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Post: Marcos Pardim e o desafio da Cultura

Marcos Pardim e o desafio da Cultura

Pardim: desafio de fazer com que o conceito cultural chegue a um maior número de pessoas em Salto

Atual secretário de Cultura, Marcos Antonio Pardim tem uma longa história com Salto, onde mora desde os cinco anos. Além de residente e intitulado Cidadão Saltense pelo Legislativo, Pardim tem um amor enorme pela cidade que escolheu como seu lar

Saltense por escolha, como gosta de dizer, Marcos Antonio Pardim mora na cidade desde seus cinco anos de idade. Nascido em Ituverava, ele veio para Salto porque o pai buscava melhores oportunidades para a família. “Ele foi seduzido pelo forte potencial industrial que Salto possuía”, ressalta. Cidadão Saltense desde 2010, quando recebeu o Título da Câmara dos Vereadores, Pardim acaba de assumir a Secretaria de Cultura e Turismo, mas sua história no universo cultural começou bem antes.

Há quase 30 anos, passou a fazer parte de uma associação cultural chamada “Artistas & Arteiros”, na região de Marília. Como escritor, produzia livrinhos de poemas artesanalmente e os vendia em barzinhos e saídas de eventos culturais. “Eu me envolvi de corpo, alma, coração e todos os demais órgãos de meu corpo”, brinca. Na época, Pardim cursava a graduação de Psicologia na Unesp, trancou a matrícula e foi convidado a dirigir, temporariamente o Teatro Municipal de Marília e, desde então, nunca abandonou o mundo cultural. “Em alguns momentos, intercalei uma ou outra atividade paralela, mas sempre tendo a cultura como atividade profissional primeira”, explica o atual secretário.

Sua trajetória como secretário de Cultura e Turismo passa a ser trilhada agora, mas segundo Pardim, terá uma vida breve, pois a Secretaria de Turismo passará para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Em entrevista exclusiva à Revista Regional, Pardim explica um pouco o cenário atual da cultura em Salto, a divisão das Secretarias de Cultura e Turismo e como deverá liderar a Secretaria daqui para frente, no mandato do atual prefeito Juvenil Cirelli.

Revista Regional: Que momento Salto está vivendo, hoje, culturalmente e no turismo?

Marcos Pardim: Penso que Salto, por sua história e tradição cultural, está sempre em situação de liderança. Se soubermos aproveitar a nossa pujança, o talento inegável de nossos artistas, a demanda reprimida de diversas manifestações artísticas e culturais, juntarmos tudo isso com as políticas públicas engendradas pelos governos federal e estadual, criarmos uma Lei Municipal de Cultura que garanta ao Estado o seu direito inalienável de financiar e fomentar a Cultura e, a partir daí, construirmos um mecanismo de potencialização da produção cultural local, Salto, com o perdão do trocadilho, dá outro salto. Por conta disso, virá uma outra Salto, mais humana, mais justa e com melhores indicadores sociais a partir daquilo que sua cultura produz.

Quando o interesse do senhor por cultura/turismo e Salto se cruzaram?

Na verdade, do ponto de vista profissional, somente agora, com o trabalho aqui na Secretaria da Cultura e Turismo. Ainda assim, essa relação terá vida breve, já que o Turismo, assim que finalizado o processo administrativo e autorizado pela Câmara Municipal, passará para a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, que é capitaneada pela secretária Eliana Moreira.

 Muitos investimentos foram feitos no turismo de Salto nos últimos anos. O que há para se fazer daqui para frente?

Fui convidado para ser secretário da Cultura, já com a informação de que o Turismo seria desmembrado. Por conta disso, não me sinto confortável em discorrer mais profundamente sobre o tema. Digo apenas que a nossa atual diretora de Turismo, Patrícia Merlin, tem formação acadêmica e traquejo humano para dar conta de maneira bastante eficiente dos desafios que o Turismo nos impõe. Eu confio que a nossa administração dará, no tempo certo, as respostas capazes de colocarem o Turismo de Salto em um bom lugar.

À frente da Secretaria de Cultura, o senhor pode nos destacar quais seus maiores objetivos? Quais serão seus principais projetos?

O maior deles é transformar a Secretaria da Cultura em um órgão público gestor de políticas públicas culturais e não de eventos culturais. Para isso, estamos trabalhando para que a cidade de Salto seja inserida no Sistema Nacional de Cultura, crie o seu Conselho de Políticas Culturais – nova e mais apropriada denominação dos Conselhos Municipais de Cultura – uma Lei de Cultura Municipal, um Plano Municipal de Cultura e um Fundo Municipal de Cultura. Gostaria que os artistas e as instituições culturais saltenses se relacionassem com a Secretaria da Cultura a partir da ótica de que cabe ao Estado financiar, fomentar e potencializar a cultura, e não produzi-la. Pretendemos aumentar a dotação orçamentária da Secretaria da Cultura e criar mecanismos de acesso mais democráticos e mais republicanos, tais como editais públicos, conveniamentos, prêmios, etc, para que os artistas e as instituições culturais possam trabalhar seus projetos de maneira mais abrangente, inserindo-os dentro de uma série de ações que visem criar na cidade uma rica, talentosa e eficaz rede de projetos que culminem em políticas públicas capazes de melhorar os seus índices de desenvolvimento humano. Cultura é uma das melhores ferramentas para se alavancar potências humanas.

Quais são as necessidades culturais da cidade no momento?

Penso ser a necessidade de fazer com que a nossa privilegiada situação cultural, sobretudo o nosso rico patrimônio físico composto pelos equipamentos culturais: CEC (Centro de Educação e Cultura), Museu, Biblioteca, Conservatório Municipal, Sala Giuseppe Verdi, Casa da Cultura, Memorial do Tietê, uma Secretaria da Cultura própria, crie sistematizações que propiciem um diálogo entre esses equipamentos e a cidade. Somos um município pequeno, territorialmente falando, com uma população de cidade média, e com uma fortíssima concentração urbana cultural. Em um espaço geográfico bastante reduzido você se depara com toda essa rica estrutura que descrevi. Muitos saltenses não acessam e nem conseguem fruir dessa riqueza cultural por uma barreira geográfica. O desafio é fazer com que o conceito cultural de cada um desses equipamentos chegue a um maior número de pessoas. Ou seja, resumindo: a necessidade premente é descentralizar o fazer e o fruir cultural.

Qual o maior potencial de Salto, no turismo e cultura?

No Turismo, penso eu que seja o seu atrativo formado pelos seus parques e pela importância histórica do rio Tietê. Na Cultura, o talento natural que possui para as artes.

texto: Gisele Scaravelli

fotos: AI Secretaria de Cultura/Prefeitura de Salto

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