Há 3.500 anos, os membros da civilização olmeca já conheciam o alimento que, hoje, enche os olhos de muita gente. Os astecas, no México, aproveitavam o fruto para produzir uma bebida sagrada, ofertada ao deus Quetzalcoátil. Quem bebesse do líquido, feito com o tal ingrediente mágico, teria força, vigor e compartilharia da sabedoria dos deuses. O segredo? Cacau, a matéria-prima do chocolate.
Os tempos mudaram, mas o chocolate continua com seu sucesso inabalado. Sempre conhecido no senso comum como um alimento nada nutritivo e sim “engordativo”, ultimamente já se fala em benefícios provenientes da guloseima. Com ressalvas, pois não são todos os tipos que fazem bem.
Segundo a nutricionista Vânia Beletate, especialista em nutrição clínica da Unimed, o chocolate ao leite, por exemplo, não fornece nutrientes. “Nele, a quantidade de cacau é mínima e contém muito açúcar e gordura saturada”, comenta.
Muitos ingredientes saudáveis podem acompanhar os chocolates: passas, castanhas, noz, entre outros. Porém, a nutricionista alerta que a quantidade destas oleaginosas nos chocolates é mínima, e por isso não vale a pena contar com seus benefícios.
Já o tipo branco, segundo a profissional, não é nem considerado chocolate por muita gente. Isso porque se constitui de leite, açúcar, manteiga de cacau e lecitina. Tem mais gordura e zero de cacau.
O chocolate diet é uma versão indicada para diabéticos. Não é adequado para quem precisa emagrecer, pois tem mais calorias do que o tradicional. Ele não contém açúcar, porém conta com grande quantidade de gordura.
Amargo para o paladar, doce para o coração
Na verdade, o único chocolate capaz de favorecer a saúde é o amargo. “Constituído por grãos de cacau torrados e sem adição de leite nem de açúcar, ele se torna a melhor opção”, afirma Vânia. As sementes do cacaueiro possuem algumas qualidades. Estimulam, por exemplo, a produção de serotonina e de endorfina – hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.
No tipo amargo, estão presentes também os flavonóides e os polifenóis. Ambos neutralizam os radicais livres do organismo, reduzem o colesterol ruim (LDL) e aumentam o bom (HDL). Assim, contribuem para a prevenção de doenças ligadas ao coração.
A velha história de que chocolate alivia os sintomas da Tensão Pré-Menstrual (TPM) pode ter algum fundamento, se considerarmos a versão amarga. “O chocolate amargo contém uma boa quantidade de magnésio, que ajuda a controlar a TPM”, diz a nutricionista.
A atenção neste caso é com a quantidade ingerida. “A quantidade e a frequência de consumo devem ser indicadas por um nutricionista após avaliação. Não se pode deixar de lado o fato de que 30 gramas do alimento fornecem, em média, 160 calorias”, adverte.
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