O doce de menina que ganhou destaque vivendo várias mocinhas na TV promete agora ser destaque no cinema
Preparando-se para viver uma trapezista no cinema, no filme de Cacá de Diegues [“O Grande Circo Místico”], a atriz Mariana Ximenes, que ficou dois meses em Portugal, conta que além da importância da boa preparação física, a personagem a desafia por tratar uma história dramática. “A personagem irá exigir muita concentração, porque ela tem uma história bem dramática. Não é comédia. Ela foi estuprada, tem filhas gêmeas. É um universo bem intenso, apesar de estar num ambiente circense”, conta. Nesta entrevista especial à Revista Regional, a global que protagonizou diversas novelas, fala sobre os principais desafios deste novo trabalho e dos quatro filmes que serão lançados ainda este ano e dos quais também participa.
REVISTA REGIONAL: Você acabou de completar 15 anos de televisão, foi destaque recentemente na série do ‘Fantástico’ [Eu que Amo Tanto] e também como uma vedete em ‘Joia Rara’, agora está fazendo uma trapezista no cinema… Você não para nunca?
MARIANA XIMENES: Foi bastante ousado e muito especial participar deste quadro do ‘Fantástico’. Farei agora um filme do Cacá Diegues e estou super animada, porque ele fez ‘Bye, Bye Brasil’ né?! A Margarete é uma trapezista. É impressionante porque você tem que ter muita força no abdômen e nos braços. A personagem tem uma particularidade que chamamos de portó que é a trapezista que segura a outra pessoa. Geralmente quem faz é o homem, porque é necessário ter muita força, porque é ele que carrega a outra pessoa. Você fica pendurada de cabeça pra baixo. Acredito que será necessário sim um dublê, mas estou me preparando para fazer as cenas. Qualquer atleta precisa de treino. Dá um pouco de ansiedade porque a gente nunca sabe o que vai acontecer no momento da filmagem, por isso eu me preparei antes.
Com certeza será uma personagem diferente de tudo que você já fez ao longo da sua carreira. É um desafio tornar-se uma trapezista?
Sim! E também não só porque ela é uma trapezista e uma atleta, claro que tem esse detalhe, porque exige muito treino e eu comecei a entender a mentalidade do circense que é muito bom. Comecei a frequentar a Escola Nacional do Circo e foi muito interessante. Eu fiquei comovida também com a personagem, não posso contar muito, mas ela tem uma carga dramática muito forte. Ela foi estuprada, tem filhas gêmeas. É um universo bem intenso, apesar de estar num ambiente circense. Lúdico né?! Por ser circo, mas vai ser animado… [risos]
Há quanto tempo você está se preparando? Você comentou que ficou forte que malhou e que exigiu dedicação…
Na verdade, sem rotina, porque eu parei pra fazer outro filme do Rui Guerra, então fui encaixando, mas tempo de dedicação foi de uns quatro meses.
Você tem postado nas redes sociais algumas fotos das suas viagens que têm sido incríveis. Como tem sido essa experiência?
Voltei de Fortaleza hoje, mas antes eu fui para o Amazonas pro casamento de um primo, mas é longe e desgastante. É maravilhoso. Depois fui para a Índia, meus amigos adoraram as fotos. Foi uma viagem muito bonita. Eu não tinha Instagram, estou viciada nesta novidade.
Para este ano, você já tem convites para protagonizar alguma novela na televisão?
Na verdade estarei fazendo o lançamento de quatro filmes para este ano. É muito louco porque também tem toda a divulgação, que também é um trabalho. Tem que viajar… Os filmes são: ‘Um Homem Só’, dirigido pela Claudia Jouvin – este filme eu também produzi, é meu bebê, meu orgulho, eu produzo junto com outros produtores, porque às vezes você se torna produtor associado que é diferente. Eu fiz ainda ‘A Vida em Tuas Mãos’ que tem direção do Roberto Gaefke, inspirado no livro chamado ‘Mãos de Cavalo’ do Daniel Galera -que é um escritor super jovem de Porto Alegre, muito legal. Depois eu fiz o ‘Zoom’, do Pedro Morelli, no qual filmei no Canadá com o Gael Garcia Bernal e o Jason Priestley.
Foi a primeira vez que você saiu do Brasil pra fazer um filme internacional?
Longa metragem sim, eu já havia gravado Passione [2010] dois meses na Toscana [Itália], mas não é a mesma coisa. Foi um filme falado em inglês. Foi um desafio falar em outro idioma. Eu tive que aperfeiçoar mais porque interpretar em outra língua não é mole.
Podia ter sotaque brasileiro?
Podia, mas de qualquer maneira a gente tenta apurar mais um pouquinho.
Você comentou sobre vários filmes que pretende estrear ainda este ano. Pretende seguir uma carreira internacional como o Rodrigo Santoro?
Sim, mas ao mesmo tempo em que eu penso… É porque o Rodrigo se dedicou admiravelmente. É impressionante! Ele dedicou-se, sumiu durante um ano, ficou tentando e aperfeiçoando o inglês, que não é uma língua fácil. Por enquanto, não tenho esses planos porque tudo está me puxando para ficar aqui, mas vamos ver… Estou aberta! Prefiro responder assim: ‘Quem sabe?’ [risos].
Qual o nome do último filme?
Ainda bem que você tem foco! É bom porque a gente se ajuda… [risos]. O outro filme é dirigido pelo Rui Guerra, ‘Quase Memória’, com o Tony Ramos, e eu faço a mãe dele no plano da memória [risos].
São todos personagens dramáticos ou tem uma mistura com a comédia?
Tem uma mistura. Em ‘Um Homem Só’ eu faço uma coveira de animais e tem uma pitada de humor, mas ela é mal humorada, ela é engraçadinha.
Então dá pra perceber que este ano será de cinema. E agora você vai ver o público curtir o resultado do seu trabalho…
Eu trabalhei bastante. É justamente esse ponto que é o mais difícil… Primeiro pra ver o filme finalizado, porque a gente não sabe como ficou na tela. Até porque depende da edição, da trilha sonora, muitos detalhes… Estou doida pra ver os filmes e, claro, a opinião do público porque faço este trabalho para as pessoas assistirem.
(texto: Ester Jacopetti)
foto: Divulgação e TV Globo