A busca por hábitos mais saudáveis, principalmente no verão, faz muita gente trocar o carro pela bicicleta. Mas é só deixar o veículo na garagem e sair pedalando? Para Silvana Vertematti, cardiologista infantil e médica do exercício e do esporte do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, é preciso tomar alguns cuidados com a saúde e com a segurança no transporte. “Antes de trocar o carro pela bicicleta, é importante se adequar aos novos hábitos e certificar-se que será uma boa alternativa também para a saúde”, ressalta. O primeiro passo é verificar o trajeto. “É preciso avaliar o caminho, se há muita subida e descida, se há variações de piso e até mesmo se há segurança no trecho, pois todos os pequenos obstáculos irão refletir no cansaço e nas dores do corpo”, explica a cardiologista. “Se a pessoa não está acostumada a uma atividade física, não deve pedalar muitos quilômetros de uma única vez, porque os efeitos físicos serão sentidos”. Como toda atividade física, andar de bicicleta também deve ser um processo moroso. “As primeiras viagens devem ser mais curtas para não desistir na primeira semana até o corpo se acostumar com o novo hábito, pois dores e incômodos vão aparecer e é preciso ter força de vontade para continuar”, lembra a médica. Além do trajeto, o que se carrega (bolsas e mochilas) e a forma como o material é transportado também interfere. “Andar de bicicleta carregando muito peso, além de machucar as costas, pode fazer com que se perca o equilíbrio, acarretando numa queda”, alerta Silvana Vertematti. Também é fundamental uma alimentação saudável, se hidratar durante o percurso e trafegar com segurança. Se a preferência for pela bicicleta elétrica, ela não contará com as mesmas funcionalidades ergométricas do que o modelo convencional, mas os cuidados devem ser os mesmos, ressalta a especialista.
foto: BIRF