“Estamos sempre culpando as outras pessoas ou situações para justificar os nossos conflitos, mas devemos assumir que o que está ao nosso redor é um espelho que apenas reflete como estamos por dentro.”
Dificilmente nos atentamos no quanto a nossa mente emite ruídos que nos perturbam e nos tiram o equilíbrio e que convivem conosco diariamente como um vilão à espreita, seja na correria do dia-a-dia ou no silêncio dos nossos quartos. E essa percepção raramente é clara, pois estamos sempre culpando as outras pessoas ou situações para justificar os nossos conflitos e agitações. Entretanto, quando assumimos e reconhecemos que o que está ao nosso redor é um espelho e apenas reflete como estamos por dentro, começa-se a esclarecer como muitas vezes mesmo sozinhos não conseguimos colocar as ideias no lugar, ter uma “luz” para algum problema, aliviar as tensões físicas e emocionais ou até ter uma boa e relaxante noite de sono.
Neste ponto, chegamos a uma das mais cruciais conclusões do equilíbrio humano, não podemos cuidar das nossas emoções apenas quando estão transbordando. Fato comum, por vivermos em um país com costumes e cultura que passam longe da prevenção. Além disso, é só perceber que em outras áreas de nossas vidas, não fazemos dessa forma, ou pelo menos também não deveríamos fazer. Por exemplo, você toma banho todos os dias ou apenas quando está muito sujo? Você escova os dentes ao acordar? Penteia ou arruma os cabelos diariamente ou só uma vez por mês? Veste roupas limpas ou as lava de dois em dois meses? As respostas possivelmente já lhe mostram que você adquiriu hábitos de higiene e tenho certeza de que esses hábitos não caíram do céu, você os fez repetidamente e hoje são automáticos em sua vida.
Assim, também será com a sua higienização mental. Basta dedicar alguns poucos minutos por dia – e como costumo brincar com os meus clientes, final de semana também é dia – que a sua vida já irá se transformar. Duvida? Então prove! Dedique dois minutos por dia, contados no relógio, para se colocar em uma posição confortável, seja deitado ou sentado, e se concentrar – verdadeiramente – em sua respiração. Sinta apenas como o ar entra e sai do seu corpo, imagine-se acompanhando esse ar em cada parte do seu corpo, imaginando o ar passando nos órgãos, músculos e o deixe sair. E perceba sua sensação e como está a sua mente depois desse exercício. Talvez, nas primeiras vezes, seus pensamentos fujam e você sinta alguma dificuldade, mas se persistir lhe garanto que em poucos dias já sentirá diferença, aliás, não só você, mas também as pessoas de seu convívio. Os seus problemas serão os mesmos, mas a sua forma de encará-los estará completamente modificada.
O que me lembra uma pertinente frase de Carl Jung que diz “Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta”. Por isso, desperte-se!
*Mariana Vieira é sócia diretora da Roma Instituto de Desenvolvimento Humano, hipnoterapeuta clínica, com formação internacional, e especialista em Programação Neurolinguística pela The Society of NLP™. E-mail: mariana@romaterapia.com.br
foto: BIRF