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Post: Giovanna Antonelli em entrevista especial

Giovanna Antonelli em entrevista especial

Giovanna Antonelli vive Atena em “A Regra do Jogo”

Dona de um repertório profissional riquíssimo, a atriz que já acumula duas décadas de muitas histórias, conta nesta entrevista, não só sobre seu trabalho na TV, mas a gratificação de poder ajudar as pessoas

Não é à toa que ela está com brilho nos olhos e sorriso de orelha a orelha. De volta ao horário nobre da televisão, Giovanna Antonelli interpreta Atena em “A Regra do Jogo”, personagem principal da trama, escrito por João Emanuel Carneiro. “Foi ele que me deu minha primeira vilã”, comentou ela, com entusiasmo, relembrando Bárbara, sua personagem da novela “Da Cor do Pecado”, exibido em 2004. Feliz por reencontrar alguns colegas de profissão, Giovanna também comemorou a parceria com o ator Alexandre Nero, com quem já fez par romântico na novela “Salve Jorge” (2012) no qual caiu nas graças do público. “Ele foi um presente pra mim nesta novela. Não poderia ser outra pessoa pra eu trabalhar. Nós temos uma química, nos damos super bem, um escuta o outro, nós jogamos juntos”, disse. Loira, linda, poderosa, sedutora, dona de um caráter duvidoso, como boa golpista, ela gosta de aparentar e ostentar. Assim é Atena, a personagem que vem conquistando o público, apesar das vilanias. “Todo vilão também tem um lado bom. Ninguém é 100% mal. Nós temos ímpetos de bondade e maldade. Uma pessoa má pode sim, fazer uma boa ação, mesmo torta, ou mesmo que não saiba que esteja fazendo algo bom. O ser humano tem milhões de facetas. Não dá para tachar uma pessoa numa coisa só”, defendeu. Além do trabalho na televisão, a atriz também consegue tempo para se dedicar especialmente ao bazar que leva o seu nome, que aconteceu pelo quarto ano consecutivo. “É muito gratificante! Primeiramente por estar realizando algo que vai atrair as pessoas, justamente para ajudar outras. Principalmente nos dias de hoje, em que vivemos num mundo individualista, e as pessoas mal olham para o próximo”, disse orgulhosa.

REVISTA REGIONAL: Nós sabemos que a rotina do ator quando começa um trabalho, principalmente novela do horário nobre, é bastante cansativo. Normalmente como você consegue dar conta de tudo?

GIOVANNA ANTONELLI: Titia rala (risos). Existem períodos mais turbulentos de muito trabalho em todos os sentidos. Dentro da televisão, fora dela, projetos que eu vou tocando. São meses preparando a minha família. O meu marido (Leonardo Nogueira) também tem uma vida bastante agitada, agora, por exemplo, ele está num momento de estreia também. Neste sentido, nos entendemos muito bem e explicamos para as crianças, mas sempre que surge uma folga, estamos todos juntos, procurando priorizar a nossa família. Nem que seja num domingão para acordarmos juntos, irmos ao teatro, almoçarmos, pularmos amarelinha. Eu acredito na qualidade, porque às vezes você está todos os dias, mas não está presente. Só penso que no próximo ano, terei o meu momento de férias com as crianças. Por enquanto, é aquele trabalho de formiguinha que rala no verão para curtir o inverno. No meu caso, trabalho no verão e no inverno, mas estou feliz de qualquer maneira!

Em “A Regra do Jogo”, a Atena é tida como vilã, mas alguns atores insistem em dizer que seus personagens não são vilões, mas pessoas de caráter duvidoso. Como você a descreveria?

Ela é uma mulher amoral, completamente livre, não tem um caráter muito reto, mas tem muito humor, é divertida, rápida e inteligente, mas teve um passado miserável nos arredores de Brasília. Ela começou clonando cartões de crédito e falsificando assinaturas. Apesar de ganhar dinheiro rápido, gasta muito rápido também. Ela tem umas tintas muito bacana. Foi um presente como atriz para eu poder trabalhar e brincar. Todo vilão também tem um lado bom. Ninguém é 100% mal. Nós temos ímpetos de bondade e maldade. Uma pessoa má pode sim, fazer uma boa ação, mesmo torta, ou mesmo que não saiba que esteja fazendo algo bom. O ser humano tem milhões de facetas. Não dá para tachar uma pessoa, numa coisa só. O material humano é maravilhoso. Eu tenho amigos superinteligentes que me serviram de inspiração com certeza.

