Um dos maiores nomes da arquitetura no Brasil, a italiana Lina Bo Bardi tornou-se um ícone no país. De suas mãos saíram construções de peso para a arquitetura nacional, entre eles nada menos que o Masp
Criadora de um dos ícones da cidade de São Paulo, Lina Bo Bardi completaria cem anos no próximo mês de dezembro. Até chegar ao Brasil, os projetos de Lina nunca haviam saído do papel. Casada com o colecionador de arte Pietro Maria Bardi, veio ao país para acompanhá-lo, a convite de Assis Chateaubriand para criar um museu que revolucionaria a conexão de São Paulo e do país com as artes plásticas.
Dentre as obras que levam sua assinatura destacam o Masp (Museu de Arte de São Paulo), o Teatro Oficina e o Sesc Pompeia, todos na capital paulista. Além disso, construiu a Casa de Vidro, onde residiu com seu marido e hoje sedia o Instituto Bardi.
Nascida em Roma no dia 05 de dezembro de 1914, Achillina Bo chegou ao Brasil logo depois da Segunda Guerra junto de seu marido, Pietro, em busca de novas oportunidades. Com seus projetos buscava resgatar referências brasileiras. Além de projetos arquitetônicos, criou peças originais e ícones do design nacional, como a mesa e cadeira Girafa (1987) e a poltrona Bowl (1951).
Em comemoração ao seu centenário, diversos museus, nacionais e internacionais, abrirão mostras tendo seu legado profissional como tema principal. O Museu da Casa Brasileira é o primeiro deles, com a mostra “Maneiras de expor: arquitetura expositiva de Lina Bo Bardi”, abordando detalhes da trajetória da arquiteta, especialmente após sua vinda ao Brasil, revelando como ela foi influenciada pela cultura popular do país e destacando sua importância para a museografia nacional. “Apresentamos nesta exposição-homenagem, uma frente da múltipla atuação da arquiteta Lina Bo Bardi: exposições que desenhou, curou e realizou”, explica Giancarlo Latorraca, diretor técnico do MCB e curador da mostra. A exposição conta com desenhos, cartazes e fotos originais de mostras realizadas por Lina Bo Bardi, além de seis exemplares dos famosos cavaletes de vidro criados pela arquiteta.
Além do Museu da Casa Brasileira, a Casa de Vidro abrirá a exposição “Lina Bo Bardi em seu tempo” e o Sesc Pompeia sediará duas exposições: “A arquitetura política de Lina Bo Bardi” e “Lina Gráfica”, todas com abertura prevista entre os meses de setembro e outubro. Além do Brasil, EUA e Europa ainda terão exposições em homenagem a arquiteta, falecida em 1992.
texto Gisele Scaravelli