Regional traz dicas valiosas da Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama para detecção do câncer
O câncer de mama é o tipo de câncer que mais atinge mulheres. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), mais de 14 mil mulheres foram vítimas fatais da doença só em 2013. Ainda segundo o órgão, este ano mais de 57 mil mulheres serão acometidas pelo câncer de mama no país.
No Outubro Rosa, a Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama) dá dicas valiosas sobre o câncer de mama e chama atenção, em especial, para a importância de detectar a doença precocemente, o que faz com que as pacientes tenham até 98% de chance de cura.
Veja abaixo os esclarecimentos, orientações e dicas da Femama.
– Quando iniciar a realização dos exames de rotina: a Femama e sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Mastologia e o Colégio Brasileiro de Radiologia indicam a realização da mamografia por todas as mulheres a partir dos 40 anos, a fim de garantir o diagnóstico precoce do câncer de mama. A Femama defende que o sistema público de saúde reveja a regra que, atualmente, permite a realização da mamografia de rastreamento, exame realizado em mulheres sem sintomas de câncer de mama que desejam fazer exames periódicos visando a detecção da doença ainda em fases iniciais, apenas para mulheres entre 50 e 69 anos.
– Histórico familiar: mulheres com histórico de câncer na família em parentes de primeiro grau devem iniciar realização de exames dez anos antes da idade que a parente tinha ao detectar o tumor. Por exemplo, se uma mulher teve um câncer de mama aos 37 anos, sua filha deve iniciar as investigações e fazer o acompanhamento anual a partir dos 27 anos. O médico solicitará os exames mais apropriados em cada caso.
– Antes dos 40 anos: as mulheres devem solicitar ao ginecologista ou ao mastologista a realização do exame clínico das mamas, que é um exame de toque, e fazer exames complementares, como ultrassom, mamografia ou ressonância magnética, caso o médico os solicite.
– Autoexame: a realização do autoexame é importante para que a mulher conheça seu corpo e possa notar qualquer alteração nas mamas, procurando rapidamente um médico para prosseguir com a investigação, caso perceba algo fora do comum. Embora importante, o autoexame sozinho não é suficiente para detectar precocemente um possível câncer de mama e, em hipótese, nenhuma substitui a realização da mamografia. Nódulos perceptíveis ao toque costumam ter em torno de 1 cm e, caso seja constatado um tumor, essas proporções já não correspondem ao estágio mais inicial da doença. A realização da mamografia de rastreamento em mulheres a partir de 40 anos, anualmente, é fundamental e pode detectar nódulos e alterações mínimos, que não seriam sentidos pelo toque e, por isso, levam a maiores chances de cura.
– Ausência de sintomas: a fase inicial desse tipo de câncer costuma ser assintomática, ou seja, não há sinais evidentes de sua manifestação. Normalmente a doença é descoberta em exames complementares solicitados pelo médico (mamografia, ultrassom ou ressonância magnética).
– Presença de sintomas: quando o câncer de mama apresenta sintomas é porque já existe um tumor, normalmente com mais de 1 cm. Algumas alterações físicas podem ser indícios de câncer de mama e, caso se apresentem, um médico deve ser procurado rapidamente, pois só ele poderá solicitar exames complementares e determinar se os sintomas correspondem ou não à doença.
São essas alterações:
– Aparecimento de nódulo (caroço) no seio ou na axila. Os nódulos podem apresentar dor ou não, ser duros e irregulares ou macios e redondos
– Dor ou inversão do mamilo (volta-se para dentro da mama)
– Presença de secreção pelo mamilo, sanguinolenta ou não
– Inchaço irregular em parte da mama, que pode ficar quente e vermelha
– Irritação ou retração na pele ou aparecimento de rugosidade semelhante à casca de laranja
– Vermelhidão ou descamação do mamilo ou da pela da mama
– Nos casos mais adiantados, pode aparecer uma ulceração na pele com odor desagradável
– Presença de nódulos: um nódulo não necessariamente representa um câncer de mama. Grande parte deles são cistos e adenomas benignos, ou seja, não estão relacionados à doença. No entanto, toda alteração suspeita percebida nas mamas deve ser investigada rapidamente junto a seu médico.
– Prevenção do câncer de mama: Embora não seja completamente possível evitar o surgimento de um câncer de mama, já que o câncer está ligado a alterações genéticas herdadas ou adquiridas ao longo da vida, cultivar bons hábitos de saúde como não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas, dormir pelo menos oito horas por noite, praticar exercícios físicos e manter sempre uma alimentação saudável são atitudes ao alcance das mulheres que podem ajudar a reduzir os riscos de desenvolver a doença. A adoção desses hábitos pode ter impacto significativo no combate ao câncer, uma vez que cerca de apenas 10% dos casos de câncer de mama são hereditários.
foto: BIRF