Campinas registrou 6 casos da doença nos últimos dias, com 3 mortes confirmadas e uma suspeita
A Secretaria Municipal de Saúde de Campinas confirmou nesta semana, entre os dias 12 e 14 de junho, três mortes devido à febre maculosa, doença infecciosa pouco conhecida do público geral, que é transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma cajennense) infectado pelas bactérias Rickettsia rickettsii ou Rickettsia parkeri.
De acordo com levantamento mais recente do Ministério da Saúde, de 2007 a 2021, foram notificados 36.497 casos da doença no Brasil, dos quais 7% foram confirmados, em uma média de 170 por ano nesse período.
O Instituto Adolfo Lutz, na capital paulista, fez os exames e constatou os resultados de febre maculosa nestas pessoas que vieram a óbito. Para explicar mais sobre a patologia, o diretor da Sociedade Paulista de Infectologia (SPI), Dr. Álvaro Costa, esclarece que essa bactéria pode causar um quadro grave. “Esse carrapato pode estar em animais como cavalos, capivaras entre outros. A pessoa entra em risco de aquisição de doença quando frequenta algum local que tem esse carrapato com a bactéria. Maior parte dos casos nos últimos anos foi na região Sudeste do Brasil, mas pode acontecer em outros locais e o diagnóstico é muito difícil, porque os sintomas iniciais são muito parecidos com várias outras doenças infecciosas”, alerta.
Por isso, fique atento a sinais, como febre, dor no corpo, uma alteração na pele, especialmente na febre maculosa, há umas pintinhas que podem aparecer na palma e planta das mãos, por exemplo, e com uma evolução desse quadro pelo corpo, muito rapidamente. De acordo com o especialista, a maioria dos casos é benigna, mas algumas pessoas podem evoluir para a forma mais grave, onde apresenta uma coagulação intravascular disseminada, em alguns territórios nobres, causando quadros muito graves.
“É importante quando manifestar esses sintomas e tiver uma história de contato com carrapato, ter a procura pelo serviço de saúde, porque o diagnóstico não é muito simples, os testes sorológicos são complexos”, informa ele. Além disso, existe um tratamento, quando há suspeita da febre maculosa, que pode ser iniciado mesmo quando há apenas a suspeita do médico, que é o uso de um antibiótico específico para tratar essa bactéria.
Fica o alerta para os locais em que tem carrapatos.
– Tente retirá-lo do corpo se você encontrar rapidamente;
– Quando for a áreas potencialmente onde tem esses animais, procure usar roupas de mangas longas;
– Pode também fazer uso de repelentes com o composto químico DEET.
Um estudo conduzido pela Universidade de São Paulo (USP) e divulgado na revista Parasites & Vectores, apoiado pela Fapesp, aponta uma proteína identificada no carrapato-estrela pode ser alvo para uma vacina contra a febre maculosa.
foto: Divulgação