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Post: Mestre em Música, Leonardo Leite revela obras inéditas de Miguelzinho Dultra

Mestre em Música, Leonardo Leite revela obras inéditas de Miguelzinho Dultra

Durante sua pesquisa de Mestrado, Leonardo Leite pode identificar um Miguelzinho músico multifacetado, que se dedicou à composição de obras de diferentes gêneros, como modinhas, hinos e até mesmo ária de ópera

O mestre em Música Leonardo Leite identificou seis obras inéditas do compositor Miguel Dultra, escritas entre 1835 e 1852

O músico ituano Leonardo Leite, 27 anos, defendeu na Unicamp, em 26 de agosto, sua dissertação de Mestrado, sob orientação do professor doutor Marcos Virmond, abordando a obra musical do artista, também ituano, Miguel Archanjo Benício de Assumpção Dultra (Itu, 1812 – Piracicaba, 1875). Em seus estudos, a partir do documento manuscrito “Depósito de Trabalhos”, de 1847, o mestre em Música identificou seis obras inéditas do compositor, escritas entre 1835 e 1852, e realizou a transcrição musicológica, com a edição das partituras, evidenciando Miguelzinho como um compositor multifacetado, com obras não somente sacras, mas também profanas, como modinhas, hinos e até mesmo ária de ópera.

“Para mim, como músico, encontrar no manuscrito e estudar as obras profanas de Miguel Dultra, as modinhas, a ária de ópera, descobrindo essa sua outra linguagem de composição é muito emocionante, e me fez entender o quanto nossa região foi importante e se desenvolveu nas artes sob influências diversas e muito significativas”, reflete Leonardo, que ainda completa: “Por isso, a responsabilidade de trazer esse repertório à tona, possibilitando a sua realização musical, através das transcrições e edições das partituras, é realmente gratificante”.

Essa pesquisa contribui para o resgate da biografia de Miguelzinho, inserindo o nome de Dultra como músico e compositor no campo dos estudos acadêmicos e musicológicos contemporâneos. Também abre portas para a realização musical dessas obras, por meio da edição de suas partituras. “Disponibilizar as partituras transcritas junto à dissertação que será depositada no Repositório da Unicamp, de livre acesso virtual, é essencial para que a obra secular do Dultra também seja conhecida. A ideia de uma publicação posterior expande ainda mais essa possibilidade de difusão da obra do artista, que integra o nosso patrimônio imaterial, compondo o repertório da música brasileira, sobretudo da produção musical em Itu e outras cidades paulistas no século XIX”, ressalta Leonardo.

Além disso, Leonardo realizou um estudo sobre produção musical na Província de São Paulo no século XIX, com enfoque na antiga região do antigo ‘Oeste Paulista’, originada pelo Quadrilátero do Açúcar, centrando-se nas figuras do padre Jesuíno do Monte Carmelo, Manuel José Gomes, Carlos Gomes e o também ituano Elias Álvares Lobo.

Capa do Depósito de Trabalhos, de 1847, autografado como “Miguel Archanjo Benício de Assumpção Dultra”

Dultra ou Dutra

De acordo com Leonardo, a grafia do sobrenome “Dultra” foi escolhida para este trabalho em razão da assinatura no principal documento manuscrito sobre o qual a pesquisa se baseia, o Depósito de Trabalhos, de 1847, autografado como “Miguel Archanjo Benício de Assumpção Dultra”.

Prêmio

Em julho de 2023, também abordando Miguel Dultra, o agora mestre em Música Leonardo Leite conquistou o prêmio Repertório Internacional de Iconografia Musical – Brasil (RIdIM-Brasil), durante o 7º Congresso Brasileiro de Iconografia Musical.

Com essa conquista, colocou o nome de Itu e de Miguel Arcanjo Benício de Assumpção Dultra em importantes centros de pesquisas acadêmicas. “O estudo realizado a partir da sua aquarela ‘Festa do Divino’ foi essencial para uma parte importante da pesquisa do Mestrado, quando estudei o ambiente cultural e musical em que Miguel estava inserido e muito atuante, o que revela muito sobre a sua personalidade artística tão distinta”, comenta Leonardo.

O trabalho premiado foi incluído nos anais do Congresso e também publicado no livro sobre Iconografia Musical, pelo RIdIM-Brasil, juntamente com a Editora da Universidade Federal de Alagoas (Edufal).

 

 

fotos: Arquivo pessoal 

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