Ela tem traços delicados, é sensível, inteligente, apaixonada pelo trabalho, e ainda por cima casada com um cara boa pinta (Lucas Lima). Melhor que isso, só mesmo a chegada de seu primeiro filho Théo, que completou dois aninhos de vida. Olhando assim, até parece que Sandy tem uma vida de contos de fadas. Com tudo perfeito em seu devido lugar. Nada disso. Ela encarou os fatos das pessoas a intitularem “certinha”, adjetivo que a incomodou durante muito tempo. Por trás de sua delicadeza, revela-se uma mulher forte, que construiu uma carreira sólida e conquistou inúmeros fãs, tudo através de muito trabalho e dedicação. “O que de fato mudou na minha vida, em relação a minha carreira, fui eu. Não que eu seja outra pessoa, sou a mesma artista, mas estou num momento diferente. Tudo acaba influenciando diretamente no meu trabalho. Quando lancei ‘Manuscrito’ (2010) eu ainda estava encontrando o meu caminho, o meu som e a artista que sou hoje. Tudo isso levanta questionamentos, dúvidas, conflitos e ansiedades. Acaba refletindo na minha música. A vivência, a experiência traz bagagens diferentes, novas percepções e mais segurança. Estou num momento mais maduro na minha carreira. O clima acaba ficando diferente”, diz. Além de cantora, compositora e jurada (do programa Superstar), quando surge um tempinho, ela se dedica ao cinema, pelo qual se diz completamente apaixonada. Sua última participação foi no filme “Quando Eu era Vivo” (2014) ao lado de ninguém menos que Antônio Fagundes. “Eu tenho um gosto bem eclético e adoro cinema. Acredito até que sou cinéfila. Sou apaixonada por arte, cultura em geral, principalmente cinema, independente do gênero, encanto-me muito. Gosto muito de atuar e não coloco muitos limites quando faço um trabalho”, fala empolgada. Sobre a maternidade, Sandy já está acostumada com a rotina intensa, ainda mais agora que ela acabou de lançar CD e DVD ao vivo “Meu Canto”, e saiu em turnê com o novo trabalho. Ainda assim, ela não abre mão de ficar ao lado de seu filho, e como diz, é sua maior prioridade, e sempre que possível, leva o pequeno para o trabalho. “Sempre que existe a possibilidade de ter um esquema mais tranquilo, que não seja sofrido pra ele, eu o levo junto”, comenta. Neste momento, você terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esta doce cantora que se transformou numa mulher incrível.
REVISTA REGIONAL: Na última edição do “SuperStar”, nós percebemos que você estava mais soltinha no palco e, às vezes, até se levantava pra dançar. É assim mesmo que você se sentia?
SANDY: Olha, levantar pra dançar eu já fazia desde a primeira temporada (risos), mas foi muito empolgante. Gostei muito dessa edição. Quanto mais ia passando o tempo, o nível das bandas ia se tornando altíssimo. Realmente eu me senti mais segura, porque já tive a experiência do ano passado. Percebi muito como funcionava a competição, o que acontecia quando dávamos um “sim ou não” para um candidato. Nós precisávamos ser mais estratégicos pra tentar colocar as melhores bandas na final. Por isso, me tornei mais criteriosa na hora de votar. Claro que o coração sempre ficava doendo, porque é um trabalho meio cruel ser jurada. Julgar as bandas, mexer mais ou menos com o sonho das pessoas, é complicado, mas também gratificante e gostoso de fazer. E o fato dele ter sido exibido aos domingos, também foi ótimo porque acabou agregando mais público para o programa. Esse é um horário mais familiar, mais tranquilo para as pessoas assistirem. Foi um legado deixado pelo “The Voice Kids”. Eles estrearam neste horário e deu muito certo, por isso, o “Superstar” quis entrar nessa grade também. Eu também estava mais disposta neste horário. Claro que eu sentia muitas saudades do meu pequeno (Théo, filho) né?!
Durante o programa, você também parecia ter mais interação com o Paulo Ricardo e a Daniela Mercury…
Ah, era ótimo, tudo super descontraído, nós fazíamos piada o tempo inteiro nos bastidores. O programa era ao vivo, então era um meio corrido, e nós não tínhamos muito tempo para brincadeiras, mas quando estávamos juntos, era um clima de muita amizade e descontração. Por causa dessa intimidade que eu tenho a mais com o Paul, já que fizemos o primeiro programa juntos, nós trocamos mensagens pelo whatsapp. Nós nos tornamos amigos. Eu gosto de ser assim, espontânea e brincar mesmo. Eu acho que às vezes algumas pessoas não estão muito preparadas para este tipo de coisa.
