Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio (Columbus) comprovaram que o estresse engorda. O estudo foi realizado com 58 mulheres, com média de 50 anos. As participantes foram acompanhadas de perto e, além de responderem a vários questionários, entre eles avaliação de sintomas depressivos e atividade física, receberam uma refeição rica em gorduras (930 calorias, 60 gramas de gordura). Após a mesma, foram medidos o metabolismo e os valores sanguíneos. As participantes que passaram por situação de estresse no dia anterior à refeição queimaram, em média, 104 calorias a menos durante as sete horas após a refeição. Além disso, a insulina atingiu picos altíssimos e só diminuiu, para os mesmos níveis de insulina nas mulheres não estressadas, após outros 90 minutos. No caso das participantes com quadro de depressão, elas apresentaram o pico mais alto de triglicerídeos. Segundo o endocrinologista e nutrólogo Joffre Nogueira Filho, especialista em obesidade, o aumento da insulina (por sete horas mais uma hora e meia após o estresse) faz com que o organismo armazene mais rapidamente o alimento ingerido, além de dar preferência ao consumo de carboidratos e, consequentemente, ter fome mais precocemente. “Durante a experiência só foi medido o gasto calórico, pois a refeição estava controlada e padronizada. Garanto que na vida real, a ingestão de calorias teria sido muito maior e de pior qualidade, resultando em um maior ganho de peso”, explicou o médico. Com base nos resultados da pesquisa, no decorrer de um ano, a combinação de metabolismo desacelerado, refeições ricas em gorduras e pessoas estressadas poderia resultar em um ganho de cinco quilos. Nos homens, segundo dr. Joffre, por terem mais massa muscular e um metabolismo mais alto, isto é, queimam mais calorias para manter o organismo funcionando, provavelmente o resultado seria menor.
foto: BIRF