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Post: Cauã Reymond em entrevista especial

Cauã Reymond em entrevista especial

Cauã em cena de “Reza a Lenda”, seu recente filme que estreou em janeiro

Quem não se lembra de Cauã Reymond interpretando ‘Maumau’ em “Malhação” há exatos 13 anos?! Bem diferente do que o ator está hoje, por onde passa não se ouve outra coisa a não ser elogios, não só por seu belo físico, mas pela dedicação com seus personagens, tanto no cinema como na televisão. Sem muito tempo para descansar, o ator que vem trabalhando bastante nos últimos anos, desde quando começou sua carreira já acumula mais de 30 personagens. “Estou ficando mais velho e, com isso, os papéis estão mudando também. Saem do contexto comum, do mocinho da novela, e do herói da história. É um desejo meu! Procurei por esses papéis e está sendo ótimo poder fazê-los. É muito bom trabalhar! Acredito que você ganha horas de câmera, como um piloto que ganha horas de voo”, diz Cauã, que acaba de encerrar “A Regra do Jogo” na TV e vive no cinema o líder de um grupo de motoqueiros, em “Reza a Lenda”. “Eu queria entender como ele se relacionava. Foi um momento muito pessoal e a partir daí, comecei a ter uma relação muito diferente com a minha espiritualidade. Foi muito especial a construção deste personagem. Por ser um homem muito silencioso, criei alguns gestos que eu mantive na minha vida, porque achei muito sincero e bonito. Nasceram em mim, com muita naturalidade”, comemora o ator, que chegou a tirar carta de moto para interpretar Aras no cinema, mas preferiu não arriscar, especialmente nas cenas que exigiam certas habilidades com o veículo em alta velocidade. “Antes de nós começarmos a gravar, eu tomei um tombo. O meu pé ainda dói um pouco. Hoje em dia tomar um tombo, e ficar três meses parado, na minha profissão é impossível, ainda mais com a rotina de trabalhos que nós temos”, completa. O ator pretende em breve começar as filmagens de “Dom Pedro I”. Entretanto, sabe-se pouco sobre este novo projeto. O que temos certeza é que será mais um grande sucesso, já que conta com sua participação. Confira a entrevista completa que ele concedeu à Revista Regional:

REVISTA REGIONAL – O Juliano (“A Regra do Jogo”) foi um mocinho assim como o Jorginho foi em “Avenida Brasil” (2012). Você consegue fazer um paralelo entre estes dois personagens, que inclusive foram escritos pelo mesmo autor (João Emanuel Carneiro)?

CAUÃ REYMOND – Consigo! Os dois eram mocinhos, mas o Jorginho era um personagem lunar, problemático psicologicamente, desestabilizado e era um menino. Não deixava de ser filho do Tufão (Murilo Benício). Em “A Regra do Jogo”, o Juliano era um cara mais velho, que já passou pela cadeia, um homem mais vivido. Era um personagem já amadurecido, não tão desestabilizado, pelo contrário, com um foco, um ponto a ser seguido, que era conseguir ajudar as outras pessoas.

A Grazi Massafera arrasou com o personagem que ela fez em “Verdades Secretas” (2015). Você conversou com ela sobre este trabalho?

Ela foi muito bem! Já dei os parabéns, ela tem sido ótima! Vi que muitas pessoas a elogiaram e eu fiquei muito feliz. Ela sempre foi uma grande profissional. Ganhou um personagem diferente, ainda mais quando ela vinha de personagens que eram só mocinhas.

Mais recentemente você estreou o filme “Reza a Lenda”, em que pilota uma moto em alta velocidade. Essa preparação foi específica para o personagem?

Eu tirei a habitação pra poder pilotar a moto, mas não adiantou muito, porque antes de nós começarmos a gravar, eu tomei um tombo. O meu pé ainda dói um pouco. Adoro motos, mas sou

super medroso, e hoje em dia tomar um tombo, e ficar três meses parado, na minha profissão é impossível, ainda mais com a rotina de trabalhos que nós temos. Mas eu adoro motos e fiquei muito feliz. A minha parceira de cena (Luísa Arraes) andou muito na minha garupa, e nós curtimos muitos momentos e paisagens bonitas pelos cenários que nós filmamos, principalmente nas regiões das eólicas. Este dia foi bem especial! Não ficou tanto no filme, como ficou na nossa cabeça, porque foi um dia muito especial, o clima, tudo era muito perfeito.

Mas algumas cenas do filme são bem intensas e em alguns momentos seu personagem empina a moto. Você usou dublê?

Algumas cenas sou eu mesmo que faço. Lembro até hoje de um momento muito engraçado, porque nós estávamos filmando no posto de gasolina. Eu tinha que dar uma volta e entrar pra fazer a cena. A Luísa estava na minha garupa. Perguntei se ela estava preparada, e ela disse que sim. Fiz a volta, e eu estava pilotando a 120 por hora e me senti o máximo, incrível porque eu estava pilotando com ela. Quando filmamos a cena e eu tirei o capacete, ela bateu no meu ombro, e perguntou se eu estava com a autoestima boa (risos). Eu estava me exibindo (risos).