Você comentou sobre sentir saudades do Théo nos momentos em que estava gravando. Como você tem mantido sua agenda de shows e maternidade?
Eu acabei de lançar o CD e DVD (Meu Canto) ao vivo que estava em processo de finalização, em também iniciei minha turnê. É muita coisa, mas eu tento ser organizada com os meus compromissos pra poder priorizar o que é mais importante de fato, que é estar com o meu filho. Graças a Deus eu tenho conseguido. Sempre que possível, como na semana passada, por exemplo, em que eu fiz uma capa de revista, e pude levá-lo comigo. Sempre que existe a possibilidade de ter um esquema mais tranquilo, que não seja sofrido pra ele, eu o levo junto, e fica um pouco mais fácil. Até nas gravações do programa. Lá tinha uma estrutura superbacana.
Já que estamos falando sobre o pequeno Théo, o que mudou na sua vida como mulher? Diria que se sente mais completa com a chegada dele?
Muito mais completa, feliz e realizada. Estou vivendo um momento maravilhoso na minha vida. É o melhor, sem sombras de dúvida. Quando nos tornamos mãe, pensamos primeiramente em nosso filho, e só depois em nós. O Lucas (Lima, marido) é um superpai e ajuda a cuidar muito bem do Théo. Posso confiar 100% nele. Quando estou ocupada me dedicando às outras atividades, o Lucas quando está presente procura cuidar do nosso filho. Ele também ajuda na hora de trocar fraldas. Mesmo viajando muito, por conta do trabalho, quando ele retorna, procura ficar com ele. É um excelente pai, melhor do que eu imaginava. É claro que eu já imaginava que ele seria um ótimo pai, mas superou minhas expectativas.
Mesmo descrevendo todas essas maravilhas sobre a maternidade, você encontrou algum desafio ou dificuldade por ser mãe de primeira viagem?
Na verdade, acredito que não tive dificuldades, porque quando nós amamos desse jeito, nada é difícil. Na hora que você está passando por algo, até sente, mas depois que passa, esquece. Percebi muito isso em mim. É óbvio que fiquei muitas noites em claro no começo. Nos primeiros dias então… Fiquei muito esgotada, porque no dia em que ele nasceu, dormi apenas duas horas e no outro foram três. Não conseguia dormir mais do que isso, porque tinha que acordar para amamentá-lo. Eu não conseguia fazer mais nada, mesmo com ele dormindo. Hoje consigo conciliar melhor e fazer de tudo. Outro dia minha mãe estava em casa, e eu comentei sobre as atividades que eu faria naquele dia. Ela olhou pra mim e disse: “Você não vai conseguir fazer tudo isso, não vai conseguir dormir.” Eu comentei que não tinha problema. Engraçado, porque antes dormir era sagrado pra mim, ainda mais eu que canto, preciso da minha voz, mas tornou-se coisa do passado.
Agora que você comentou sobre a sua mãe, nós sabemos que vocês duas têm uma relação muito forte, muito bonita. O que você diria que aprendeu com ela, e hoje que você tem filho, gostaria de passar pra ele?
Não consigo falar apenas em um aprendizado. Minha mãe é muito exemplar, não é o tipo de pessoa que manda, ensina e pronto. Ela dá exemplos. Sempre foi uma pessoa com muita conduta na vida, com os valores e princípios bonitos, que me inspiram muito. Hoje que sou adulta, ela confia muito no trabalho que fez. Nós somos muito amigas, conversamos, uma desabafa com a outra. É um relacionamento maduro em que existe um carinho muito grande, mas não só de mãe e filha.
Você começou a cantar ainda na infância e hoje tem uma carreira exemplar. Quais foram as principais mudanças na sua vida?
