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Post: Entre latidos e miados uma missão

Entre latidos e miados uma missão

Segundo a presidente da entidade, as denúncias de maus tratos aos animais não param, mas hoje a população se envolve mais com a causa

Pretinha foi encontrada há sete anos, magra e quase sem vida, hoje, uma das mascotes da Associação Protetora dos Animais de Indaiatuba, a Aprai, ganhou peso, tem pêlos brilhantes, usa lacinhos, e ganha muito amor de sua dona Maria de Nazareth Silva, a quem, explicitamente, tem muita gratidão. Essa melhora é o que acontece com a maioria dos animais encontrados pela Associação, e para Nazareth, o maior pagamento são as lambidas que recebe em agradecimento.

“Quando entrei na Aprai, há 15 anos, peguei uma instituição falida, em que as condições dos animais eram precárias. Aos poucos, de visitante passei à voluntária, e depois para a diretoria. Nesse tempo todo intercalei cargos, mas é a quinta vez consecutiva que estou presidente”, fala Nazareth, que não esconde a gratidão que tem por um dos idealizadores do projeto, e grande companheiro, Raul Luiz Narezzi, já falecido. “Lembro-me de nós vendendo pastel e realizando bazares para conseguir levantar verba. Hoje, quando paro para relembrar essa época, não sei como conseguimos”.

Nesse período, a Aprai tinha um canil alvo de muitas reclamações, pois o terreno doado pela Prefeitura ficava dentro de um condomínio. “Muitas vezes os moradores fechavam a catraca para não deixar o caminhão de ração entrar. Além dessas dificuldades, achávamos que o espaço tinha perdido o propósito, pois havia virado um asilo de cachorros e gatos que os donos não mais queriam. Fora que os gastos e problemas só aumentavam”, relembra a presidente.

A grande virada da Associação foi quando os dois voluntários, Nazareth e Raul, perceberam que o foco de trabalho teria que ser a castração e a adoção consciente. “O projeto Mascote começou em 07 de setembro de 2000. Íamos aos bairros mais carentes de Indaiatuba, fazíamos uma triagem, o cadastro, sempre levando brincadeiras para atrair as crianças, pois eram elas que incentivavam os pais a levarem seus animais. Depois, durante a noite e a madrugada, aconteciam as castrações e no dia seguinte os animais eram devolvidos às suas famílias”, conta.

De 2000 para cá, o número de castração dobrou, e o trabalho da Aprai ganhou reforço e novas frentes, como a solução de casos de maus tratos, o convênio com diversos veterinários que oferecem facilidades para os proprietários, e a conscientização da adoção. “As denúncias não param, mas de cinco anos para cá, vejo que a população está se envolvendo mais com a causa. Digo que ela é nossa grande ferramenta, se a pessoa sabe de alguém que maltrata seu bicho e não denuncia, é cúmplice do crime”, alerta Nazareth, que temem Leandro Américo, funcionário há oito anos da Associação, seu grande parceiro na ida e buscas de animais que sofrem nas mãos dos que teriam que resguardar suas vidas. “No começo eu sofria demais. Chegava em casa depois de um atendimento e desabava. Demorou muito para eu fazer a minha ‘casca’ e ver que meu trabalho não era sofrer, mas sim salvar”, fala.

Cachorros abandonados em empresas falidas, machucados com ácido e óleo quente, esfaqueados e espancados estão entre os que ganharam nova vida graças a voz ativa desses incansáveis trabalhadores. Mas além deles, muita gente está por trás do sucesso da Aprai. A advogada Daniele Pereira Oliveira, os empresários donos das empresas Animal Center, Vet Life, Zooclínica, Castelinho Dog e Policlínica São Francisco, são alguns deles, que juntos dão todo o apoio que a Associação precisa. “Nós aceitamos doações em produtos para nosso bazar permanente, e pedimos que as pessoas se associem a entidade doando a quantia que desejar por mês, com isso, elas terão descontos em diversos tratamentos nesses locais associados”, pontua.

Tanto esforço e dedicação são impulsionados por um único motivo: o amor pelos animais e a certeza de que são a voz e a salvação dos que não conseguem se proteger sozinhos.

 COMO AJUDAR

Para quem quiser se associar a Aprai, é só passar na rua 11 de Junho, 684, no Centro de Indaiatuba e fazer sua doação ou cadastro.

texto Yara Alvarez

fotos Birf e Yara Alvarez

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