Filho de mãe portuguesa e pai paraibano, FERNANDO VICENTE DE OLIVEIRA nasceu em Itu e sempre soube que queria ser arquiteto. Desde pequeno admirava o universo das construções e as grandes edificações pelas quais passava no dia a dia, até que, já na escola, fez um teste vocacional que confirmou sua aptidão para exercer a profissão pela qual era tão apaixonado. Sendo assim, fez um curso de graduação em Arquitetura pela Pontifícia Universidade de Campinas e começou a trabalhar na área logo que se formou. Não demorou muito até que, depois de realizar alguns projetos e começar a lecionar, foi chamado para atuar como arquiteto particular da Prefeitura de Itu. O amor pela carreira e a sede de se manter sempre informado o levaram a iniciar um curso de mestrado em Planejamento Urbano. Antes que pudesse concluir, foi convidado pela comunidade europeia para fazer outro mestrado, em Estudos Ambientais e Urbanos, desta vez na Universidade de Liverpool (Inglaterra). Fernando Vicente então trancou os estudos em Campinas e passou cerca de um ano e meio no exterior. De tudo o que viveu por lá, a experiência mais marcante foi conhecer a perfeição da legislação de uma cidade histórica. “É admirável como eles não dependem de políticas públicas como nós. Lá os planos diretores dos municípios são projetados em longo prazo, para 20 anos, independente das vontades e interesses políticos”, comenta. O arquiteto ainda lembra que Itu tem projetos muito bons, mas que acabam se alterando conforme os gostos daqueles que vão passando pelo poder. E assim fica difícil dar fazer um planejamento à altura do que a cidade necessita. Quando voltou ao Brasil, foi direto concluir o mestrado que havia deixado em aberto antes de viajar. E se engana quem pensa que ele parou depois disso. Nunca satisfeito quando o assunto é a busca pelo conhecimento, foi fazer doutorado na Universidade Estadual de Campinas. As pesquisas já duram dez anos e ele espera terminar a tese até o final de 2011. Ele analisa o Médio-Tietê (trecho do rio que compreende as cidades de Itu, Salto, Cabreúva e Porto Feliz) como o fio condutor de uma série de paisagens culturais que ele chama de parque fluvial, um conceito muito explorado na Europa e nos EUA, que tem como propósito mostrar que os patrimônios históricos e culturais estão ligados a um cenário todo, que ultrapassa limites geográficos entre um município e outro. A ideia é que o trabalho venha a se transformar em livro mais adiante, já que seus estudos sempre têm cunho acadêmico. texto: Caroline Rizzi foto: Arquivo pessoal