Estou numa fase muito boa e feliz. Até agora tudo o que eu fiz, foi planejado e sonhado. Estou conseguindo realizar a minha carreira. Sinto uma satisfação muito grande. Estou plantando e colhendo os frutos ao mesmo tempo, com um público já estabelecido e definido. Sei quais são as pessoas que se identificam com o meu trabalho. Eu sei qual é o meu lugar. Amo o que eu faço, e tudo que envolve música me deixa feliz. Estou aproveitando as oportunidades, tendo ideias e executando sempre que possível. Assim vou levando. Daqui pra frente só alegria. Quero continuar neste ritmo, fazendo discos, compondo, cantando, fazendo shows e filmes quem sabe num futuro próximo. Avalio a minha trajetória com muita alegria e satisfação. O que de fato mudou na minha vida, em relação a minha carreira, fui eu. Não que eu seja outra pessoa, sou a mesma artista, mas estou num momento diferente. Tudo acaba influenciando diretamente no meu trabalho. Quando lancei “Manuscrito” (2010) eu ainda estava encontrando o meu caminho, o meu som e a artista que sou hoje. Tudo isso levanta questionamentos, dúvidas, conflitos e ansiedades. Acaba refletindo na minha música. A vivência, a experiência traz bagagens diferentes, novas percepções e mais segurança. Estou num momento mais maduro na minha carreira. O clima acaba ficando diferente.
Desde a infância você mostrou que seguiria os passos do seu pai e que seria sucesso. Quais foram as pessoas que mais te influenciaram nessa construção?
Eu não tenho nenhuma cantora como modelo, ou exemplo que me inspire, mas também não sei onde quero chegar. Onde estou neste momento está muito bom. Se eu continuar assim, será ótimo! Estou super feliz e realizada. Não tenho objetivo de, por exemplo, com 40 anos ter feito isso ou aquilo. Quero continuar a minha carreira. Meu pai foi a minha primeira influência musical, meu primeiro ídolo.
Já faz um tempo, mas surgiram algumas notícias que você faria um musical (“Presença de Anita”) no teatro. Essa proposta é verdadeira? Você realmente ficou sabendo de algo?
Eu não sei, não ouvi mais nada sobre este assunto. Foi uma pessoa que me perguntou durante a coletiva do “Superstar” se eu realmente faria. Não sei nem como ele se lembrou dessa história, porque já tem mais de três anos. Não ouço mais nada sobre este assunto, nem se o musical vai rolar mesmo, nem se eu faria o papel da Anita. Não sei. Eu o Manoel Carlos (escritor) temos uma simpatia mútua. Admiro muito o trabalho dele, assim como ele admira o meu também. Em algum momento, pode ser que role uma parceria entre nós. Eu amo atuar, então estou esperando o convite.
Você já demonstrou seu talento também na televisão e no cinema, fazendo trabalhos com personagens bem diferentes um do outro. Que tipo de filme mais te atrai?
Nós vamos crescendo e o nosso gosto vai mudando ou se definindo, na verdade. Eu tenho um gosto bem eclético e adoro cinema. Acredito até que sou cinéfila. Posso ver desde ficção científica futurista cheia de produções, até um filme noir mais lado B, francês ou ucraniano, que eu vou gostar do mesmo jeito. Gosto de cinema e esse universo me encanta. Sou apaixonada por arte, cultura em geral, principalmente cinema, independente do gênero, encanto-me muito. Gosto muito de atuar e não coloco muitos limites quando faço um trabalho.
Aliás, como sempre você demonstra bom gosto quando o assunto é estilo. Você conta com a ajuda de um personal stylist?
Hoje, por exemplo, fui eu que escolhi. Sou bem prática, e não procuro dedicar muito tempo pra isso. Sou um pouco vaidosa sim, mas na medida como toda mulher, ou pelo menos a maioria. Gosto de dar atenção pra este lado mulherzinha, mas não é algo que ocupe tanto o meu tempo. Com a maquiagem é a mesma coisa. Sou eu mesma que faço também. O que eu não sei fazer é um cabelo mais elaborado, mas uma escova simples eu sei. É engraçado porque vou mudando conforme vai dando na telha, literalmente (risos). Toda hora eu mudo o cabelo, faz parte da minha fase atual.
Você disse que a sua rotina está bastante intensa, mas tem conseguido praticar alguma atividade física para manter a boa forma?
Eu tenho que agradecer muito a minha genética, porque meus pais são magros. Eu não tenho tendência nenhuma a engordar. Controlo, faço uma alimentação balanceada e saudável. Claro que tenho algumas exceções. Enfio o pé na jaca de vez em quando. Amo chocolate. Não como todos os dias, mas pelo menos dia sim outro não. Antes do Théo nascer eu fazia musculação e aulas de box. São cuidados que todo mundo tem que ter. Quando sobra um tempinho eu procuro fazer atividade física.
texto: Ester Jacopetti