, entre outros aspectos.

 

A nomofobia é tratada como uma dependência por drogas, por isso, o ensaio faz alusão ao uso de crack

Conscientização

Um grupo de estudantes de Fotografia da Unimep (Universidade Metodista de Piracicaba) criou uma página no Facebook chamada Nomofobia, que faz parte de uma campanha – que leva o mesmo nome – para a disciplina de Criatividade, a fim de alertar as pessoas sobre o vício e seus sintomas.

Formado por Andre Lopes de Araujo, Beatriz Barbosa, Bruna Bordignon, Caroline Jordão, Luana Federici e Matheus Calligaris, a ideia principal foi espalhar banners nas universidades de Piracicaba com a frase “Você sabe o que é nomofobia?” e o endereço da fanpage. As fotos foram produzidas no estúdio da faculdade e eram relacionadas às drogas e ao vício delas. “Nosso objetivo foi fazer algo parecido com as campanhas preventivas ao uso de drogas pesadas e que chamasse a atenção”, conta Matheus Calligaris.

O objetivo do grupo é ampliar os banners para outros locais da cidade, continuar a atualização da fanpage e levar a campanha a um número maior de pessoas.

Será que você é um dependente do smartphone?

Você usa o smartphone em excesso ou passa muito tempo conectado? Confira alguns sintomas comuns em pessoas viciadas:

– Angústia: utilizam a internet como forma de fuga ou tentativa de adiar as dificuldades da vida prática.

– Ansiedade social: apresentam uma elevada ansiedade social e usam a internet para interação com os outros de forma mais controlada ou ajustada ao seu grau de conforto, mas acabam tendo um isolamento ainda maior e tendem a se esquivar cada vez mais de interações reais.

– Tempo online: mentem sobre o período que passam online, pois sabem que é um tempo excessivo e têm vergonha ou medo de serem criticados por amigos e familiares sobre seu comportamento.

– Sintomas de abstinência: quando privados do mundo online apresentam labilidade emocional, irritabilidade ou depressão. (texto: Aline Queiroz)

fotos e produção: Andre Lopes de Araujo, Beatriz Barbosa, Bruna Bordignon, Caroline Jordão, Luana Federici e Matheus Calligaris

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