Foram 3 óbitos em Indaiatuba, que chegou a 101 no total; outros 3 em Salto; e mais 2 em Itu; Vacina chinesa chegou ao Brasil nesta segunda-feira e começará a ser testada em São Paulo nesta terça, dia 21
Com mais 3 mortes registradas no final de semana, Indaiatuba chegou a 101 óbitos por covid. Duas delas ocorreram no Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo): um homem de 64 anos que estava internado desde o dia 02 de julho, tinha hipertensão e diabetes; e uma mulher, com 67 anos, hospitalizada em 14 e julho, era obesa e diabética. O terceiro óbito ocorreu no Hospital Santa Ignês: uma paciente de 88 anos, que estava internada desde o dia 23 de junho, e possuía Alzheimer, hipertensão e diabetes.
De sábado, 18, até esta segunda-feira, 20, Indaiatuba registrou 286 novos infectados, totalizando agora 3.391 confirmados, sendo que 101 morreram, 3.240 são considerados curados ou ainda estão em recuperação domiciliar (a Prefeitura não divulga o número exato de recuperados) e 50 estão internados. Ainda há outros 120 casos suspeitos aguardando resultado. Atualmente há 50 pessoas internadas em leito clínico e 29 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A taxa de ocupação das UTIs está em 79% no Haoc e 83% no Hospital Santa Ignês.
Itu também confirmou 2 mortes no final de semana, chegando a 50 desde o início da pandemia: uma paciente tinha 82 anos e doenças pré-existentes; e um homem, de 30 anos, também com comorbidades. Itu está com 1.144 registros de covid (45 novos infectados no final de semana), sendo que 876 se recuperaram e há 113 aguardando resultados de exames. Há 7 pacientes internados em leito clínico e 9 em UTI. A taxa de ocupação das UTIs está em 75% no Hospital Municipal e 16,66% no Hospital de Campanha.
Salto, no final de semana, teve mais 3 óbitos por covid: uma mulher, de 60 anos, que estava internada em Sorocaba, mas residia em Salto, e 2 homens, de 75 e 76 anos; ambos estavam internados no Hospital Municipal. Foram registrados mais 19 infectados, chegando agora a 482 confirmados, sendo que 23 morreram, 424 se curaram, 14 seguem internados (sendo 5 em UTI) e 21 estão em isolamento domiciliar. Há 31 casos que aguardam resultados. Destes, 12 estão em isolamento domiciliar e 12 em internação clínica (sendo 4 em UTI). A UTI do Hospital Municipal está lotada para casos covid-19, segundo informou a Prefeitura de Salto; já a internação clínica está com 34% de ocupação.
BOA NOTÍCIA
Nesta segunda-feira, estudo publicado na revista The Lancet trouxe os primeiros resultados positivos da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, em parceria com a farmacêutica AstraZeneca. Ele mostra que o imunizante é seguro e capaz de desenvolver anticorpos e glóbulos brancos contra o novo coronavírus.
Segundo a revista, as pessoas que foram vacinadas, no teste realizado entre 23 de abril e 21 de maio, no Reino Unido, produziram anticorpos contra o vírus da covid. A vacina não apresentou nenhum efeito colateral grave e provocou respostas imunes ao coronavírus.
A vacina de Oxford é uma das mais promissoras contra a covid e está agora na terceira fase de estudos, com testes realizados, inclusive, no Brasil. Só depois será determinado seu uso em escala mundial, caso os próximos resultados também sejam positivos.
VACINA CHINESA
O governo do Estado anunciou nesta segunda-feira, 20, o início dos testes da CovonaVac, vacina contra o coronavírus, no Brasil. O Instituto Butantan receberá as doses de imunizantes e placebos que serão utilizados na realização da terceira fase de ensaios clínicos para desenvolvimento da vacina, em parceria com a farmacêutica Sinovac Life Science. A carga com 20 mil doses, proveniente da China, desembarcou durante a madrugada desta segunda no Aeroporto Internacional de Guarulhos e foi levada à sede do Instituto Butantan para ser verificada. Em seguida, será distribuída aos 12 centros de pesquisa responsáveis pelo recrutamento, aplicação e acompanhamento dos voluntários.
Os testes da vacina, uma das mais avançadas do mundo, começam nesta terça-feira, 21, no Hospital da Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, na capital paulista. A terceira fase de testes no HC será direcionada a 890 voluntários. Os pesquisadores do hospital vão analisar os voluntários em consultas agendadas a cada duas semanas. A estimativa é concluir as primeiras análises em até 90 dias.
Os demais 11 centros de pesquisa receberão as doses de modo escalonado. O estudo tem como meta a inclusão de cerca de 9 mil voluntários nesses centros. Entre os recrutados, metade receberá duas doses do imunizante num intervalo de 14 dias e a outra metade receberá duas doses de placebo, uma substância com as mesmas características, mas sem os vírus, ou seja, sem efeito. Essas pessoas serão monitoradas pelos centros de pesquisa por meio de exames entre aqueles que tiverem sintomas compatíveis à covid. Assim, poderá ser verificado posteriormente se quem tomou a vacina ficou de fato protegido em comparação a quem tomou o placebo.
Entre as unidades do Estado de São Paulo responsáveis pelos testes estão o Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein, também na capital paulista; a Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Hospital das Clínicas da Unicamp (Campinas), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto e o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto.
As pesquisas também serão realizadas na Universidade de Brasília (UnB), Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas de Fiocruz, no Rio de Janeiro, a Universidade Federal de Minas Gerais, Hospital São Lucas da PUC do Rio Grande do Sul e Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
Os testes serão acompanhados por uma comissão de pesquisadores internacionais, que terão acesso à plataforma científica para observar o andamento e garantir transparência em todo o processo. Se houver sucesso, a vacina será produzida pelo Instituto Butantan a partir do início de 2021, com mais de 120 milhões de doses. “Evidentemente que a vacina será destinada a todos os brasileiros, não apenas aqueles que são de Paulo. Isso será feito através do SUS, Sistema Único de Saúde, universal e gratuito a todos os brasileiros. O Instituto Butantan terá todo o domínio da tecnologia, é isto que prevê o acordo com o laboratório Sinovac”, afirmou o governador João Doria.
Os voluntários que poderão se candidatar ao estudo são profissionais da saúde que estejam trabalhando no atendimento a pacientes com covid-19. Além disso, o candidato não pode ter sofrido infecção provocada pelo novo coronavírus, nem ter participado de outros estudos. As mulheres não podem estar grávidas ou planejarem uma gravidez nos próximos três meses. Outra restrição é não ter doenças instáveis ou que precisem de medicações que alterem a resposta imune.
Para saber se está dentro dos critérios, o candidato pode acessar a plataforma de triagem criada pelo Butantan no portal http://www.saopaulo.sp.gov.br/coronavirus/vacina/?nocache. Nela, é possível responder a algumas perguntas e saber se tem o perfil necessário para participação dos testes. Após esta etapa, serão informados os centros de pesquisa que devem ser procurados para, enfim, iniciarem todos os processos necessários para confirmar a participação. Cada centro ficará responsável pelas informações coletadas dos voluntários, que serão sigilosas.
foto: BIRF