Médico conhecido em toda a cidade, José Carlos Safi é um apaixonado por Itu. Natural da cidade de Ituiutaba, em Minas Gerais, cursou Medicina em Botucatu, onde conheceu sua esposa, também médica, Dra. Cidinha. Ambos, depois de visitarem Itu quando estavam fazendo residência, escolheram a cidade para ser seu lar. “A gente tinha um sonho de viver no Interior. Minha família mora em Ituiutaba e a dela em São Paulo e não queríamos morar em nenhuma dessas cidades. Através de um colega em comum, o Dr. Renato Cassani, surgiu oportunidade de visitar Itu. Ficamos fascinados pelo eixo histórico e com aquele sentimento de parecer que éramos daqui”, conta o médico. A mudança aconteceu num significativo dia 02 de fevereiro, aniversário da cidade, sem querer. Na época, o casal estava no terceiro ano de residência na faculdade e já mudou para Itu com emprego. “Nossos professores entraram em contato com a Prefeitura daqui, que tinha uma Secretaria de Saúde muito legal, e eles arrumaram um posto de saúde para trabalharmos”, revela Safi.
HUMANIZAÇÃO DA SAÚDE
Dr. Safi possui um grande elo com questões relacionadas à humanização na saúde. Por dez anos foi coordenador da UTI de adultos na Santa Casa e nessa ocasião, criou o Núcleo de Humanização da UTI, semente do Grupo Voluntário de Humanização Hospitalar. Além do seu trabalho, ao longo desses quase 30 anos em Itu, o médico é envolvido com diversas entidades como a Saci (Sociedade Amigos da Cidade de Itu), a Comissão Especial do Diploma e Medalha Padre Bento, foi presidente da Associação Cultural Vozes de Itu e, também, recebeu título de cidadão ituano. O reconhecimento e envolvimento com diversos assuntos no universo cultural e das artes se deu pelo imenso amor que nutre por Itu. “Muito tem a ver com o jeito do meu trabalho. Nós chegamos a Itu, começamos a trabalhar, fui trabalhar em UTI, hospital, posto de saúde e fui me aproximando em alguns eventos na área de humanização da saúde. Esses eventos foram permitindo a gente ter essa extensão para outras áreas da cidade, no segmento cultural e histórico”, explica. Tudo, segundo o médico, está diretamente ligado ao sentimento de pertencimento. “É aquele sentimento que gosto daqui e escolhi estar aqui. Na verdade, eu e Cidinha. Ela é uma pessoa muito importante na essência da minha vida. Sempre estamos juntos. Então, esse entusiasmo pela cidade fez com que pouco a pouco fossemos abraçando outros segmentos”, ressalta o médico. Tantos feitos e envolvimentos com áreas que transpassaram a da saúde em si renderam a Dr. Safi homenagens como o Prêmio Profissional Ético do Ano oferecido pelos três clubes rotarianos da cidade; Medalha Ermelindo Maffei oferecida pela Acadil (Academia Ituana de Letras); Medalha Domingos Fernandes oferecida pela Câmara Municipal; Medalha e Diploma Padre Bento e o Título de Cidadão Ituano. “Itu é uma cidade que sempre me permitiu sonhar e realizar esses sonhos. Eu e Cidinha temos muita gratidão por aqui. Nesse contexto, de alegria, realizações e gratidão, me deram esse prêmio. É como se eu sempre fosse daqui. Como se eu tivesse recebido um abraço. Está na categoria dos dias inesquecíveis da minha vida”, revela o médico orgulhoso.
DEDICAÇÃO AO ‘VOZES DE ITU’
Os encontros proporcionados pela humanização na saúde fizeram com que Dr. Safi desenvolvesse um carinho especial pelo Coral Vozes de Itu. “Esses encontros estreitaram nossa relação de tal maneira que em 2009 eles me convidaram pra ser presidente do Coral e eu aceitei”, conta o médico que, muito antes, já era fã do Vozes de Itu. Dr. Safi contagia a todos com sua calma e amor por Itu e afirma que tudo que ele faz e em tudo que se envolve na cidade é pelo simples amor e gratidão que sente pela cidade que escolheu viver e cita Ferreira Gullar para explicar: “A arte é necessária, pois só a vida não basta” e emenda: “Quando a gente nasce já vem com itens de série que são nossa dimensão física, psíquica, espiritual, familiar e social. Cinco dimensões. Quando você tem a oportunidade de prestar atenção na beleza da existência é tão legal. Não é só questão de olhar, é o enxergar. Quando você vivencia esses sentimentos, prontamente a arte e a cultura se apresentam, porque são expressões de rara beleza e rara verdade. Então, o ser humano precisa viver suas cinco dimensões. A dimensão social está babando pela arte e pela cultura. Todos nós temos isso. É uma pena que tem tanta coisa que a gente não consegue fazer e não pode ajudar, mas, precisamos dar nosso melhor para aquilo que está ao nosso alcance”, finaliza com uma lição.
texto e foto: Gisele Scaravelli