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O boom regional

Vista geral do Aeroporto de Viracopos, cuja ampliação trará enormes benefícios econômicos para as cidades da região e suas empresas

Revolução na infraestrutura possibilita explosão industrial e econômica para a região

Se a nossa região já tem apresentado notável crescimento econômico e social no decorrer da última década, a chegada de novas indústrias e a realização de uma série de obras de infraestrutura em seus arredores trazem expectativas ainda mais surpreendentes para as cidades de Indaiatuba, Itu e Salto. São inúmeras mudanças previstas para os próximos anos, começando desde já, mas três delas merecem destaque devido à sua proporção grandiosa e aos impactos positivos que deverão causar na economia em âmbito regional.

A primeira delas diz respeito às transformações das rodovias que cortam essas três cidades. Em especial a Santos Dumont/SP-075, que liga Sorocaba a Campinas, e que vem sendo beneficiada por investimentos que priorizam a modernização e a duplicação de suas vias desde que a Colinas assumiu a concessão, há aproximadamente dez anos. No segundo semestre de 2010, a concessionária concluiu o trabalho de duplicar o último trecho simples que ainda existia na região, abrangendo o percurso entre o quilômetro 36,6 e o quilômetro 38,8 no município de Salto. Além da duplicação das vias, esta remodelação conta com quatro viadutos de acesso/retorno e completa sinalização horizontal e vertical. A realização não apenas possibilita o aumento da capacidade de tráfego para os usuários com destino a Campinas, Itu, Piracicaba e demais cidades vizinhas, como também oferece mais conforto e segurança aos motoristas.

Agora, a próxima aplicação será a reformulação do trevo do km 39, ainda na região saltense, com o propósito de aprimorar o dispositivo de acesso à avenida Getúlio Vargas. A obra consiste no alargamento da passagem inferior e na conexão da referente avenida com a SP-075; novas alças de acesso farão a separação do trânsito urbano do rodoviário. Depois, o passo seguinte será no trecho pertencente ao Distrito Industrial de Indaiatuba com a construção de um viaduto de transposição da rodovia no km 50,9 e interligação da avenida Francisco de Paula Leite com a rua Barnabé.

A SP-75, principal corredor viário entre Itu e Campinas, passando por Salto, Indaiatuba e pelo aeroporto de Viracopos, receberá melhorias a partir dos próximos meses

As melhorias, que já estão em andamento e têm previsão de término para o final deste ano, são muito importantes para o desenvolvimento da região porque dão melhores condições de tráfego aos usuários da rodovia e facilitam seu acesso às nossas cidades. Sem mencionar que permite uma aproximação cada vez maior e mais eficiente das grandes metrópoles, como Campinas e São Paulo. E neste contexto, surge outro fator que tende a colaborar com esta expansão regional: a ampliação de Viracopos. Para quem não sabe, a Infraero está apostando no terminal como melhor alternativa para amenizar o fluxo demasiadamente intenso de Cumbica. A proposta é aumentar a capacidade do aeroporto campineiro em até 30 vezes e transformá-lo no maior complexo aeroportuário da América do Sul, movimentando 61 milhões de passageiros e mais de 3 milhões de toneladas de mercadorias por ano.

Este projeto de ampliação, que teve início em 2008, com a apresentação do Estudo e Relatório de Impacto Ambiental, inclui a construção de uma segunda pista de voo e de um novo terminal de passageiros capaz de processar até 9 milhões de embarques e desembarques. A estimativa é de que sejam desapropriados aproximadamente 12,36 quilômetros quadrados ao redor do aeroporto para a execução desta primeira fase da ampliação, correspondendo a um investimento de R$ 823.600.000, com previsão de entrega para 2014. Já a segunda etapa deve contar com a desapropriação de outra área de 6,7 quilômetros quadrados, mas que será trabalhada em um período de longo prazo, com entrega prevista para 2025.

Uma transformação como essa é capaz de acelerar o crescimento da região por atrair novos investidores, gerar mais empregos, diretos ou indiretos, e impulsionar a competitividade no comércio de importação e exportação, causando grande movimentação na sua economia. Para se ter ideia, a expectativa é que 8 mil empregos diretos sejam gerados só na primeira fase da ampliação, sendo a maioria voltada para o ramo da construção civil e da engenharia. Quando o aeroporto estiver finalmente pronto, o número que se espera é de quase 20 mil empregos diretos gerados nas mais diversas áreas de atuação. Um crescimento bastante significativo nas taxas de empregabilidade da região.

