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Post: Dr. Drauzio estreia na Revista Regional

Dr. Drauzio estreia na Revista Regional

 

: Sucesso nas séries do “Fantástico”, da Globo, dr. Drauzio passa a colaborar também com a Revista Regional

Com exclusividade na região, o médico, escritor e apresentador de TV assinará uma coluna mensal sobre saúde na edição impressa da Regional

Considerado o médico mais popular do Brasil, dr. Drauzio Varella tem a incrível facilidade de traduzir a linguagem médica para a grande massa. Tantos problemas de saúde -difíceis de serem compreendidos pela população- puderam ser decifrados pelo profissional ao longo dos últimos anos através da mídia, principalmente do programa “Fantástico”, da Rede Globo. Essa habilidade em tratar de assuntos intricados vem desde o começo da carreira. Dr. Drauzio foi um dos pioneiros no tratamento da Aids, no país, em especial do Sarcoma de Kaposi. Na década de 80, precisamente em 1986, com auxílio do jornalista Fernando Vieira de Melo, iniciou campanhas para esclarecer sobre a então nova doença que vinha vitimando milhares pelo mundo, a Aids. Primeiro através da rádio Jovem Pan AM, depois pela 89 FM de São Paulo.  Três anos mais tarde, ele começou uma pesquisa sobre a prevalência do vírus HIV na população carcerária do antigo Carandiru. De 1989 até a desativação da casa de detenção, em 2002, Drauzio trabalhou como médico voluntário. Foi quando levou as histórias do presídio para o grande público com o livro “Estação Carandiru”, ganhador do Prêmio Jabuti de 2000, e que originou o clássico do cinema brasileiro, “Carandiru”. Atualmente, ele desenvolve projeto semelhante na penitenciária feminina de São Paulo.

Como sua formação é de médico cancerologista (formado pela USP), ele dirige na Amazônia, região do baixo rio Negro, um projeto de bioprospecção de plantas brasileiras com o intuito de obter extratos para testá-los experimentalmente em células tumorais malignas e bactérias resistentes aos antibióticos. Esse projeto, apoiado pela Fapesp, é realizado nos laboratórios da Unip (Universidade Paulista) em colaboração com o Hospital Sírio-Libanês. Na Rede Globo, onde ficou ainda mais conhecido do grande público, Drauzio já participou das séries sobre o corpo humano, primeiros socorros, gravidez, combate ao tabagismo, planejamento familiar, transplantes e, recentemente, sobre Síndrome de Down, exibidas no “Fantástico”. Na literatura, é autor de diversas obras, além de “Carandiru”, como “Aids Hoje” (em colaboração com os médicos Antonio Fernando Varella e Narciso Escaleira), “Macacos”, “Maré – Vida na favela” (co-autoria: Paola Berenstein, Ivaldo Bertazzo e Pedro Seiblitz), “Por um Fio”, “Borboletas da Alma”, “O Médico Doente” e “Cabeça do Cachorro” (com Araquém Alcântara e Jefferson Peixoto), além dos infantis “Nas Ruas do Brás” e “De Braços Para o Alto”.

Desde o mês de outubro, dr. Drauzio passa a colaborar também com a Revista Regional. Ele terá uma coluna mensal na edição impressa onde tirará dúvidas sobre diversos assuntos relacionados à saúde e atualidade.

  Revista Regional – O senhor é certamente o médico mais popular do país na atualidade, responsável por decifrar e, de certa forma, popularizar a medicina na TV e na mídia em geral. Quais têm sido os resultados ao longo desses anos? Há um feedback nas ruas ou hospitais? Podemos dizer que hoje o brasileiro está melhor informado sobre a saúde de forma geral: doenças, cuidados e também seus direitos e deveres?

Dr. Drauzio: O brasileiro está muito mais informado, embora a informação atinja de forma diferente todos os níveis da sociedade. O impacto da educação em saúde através da televisão é muito grande e a televisão, sim, atinge todas as classes pelo país.

A questão social do Brasil pode ser acompanhada pelo senhor diariamente, seja nas viagens ou nos trabalhos. Existe luz no fim do túnel? A saúde pública do Brasil terá conserto um dia?

Saúde pública perfeita não existe em nenhum lugar do mundo. Nós melhoramos muito nos últimos 30 anos, mas ainda existe um grande abismo entre as necessidades da população e o que o SUS consegue oferecer. Entretanto, o Sistema Único de Saúde brasileiro tem áreas que não ficam nada a dever à saúde pública dos países mais desenvolvidos. Por exemplo, temos o maior e mais completo esquema de vacinação gratuito do mundo; nosso programa de combate à Aids é imitado por diversos países e contamos com o maior programa gratuito de transplante de órgãos.

Ainda na década de 80, o senhor iniciou campanhas no rádio para esclarecer sobre a Aids. Hoje, infelizmente, por mais informações que a juventude tem, sabemos que os adolescentes ainda deixam de usar o preservativo. A que se deve isso e o que pode ser feito para reverter esse quadro que pode tornar-se preocupante futuramente?

Isso se deve à ignorância. Essa geração não teve a convivência com o ápice do problema, não viveu no tempo em que a Aids provocava mortes. A Aids era uma doença que não tinha tratamento. Hoje, com todas as pesquisas em torno dela e os medicamentos, ela acabou se tornando uma doença crônica. Você consegue conviver com o vírus por longos anos. Mas isso dá uma falsa ideia sobre ela, fazendo com que muitos jovens a enxerguem sem tanta preocupação.

A questão do Carandiru ainda é muito viva na memória do brasileiro e certamente na sua, também. Em vários momentos, na literatura, o senhor trouxe situações do sistema carcerário brasileiro. Pouco ou quase nada mudou desde então. Recentemente, o senhor se mostrou contra internar menores junto dos adultos nos presídios. O senhor, que já atuou de perto no sistema, acha possível uma saída para a crise penitenciária do Brasil?

Não vejo possibilidade nem a curto nem a médio prazo. Enquanto mantivermos essas leis antiquadas, uma sociedade desigual — que não oferece trabalho, informação para os jovens –, produziremos mais ladrões e criminosos do que a nossa capacidade de trancá-los na cadeia.

Falando em literatura, o que podemos esperar do Drauzio escritor para médio e longo prazos? Pode falar um pouco desses projetos?

Tenho dois projetos. Estou terminando de escrever um livro infantil chamado “Nas Águas do Rio Negro”, que fala sobre os mitos da Amazônia e figuras de folclore, para crianças de seis a oito anos. E a mais longo prazo, um livro sobre a experiência que tive nos últimos dez anos na penitenciária feminina de São Paulo.

 texto: Renato Lima

foto: TV Globo/Zé Paulo Cardeal

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