Nos eventos você está sempre muito linda. Você se considera uma mulher consumista? Aliás, quais são as peças da sua personagem que caíram no gosto popular?

Eu não sou nada consumista, sou superconservadora. Na verdade, depois que eu tive filho, gasto mais dinheiro com eles do que comigo. Estamos sempre pensando no outro. Quanto ao personagem, tem muita coisa legal! Nós estamos fervilhando de ideias e muitas novidades para a Atena. O figurino dela é de uma mulher de muita personalidade. Ela usa muito preto, branco e vermelho. Adora brincos, colares, anéis e pulseiras. Ela gosta de joias. É uma mulher sexy e gosta de roupas assimétricas que valorizam os decotes e os modelos mais colados no corpo, como bodies. Mas é claro que, quando entramos num trabalho, nunca sabemos o que vai acontecer. É óbvio que as expectativas são as melhores, porque nós nos dedicamos, nos doamos, temos um tesão absurdo em fazer este trabalho, mas nunca sabemos o que vai acontecer. A minha dedicação está sendo profunda. Estou amando e acima de tudo, me divertindo muito. Foi ótimo reencontrar o João (Emanuel, escritor) porque foi ele que me deu minha primeira vilã, no primeiro trabalho que eu fiz com ele, que foi a Bárbara (Da Cor do Pecado, 2004). Faz dez anos que trabalhamos juntos e sinceramente era um sonho voltar numa novela dele. Tem também a Amora (Mautner, direção de núcleo) que eu admiro e adoro trabalhar com ela. Nos divertimos muito e temos uma troca muito grande. O Nero (Alexandre, ator) que eu nem preciso falar, que foi um parceiro, um presente pra mim nesta novela. Não poderia ser outra pessoa pra eu trabalhar. Nós temos uma química, nos damos super bem, um escuta o outro, nós jogamos juntos. Poxa, um elenco e uma equipe maravilhosa. Estou muito feliz!

Para viver Atena você precisou mudar as cores do cabelo. O que você tem achado dessa mudança? Gostou?

Adoro mudar e o público está sempre esperando uma novidade, sobre os cabelos dos artistas, do tipo: O que vem agora? Sempre penso nas mudanças em função do público, se eles vão gostar de me ver de maneira diferente. Eu preciso me reinventar. É necessário trazer o novo! Também coloquei um pouco de megahair aqui na frente. Meus cabelos estavam na cor tabaco e, por isso, nós fizemos uma mudança total da cor. O Anderson Couto (cabeleireiro) é um gênio para fazer transformações de morena para loira. Para cada mulher existe um tipo de loiro diferente, que não é o mesmo para todas. Ele escolhe o que é ideal para você! É muito específico. Eu super curti o resultado! E a Atena tem muita personalidade, muito estilo trazendo moda também, referências nos acessórios, nas roupas. Não consigo eleger uma única peça porque gosto de muitas.

O que você diria que não pode faltar no seu nécessaire?

Gosto muito de cílios, tudo que tem rímel ou postiços eu adoro, mas não sou uma pessoa que se maquia muito, porque devido ao trabalho, estou sempre maquiada. Por isso, naqueles dias de folga, deixo a pele respirar passando apenas um creme hidratante.

Nas redes sociais você compartilha com os fãs as suas atividades físicas, mas em relação a sua alimentação como é? Consegue comer de maneira saudável com a correria do a dia a dia?

Faço crossfit há quase dois anos. É uma rotina de exercícios que pratico há algum tempo, mas vou quando é possível. Essa semana, por exemplo, matei todos os dias. Às vezes acontece de acumular muito trabalho, mas geralmente tento ir pelo menos umas três ou quatro vezes por semana. Essa quantidade está de bom tamanho! Em relação à alimentação, eu tenho um restaurante no Rio de Janeiro chamado “Pomar Orgânico”, que é a base da alimentação saudável. Moro perto do restaurante, então eu passo por lá, pego o meu almoço e levo para o Projac. Aproveito e faço meu mercado lá também. É óbvio que procuro me alimentar cada vez mais, de maneira saudável. Sempre digo que alimentação não é apenas uma tendência de momento. Dieta não é só uma tendência. Sinto que as pessoas estão criando novos hábitos alimentares. Nós vamos levando para a nossa vida, mas é claro que eu vou sentar para tomar um vinho, comer uma massa. Não sou radical! A vida é peso e medida. Vou comer um prato de brigadeiro com os meus filhos? Vou! Inteiro! É um barato! Eles sempre brincam e me chamam pra fazer caldo de feijão (risos). Nós temos as nossas brincadeiras. Deu mole aqui e comeu mais? Agora, um dia compensa o outro né?! Durante a semana eu tento ter uma alimentação extremamente saudável. Não saio à noite, tenho uma vida regrada e nos finais de semana eu me permito, me divirto.