O ator encerrou as gravações da novela de olho em novos projetos no cinema, como o longa “Dom Pedro I”, em fase de pré-produção

Seu personagem é líder de um bando armado que é movido pela fé para recuperar uma santa. O que você considerou essencial para buscar humanidade no personagem?

Eu vejo o Ara como um personagem criado numa situação extremamente árida, passando por muitas dificuldades. Um cara preparado pra tudo! Pra fazer chover no sertão e poder acabar com a seca e a fome e construir internamente também, porque pra ele é importante ter sua própria história, dar continuidade ao casamento e ter filhos. Ele precisava terminar este assunto, até porque foi a forma que ele aprendeu. Claro que é uma situação fictícia, nós estamos neste universo criado de histórias em quadrinhos, que nós trazemos para o cinema, e que o Homero (Olivetto, diretor) tem desde muito jovem na cabeça dele. Não vejo o Ara de forma tão radical, tem o uso da arma, mas é entretenimento mesmo. Este filme propõe um universo fictício que se assemelha ao sertão que nós temos, que tem a fome e a seca, mas não deixa de ser um sertão inventado.

O que fica em evidência no filme é a fé do personagem, mas também a resistência e a aceitação. Como você descreveria essa jornada?

Em relação à questão da fé, foi uma das primeiras coisas que eu construí, e me ajudou bastante porque eu queria entender como este cara se relacionava. Foi um momento muito pessoal e a partir daí comecei a ter uma relação muito diferente com a minha espiritualidade. Foi muito especial a construção deste personagem. Era uma das coisas que eu mais conversava com o Homero, principalmente por ser um homem muito silencioso, e eu nunca tinha feito algo parecido. E ao mesmo tempo, tendo essa comunicação que acontecia através das sensações e dos outros falando à minha volta. Criei alguns gestos que eu mantive na minha vida, porque achei muito sincero e bonito. Nasceram em mim, com muita naturalidade. Eu fico até tocado, porque o nosso filme fala sobre triângulo amoroso, ação com vários momentos bacanas, a fotografia do Marcelo (Moscardi) é muito bonita, mas na questão da fé, eu procurei dar uma densidade dramática para o personagem, que é tão silencioso. Gostei muito de dialogar com este assunto e gostaria de fazer próximos projetos que também tenham estes diálogos. Um estudo bacana que nós fizemos foi procurar encontrar em conjunto pra que todo mundo entendesse que religião é essa e para quem

nós estávamos rezando, o que nós estávamos buscando, mas não só os atores, mas todo mundo que fez parte do grupo e que, às vezes, não necessariamente teve um lugar de destaque na tela. Durante os ensaios todo mundo tinha o mesmo destaque, o mesmo tamanho, e isso fazia sentirmos como um bando. Foi muito especial!

Alguns atores estão investindo também em produção. Neste filme, com você não foi diferente. Como surgiu a ideia de participar dos “bastidores” no cinema?

Eu fui o primeiro a ser convidado para fazer este filme. Eu tenho um sócio, que é o Mario Canivello e nós dois propomos a parceria. Nós entramos de certa forma, ajudando na produção, mas quem tocou mesmo o projeto foram a Kiki (Cristiane Lavigne) e a Bianca (Villar). É claro que é legal ter um diálogo diferenciado com o diretor, poder participar, emitir opinião sobre o que você achou legal no primeiro tratamento, observar para onde vai o segundo… Conversar com os colegas que virão trabalhar e qual o rumo e a temperatura que o filme precisa ter… É muito gostoso! É sempre bom participar e aprender. Estou começando a produzir agora. Participei do “Alemão”, “Tim Maia” (2013) e “Se Nada Mais Der Certo” (2008) e estamos na empreitada de “Dom Pedro I”. Estou cada vez aprendendo mais.

Seus trabalhos na televisão têm tomado um novo rumo em relação aos personagens que têm sido mais maduros. Como tem sido essa experiência?

Estou ficando mais velho e, com isso, os papéis estão mudando também. Saem do contexto comum, do mocinho da novela, e do herói da história. É um desejo meu! Procurei esses papéis e está sendo ótimo poder fazê-los. Eles estão aparecendo! É muito bom trabalhar! Gosto muito de estar no set de filmagem. Acredito que você ganha horas de câmera, como um piloto que ganha horas de voo. Estão surgindo convites muito bons.

Quando você tem um tempinho das gravações, corre para o mar para praticar o surfe que se tornou uma das suas paixões. Como você faz para encaixar as atividades físicas na sua rotina?

O surfe é um esporte muito saudável, e o melhor é que você entra em contato direto com a natureza, mas também cansa bastante. Principalmente, dependendo do tamanho das ondas que você pega, mas também é importante praticar um pouco de musculação. Gosto de fazer natação porque a água me relaxa e consigo dormir melhor. Estou me tornando um profissional, porque quando eu viajo, consigo levar a minha bola de pilates e meu elástico. No meu carro eu procuro carregar roupas para malhar, tênis e até mesmo a minha prancha. Meu carro acaba virando um armário. Vou me encaixando de acordo com as possibilidades. Já sei mais ou menos quanto tempo levo para fazer cada atividade física.

 texto: Ester Jacopetti

fotos: Tv Globo/Divulgação

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