A autora do livro “O Mapa da Felicidade” defende que a respiração é uma das formas de lidarmos com problemas emocionais
Sem ela não vivemos, mas você já parou para pensar sobre qual o papel da respiração em sua vida? Os benefícios de se respirar de forma correta são discutidos desde a antiguidade. Considerado o pai da medicina ocidental, Hipócrates já achava que a respiração era uma espécie de alimento em uma “dieta saudável” e também reparou que ela fornecia sinais clínicos sobre a saúde do indivíduo. Além de ter influência em nosso bem-estar, a respiração é para muitos uma ferramenta para conquistar a felicidade.
A autora do livro recém-lançado “O Mapa da Felicidade”, Heloísa Capelas, defende que ao respirarmos de forma correta temos a capacidade de sermos mais felizes. “Quando a gente respira muito o nosso cérebro se oxigena, a gente fica mais criativo e nós encontramos outras saídas para as nossas dificuldades”, declarou a autora que também é especialista em desenvolvimento humano.
No livro, ela dá uma série de dicas de exercícios respiratórios que servem para aliviar as nossas tensões emocionais, como a raiva, e ter uma vida mais saudável. Os exercícios são divididos em quatro fases: preparação, eliminação, respiração harmônica e respiração completa.
O tema também já fez parte de várias pesquisas nos últimos anos. Um estudo da Universidade de Paiva, por exemplo, se propôs a analisar a influência da oração Ave Maria no sistema cardiovascular. A constatação foi de que as pessoas que fazem a reza em voz alta ficam mais calmas. O motivo desse efeito, segundo o estudo, é a mudança no ritmo da respiração, que deve ser alterada para que as sentenças sejam ditas inteiras com respeito aos intervalos. Para orar, é preciso diminuir o número de inspirações e expirações. O ritmo respiratório lento diminui a frequência cardíaca e baixa a pressão arterial, o que fornece a sensação de calma.
Quando se respira de forma lenta e profundamente, o cérebro recebe uma mensagem tranquilizadora que ajuda a desarmar os sistemas de defesa. A respiração mais eficaz para isso é a diafragmática, semelhante à respiração dos bebês, que expandem o abdômen ao inspirar.
Alguns estudos realizados pelo Laboratório de Pânico e Respiração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) mostraram que 70% dos pacientes que sofrem de distúrbios de ansiedade conseguem diminuir em até 60% a dose de antidepressivos e ansiolíticos depois de seis meses praticando esse tipo de exercício respiratório.
“Com o uso da respiração em diversas práticas que visam a conquista do bem-estar, fica fácil perceber que esse artifício tão sútil e essencial para a nossa existência não pode ser tratado de forma menos importante. É preciso entender como respiramos, para vivermos melhor”, destaca.
O livro
O Mapa da Felicidade – As coordenadas para curar a sua vida e nunca mais olhar para trás é de autoria de Heloísa Capelas / Editora: Gente
foto: © Antonioguillem/Fotolia