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‘Efeito Jolie’

A melhor prevenção ainda é o diagnóstico precoce e todas as mulheres devem realizar a mamografia anualmente após os 40 anos, garante mastologista

Mastectomia bilateral continua crescendo mesmo sem garantia de melhor risco/benefício

 Após a atriz norte-americana Angelina Jolie ter se submetido a uma dupla mastectomia para prevenir o câncer de mama, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) fez um balanço do número de mulheres que se interessaram em realizar o procedimento a fim de evitar o câncer. A entidade constatou que houve um aumento de 50% na procura pela cirurgia preventiva e alerta para o perigo desnecessário que muitas mulheres podem estar correndo por falta de informação.

A revista científica Journal of the American Medical Association (JAMA) divulgou um artigo em que pesquisadores do Centro Médico da Universidade de Stanford, nos EUA, destacaram uma preocupação maior com o excesso de tratamento. De acordo com Ruffo de Freitas Júnior, presidente da SBM, cada caso deve ser verificado especificamente, pois os números aumentam, mas a grande desinformação continua.

A mastectomia bilateral deve ser cuidadosamente avaliada de acordo com o histórico familiar de câncer de mama e o caso de cada paciente, analisando seu DNA e verificando o porte de genes defeituosos. “No caso da atriz Angelina Jolie, os médicos estimavam que ela teria 87% de probabilidades de sofrer um câncer de mama, mas isso foi avaliado cuidadosamente até a tomada de decisão”, explica Ruffo, enfatizando que cada caso é uma história diferente.

De acordo o estudo da Universidade de Stanford, a realização da mastectomia bilateral aumentou de 2% em 1998 para 12,3% em 2011. O crescimento mais significativo desse procedimento ocorreu entre mulheres com menos de 40 anos: de 3,6% para 33%. Segundo o mastologista, o fato mais importante nesse episódio foi não só trazer o assunto à tona como também a chance de prestar esclarecimento à população, causando a reflexão de todos sobre a importância do trabalho preventivo e o diagnóstico precoce.

“Por esse aspecto foi positiva a postura da atriz, mas por outro lado é preciso desmistificar o assunto, já que, antes da cirurgia, é necessário realizar uma série de exames e nem todos os casos de câncer resultam na retirada das mamas”, afirma Ruffo. Para ele, a mamografia a partir dos 40 anos é essencial para detectar o tumor, em fase inicial, onde as chances de cura podem chegar a 95%. “A melhor prevenção ainda é o diagnóstico precoce e todas as mulheres devem realizar a mamografia anualmente após os 40 anos”, alerta.

 foto: ©Artem Furman – Fotolia

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