Falta de informação, relações sexuais sem proteção e com maior número de parceiros têm colaborado para o crescimento dos casos de sífilis no Brasil. A doença, sexualmente transmissível, pode ocasionar desde um simples mal-estar até graves sequelas neurológicas no decorrer da vida, caso não seja tratada adequadamente. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, entre 2007 e 2013, o número de pacientes com sífilis no Estado de São Paulo passou de 2.694 para 18.951 – aumento de 603%. O uso do preservativo é a principal forma de se prevenir da doença, já que a maioria das pessoas não sabe que está infectada. De acordo com o urologista Fernando Almeida, do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, a sífilis primária se manifesta de duas a três semanas após o contágio, quando feridas indolores aparecem nos genitais infectados e somem naturalmente após algum tempo. Se não for tratada, a bactéria pode permanecer dormente no organismo e se transformar em sífilis secundária, ocasionando dores musculares, febre, dor de garganta, entre outros. Esses sintomas geralmente também desaparecem sem tratamento e a bactéria volta a ficar inativa no organismo. “Após as duas primeiras fases da doença sem um diagnóstico ou tratamento adequado, ela pode se transformar em sífilis terciária, o estágio mais perigoso, que acomete o sistema nervoso central e pode levar a pessoa a ter dificuldades motoras devido às sequelas neurológicas”, diz o especialista. A sífilis pode ser detectada por meio do exame de sangue em todos os seus estágios. O médico também pode optar por recolher amostras de uma secreção presente no corpo, geralmente analisada com auxílio de microscópio. O tratamento da doença é realizado com antibióticos e deve se estender aos parceiros sexuais. Uma vez curada, a pessoa pode voltar a ter a doença, portanto, prevenção é a palavra-chave. “Nos dias atuais, as pessoas estão mais liberais com relação ao sexo e menos preocupadas com a proteção, principalmente os jovens. A falta do uso de preservativos e a multiplicação de parceiros sexuais faz com que a doença se espalhe mais facilmente”, alerta.
foto: BIRF