A terceira mudança de infraestrutura prevista para acontecer neste eixo só vem a acrescentar para que estas conquistas sejam possíveis: a inclusão de Campinas no trajeto do TAV (Trem de Alta Velocidade). A nova ferrovia do trem-bala, como é popularmente conhecido, vai ligar o Estado de São Paulo ao Rio de Janeiro e contará com duas estações em Campinas: uma no centro da cidade e outra no aeroporto. Será mais uma oportunidade de aproximar a região do restante do país, fortalecendo sua atuação na economia nacional. Como não poderia deixar de ser, os governantes locais também estão entusiasmados com as novas possibilidades que se abrem com a execução desses projetos de infraestrutura. E já começaram a se mobilizar na tentativa de acelerar e impulsionar o crescimento industrial na região, através de iniciativas que visam atrair novos empreendedores para cada município, sempre aproveitando todos esses recursos com os quais estão sendo contemplados.

Com investimentos que vão desde a qualificação e formação de mão-de-obra especializada (trazendo escolas e cursos técnicos para dentro dos municípios) até o aperfeiçoamento da malha viária e de sua rede de serviços, as Prefeituras vão contribuindo para que a região seja referência em termos de desenvolvimento para todo o país. O prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, por exemplo, se orgulha ao dizer que a cidade está cada vez mais sendo reconhecida e procurada por grandes investidores. “Em 2009 conseguimos trazer 69 indústrias para cá, enquanto no ano passado foram 74. Somente nesse início de 2011 já instalamos 20 novas empresas do ramo industrial, além de três outras de grande porte que já adquiriram terrenos e estão iniciando as obras”, compartilhou.

E Itu caminha para a mesma direção, ainda que de forma mais tímida. “A cidade pode ser considerada um rico polo industrial, principalmente no setor metal-mecânico e também no setor alimentício”, adiantou o prefeito Herculano Passos Junior. Mas ele também deixa claro que estão trabalhando para atrair novas empresas, preferencialmente as não poluidoras, que gerem alta oferta de vagas, com maior volume de recursos no mercado e, consequentemente, que tragam maior arrecadação por parte do poder público. “Isso porque a verba pode ser aplicada nos serviços que são de responsabilidade da Prefeitura, a fim de melhorar a qualidade de vida de nossos cidadãos, como na área de saúde, educação e assistência social”, explicou. O representante do Poder Executivo ituano ainda revelou que a ideia é construir um corredor industrial no município, focando grandes empresas, mas também oferecer um espaço específico para investidores menores. Ele exemplifica com o caso da Toyota, que agora conta com uma unidade em Sorocaba, mas possibilitou que vários fornecedores da montadora se instalassem na região.

Para o prefeito de Salto, Geraldo Garcia, as expectativas também não podiam ser melhores. “Nossa cidade bateu recorde no número de empregos gerados nos últimos anos. Fico feliz em poder dizer que ainda temos projetos fundamentais para a continuação deste desenvolvimento”, contou. “A história de Salto está totalmente relacionada ao setor industrial, que foi o grande responsável pelo crescimento do município. Infelizmente, por alguns anos, esteve estagnado, e há cerca de seis anos estamos novamente retomando os investimentos nesta área”, refletiu. Em complemento, o prefeito saltense enfatizou que o município passa por um momento significativo atualmente, em que está sendo preparado para receber novas indústrias. Ele lembrou que as entradas da cidade e avenidas foram reformuladas, que novos distritos foram criados, assim como benefícios e incentivos para a vinda desses empreendedores.

Além dos trabalhos realizados individualmente por cada Prefeitura, os municípios também estão se unindo para tornar esta “explosão” socioeconômica da nossa região em realidade. Um exemplo é o Consórcio Intermunicipal do Ribeirão Piraí, que tem como objetivo planejar e adotar medidas que possam acelerar o desenvolvimento socioeconômico e ambiental da região. A partir desta união, os prefeitos conseguiram encontrar uma solução para o problema do fornecimento de água. Uma nova barragem será construída no rio que dá nome ao órgão, possibilitando a criação de um novo reservatório que poderá manter o problema solucionado por pelo menos mais 20 anos.

Segundo Reinaldo Nogueira, este tipo de atitude integrada deve fazer parte da realidade das três cidades que formam esta região. “Questões como segurança, trânsito e desenvolvimento industrial devem ser encaradas como regionais e não mais como aspectos isolados de cada município”, explica. E Geraldo Garcia concorda com esta linha de raciocínio. Principalmente porque as duas cidades já estão bastante unidas, dividindo praticamente o mesmo Distrito Industrial. “Tenho percebido que este eixo é a bola da vez; há pessoas interessadas com a nossa região em todos os cantos desse país. Precisamos trabalhar para que esta tendência só venha a aumentar”, revela. Para finalizar, Herculano Passos Junior só acrescenta que é preciso ter cautela para que todas essas perspectivas sejam alcançadas. “Não se pode ter pressa. É muito importante que saibamos aproveitar este momento para planejar o futuro de nossas cidades e, assim, da região. Sempre trabalhando para oferecer qualidade para os investidores”, alerta.

reportagem de Caroline Rizzi

fotos Arquivo e Divulgação

 

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