Em seu primeiro decanato, Museu reabre para o público com novas exposições, salas novas e acervo inédito para visitação
Depois de um ano fechado para visitação pública, o Museu da Música Itu reabre suas portas, com mais salas e novas exposições. O local passa a contar com mais três espaços de exposição, totalizando cinco ambientes, que receberam novas mostras e acervo inédito.
As novas exposições e acervo propõem diversos debates e reflexões em torno da música ituana. Discussões que vão desde a música sacra local até o copista, do ambiente musical em tempos passados até os dias de hoje. Um dos debates é a diferença dos músicos com e sem formação musical. “Por exemplo, na banda o sujeito aprende a leitura musical, a tocar, mas tem outro sujeito que domina melhor esse universo musical, seja como concertista ou não. Às vezes, a pessoa é extremamente talentosa, toca muito bem, mas não lê nada e tem uma musicalidade enorme. Então, tem essas situações. Temos duas salas para discutir isso. Colocamos desde o senhor que tocava bumbo até o maestro Elias Lobo”, explica o historiador e pesquisador do Museu da Música, Luís Roberto de Francisco.
Em outras propostas, o Museu levanta a discussão da música no ambiente doméstico nos séculos passados, pois até o século XIX, por exemplo, para se ouvir música em casa, era preciso que houvesse um instrumentista e um instrumento. Segundo o pesquisador, hoje temos acesso à música de qualquer parte do mundo e com celulares podemos ouvi-la de qualquer lugar, por isso, essa reflexão é importante para nos fazer pensar em que momento isso mudou e como era antes. E também a diferença e trabalho concomitante do compositor e do copista. “Ambos produziam partitura. O compositor com uma formação extraordinária para produzir a música e o outro só copia, mas também é necessário num tempo onde não tinha como tirar cópias, computador, nada”, ressalta Luís Roberto.
Visitante pode ouvir as antigas composições
Além disso, o público também poderá contemplar a riqueza da música sacra na sociedade ituana. Mas não só visitar, ver e contemplar. A visita ao Museu da Música passa a contar também com a possibilidade de ouvir algumas composições musicais ituanas.
Com um celular, o visitante poderá, através do QR Code, ouvir as músicas destacadas nas exposições. Entre elas, uma gravação de uma música do José Mariano, um trecho de um te deum do Tristão Mariano, o som de um harmoninum e de um órgão portativo e uma valsa, inédita, do professor Luiz Gonzaga da Costa, uma música desconhecida há 80 anos.
“A gente considera extraordinário que o Museu possa, através desse QR Code, dar uma dimensão muito maior ao acervo. Para isso, contamos com o apoio do técnico de museus, William Mattei, e, também, com ajuda da pesquisa do professor Marco Ribeiro para o levantamento do acervo”, ressalta, acrescentando ainda que é a primeira vez que itens do acervo, como a pasta de partitura do Tristão Mariano da Costa, são expostas.
A reabertura do Museu da Música de Itu promete muitas novidades para o público. Além de tudo, o local irá continuar com as ações educativas temáticas com escolas de Itu. As visitações poderão ser feitas, gratuitamente, aos domingos das 11h às 16h para o público em geral. Grupos podem fazer agendamento prévio para visitação através do e-mail museudamusicaitu@gmail.com.
texto e fotos: Gisele Scaravelli