Esse é o quarto ano que você organiza um bazar beneficente para ajudar instituições. Como e quando surgiu a ideia deste projeto?

Surgiu num grupo de amigas, onde pensávamos que poderíamos ajudar algumas pessoas. Uma amiga mostrou como funcionava as instituições. Quando fazemos o bazar no Rio de Janeiro, a instituição escolhida é a da cidade, em São Paulo é a mesma coisa. Tem sempre um amigo que ajuda e que indica. A equipe do bazar vai até lá, apura, vê se realmente precisa e assim vai fazendo as escolhas, de quem necessita mais no momento. Nós estamos tentando fazer pelo menos duas vezes por ano, São Paulo e Rio de Janeiro, por enquanto. No ano passado conseguimos apenas em São Paulo, mas esse, se Deus quiser vamos conseguir fazer no Rio também. Sabemos que é um ano muito difícil na economia, as pessoas estão recuadas. É muito mais difícil pra fazer acontecer, até porque para levantarmos uma estrutura, temos custos, e precisamos da boa vontade de muita gente, mas às vezes ela até tem, só não tem capacidade por causa da estrutura financeira. É uma dificuldade muito grande, mesmo sendo um projeto social, nós não temos muito incentivo neste país. É uma ralação, mas que vale a pena. Esse é um projeto do coração. Não desistimos do sonho de mover essa corrente do bem, de correr atrás, mesmo diante de tanta catástrofe que estamos vivendo no nosso país. Juntamos pessoas que estão a fim de ajudar, são elas que contaminam de alguma forma, que sentem a vontade de fazer a diferença. Por isso, que em toda edição do bazar nós escolhemos quatro ou cinco, porque não adianta pegamos 100 ou 150 mil, que é o que nós ganhamos em quatro dias, e dividir para 30 instituições. Dessa forma, não vamos conseguir mudar a vida das pessoas. Em cada bazar nós vamos mudando as ONGs, mas pode ser que voltemos numa que já passou por aqui. É legal porque nós não doamos dinheiro, nós entregamos o serviço pronto para a pessoa. Espero que possamos crescer cada vez mais e, quem sabe, levar o bazar para outras cidades.

Que sensação fica sabendo que você está ajudando essas pessoas? Como você se sente ao ver que o trabalho foi concluído?

É muito gratificante! Primeiramente por estar realizando algo que vai atrair as pessoas, justamente para ajudar outras. Principalmente nos dias de hoje, em que vivemos num mundo individualista, e as pessoas mal olham para o próximo. Acredito que todas essas pessoas que passaram pelo bazar foram com o intuito de ajudar alguém. Fico orgulhosa só de fazer parte dessa organização. Essa é uma premissa básica. Depois vem outras condições, mas esse é o princípio mais importante. Fazer essa corrente do bem ficar cada vez maior. Nós temos noção do passo que podemos dar. Se tivermos que crescer, que seja ao longo de dez anos, com uma estrutura sólida. Em todo bazar a gente apanha, num bom sentido. Nós estamos aprendendo. Nesta quarta edição, foi a primeira vez que colocamos roupas masculinas e de crianças. Pouco a pouco, vamos melhorando. Investimos em cabides porque tínhamos que alugar, hoje só alugamos a arara. Depois que o bazar acaba, nós guardamos no depósito. É um trabalho estrutural que ninguém imagina, mas o prazer é muito grande, porque o que não falta são pessoas que se habilitam para participar do mutirão. Hoje, 90% das peças são doações de lojas e 10% de amigos mais chegados, famílias, pessoas famosas ou não.

 

texto: Ester Jacopetti

fotos: TV Globo/Divulgação

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