Eles têm muito mais função do que nos manter em pé
São eles que aguentam a pressão do dia a dia. É com eles também que corremos atrás dos sonhos. Eles se apertam para ficarmos bonitos. Passam frio quando precisamos cuidar da saúde e raramente recebem atenção. É nele que todas as nossas terminações nervosas acabam e é exatamente por isso que os pés não podem ser tratados apenas como mais uma parte do nosso corpo.
Além de receber tratamentos estéticos, é importante que tenhamos outros cuidados com eles, afinal, só ficamos em pé porque nos sustentam. “De acordo com a medicina tradicional chinesa, cada órgão está relacionado a uma emoção diferente, por exemplo, o fígado com a raiva, o rim com o medo e o pulmão com a tristeza”, explica a naturóloga com especialização em Fitoterapia e Aromaterapia, Marina Vogler Hermógenes.
Saber estimular cada ponto dos pés pode ser um bálsamo para a saúde, pois uma dor na coluna pode ser amenizada com simples toques nos locais corretos. Angela Prado conhece muito bem o poder de uma boa e, correta, reflexologia. “Sentia muitas dores e os analgésicos não resolviam. Como minha avó era índia, sempre tivemos o hábito de utilizar técnicas naturais, pois nosso corpo é feito de energias e por meio delas podemos equilibrá-la”, explica.
Marina explica que na primeira sessão é importante fazer uma avaliação dos pés, para que todas as alterações de texturas, cores e pontos doloridos, possam ser avaliadas. “A partir desse processo pode-se fazer um tratamento específico relacionando as queixas principais do cliente ou tratar os pontos mais doloridos. Além dos pés, existem outras áreas reflexas no corpo (mãos, orelhas, íris, face) que podem nos mostrar distúrbios já estabelecidos ou não, podendo ser feito um tratamento de manutenção da saúde. Como consequência, as queixas nos pés podem diminuir”, explica a profissional.
Ainda de acordo com Marina, os benefícios da reflexologia são inúmeros. “Podemos estimular todos os sistemas do corpo nos pés, como por exemplo, o sistema linfático, circulatório, digestivo, obtendo grandes resultados como a diminuição do estresse, ansiedade, insônia, melhora do sistema digestivo, etc”, fala.
A reflexologia em nós mesmos
Aplicar a técnica em nós mesmos, além de ser possível, é muito benéfico e funciona como mantenedora da saúde. “Não exige nenhum recurso, além de manipular corretamente os pontos. É uma ótima ferramenta de autoconhecimento, pois vamos descobrindo os locais doloridos e a relação deles com o nosso estilo de vida. Também podemos perceber a diminuição de alguns sinais (alterações de colorações, ressecamento e cristais) que vão desaparecendo após as sessões. Indico que a autoreflexologia seja feita após o banho e antes de dormir. Nesta hora, é indicado trabalhar os pontos da coluna, cabeça, alongar todos os dedos, pois são regiões e pontos, que ajudarão no relaxamento favorecendo uma boa noite de sono”, pontua.
Benefício que a fotógrafa Karina Matuo conhece bem. “Consigo perceber depois das sessões a diminuição do cansaço corporal, relaxamento profundo e no dia que recebo o tratamento consigo dormir e descansar melhor que nos outros”, reforça.
Reflexologia e tratamentos clínicos
Muitas pessoas têm ressalvas quanto aos tratamentos orientais, o bom é poder tê-los como aliado aos tratamentos tradicionais, como explica Marina. “Dependendo do problema que a pessoa apresentar, é uma ótima ferramenta de tratamento complementar. Pois, por meio dela, podemos trabalhar o corpo como um todo, não somente uma queixa específica. Um exemplo é a enxaqueca, onde as pessoas tomam analgésicos e eliminam o principal sintoma que é a dor. A reflexologia pode tratar a enxaqueca de forma mais global, tratando pontos do sistema nervoso, sistema endócrino ou até mesmo sistema digestivo, pois a enxaqueca pode ter diversas causas. Tratando a causa do problema, pode-se diminuir a frequência do uso de medicamento ou até mesmo a eliminação deles.”
Outro fator importante que deve ser levado em conta na autoreflexologia e na reflexologia com profissionais é não aplicar a técnica em mulheres grávidas, em casos de inflamação aguda, infecções e câncer.
texto Yara Alvarez
foto Microfoto