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Post: Como manter as contas em dia durante a crise

Como manter as contas em dia durante a crise

Plínio fala sobre a crise financeira gerada pela pandemia

Com a crise financeira gerada pela pandemia, empresas, investidores e cidadãos buscam alternativas para manter as contas em dia; Veja o que diz especialista ouvido pela Revista Regional

O PIB brasileiro terá uma queda em torno de 9% este ano, segundo nova projeção do FMI (Fundo Monetário Internacional). Com isso fica evidente o desastre causado pela pandemia também na economia do país. Diante de um cenário devastado como esse, fica a pergunta: como sobreviver financeiramente a esses meses de aperto?

Para o economista e mestre em Administração, Plinio Bernardi Jr, de Itu, educação financeira é essencial para o brasileiro. Segundo ele, a primeira coisa que um cidadão comum precisa pensar é que ele tem que fazer uma reserva para no mínimo seis meses de subsistência, guardando sempre um dinheiro por mês. Mas isso, obviamente, seria antes da pandemia. “Agora, no meio dela, o ideal seria cortar gastos, mas alguns a gente automaticamente já cortou, como lazer, alimentação fora de domicílio, combustível, já que a maioria ficou em casa”, comenta. Com a crise desenhada pelo coronavírus, é possível ainda negociar as dívidas, sejam elas financiamentos, aluguéis, parcelas de cartão de crédito, assinaturas, escolas dos filhos, faculdade, entre outras. Reduzir a anuidade do cartão de crédito, a cesta de serviços bancários, planos de telefone, de internet e de TV a cabo ou streaming pode fazer uma boa diferença nas contas do fim do mês.

Plinio, no entanto, salienta que reduzir o padrão de vida é necessário, mas não para todos, já que há alguns poucos felizardos que não tiveram redução de renda no período e sim, queda nos gastos. “Reduzir é só para aqueles que tiveram redução de rendas ou para aqueles que têm medo de perder o emprego”, acrescenta o economista, lembrando que muitas empresas não sabem se manterão todos os funcionários pelos próximos meses.

Falando em empresas, ele ressalta que, ao contrário da maioria, algumas, como os supermercados, estão contratando nesse período. Mas para os empresários que foram impactados, Plinio aponta alguns caminhos para manter a conta longe do vermelho, como a renegociação de dívidas, inclusive impostos federais, redução da carga horária e salário dos funcionários, entre outras alternativas já autorizadas por lei.

Com relação aos investimentos, a taxa Selic baixa (hoje em torno de 2,25%) indica que quem tem dinheiro sobrando não vai poder ganhar juros. Segundo Plinio, os rentistas terão que investir em empresas, em geração de riqueza. Mesmo com as perdas no início da pandemia, as bolsas prometem ter um ganho futuro importante, mas não é um investimento para curto prazo. “Se você quer dinheiro para dezembro o melhor é renda fixa”, indica. “A recuperação da bolsa pode levar um tempo, então é um investimento de risco, mas quem tem dinheiro para guardar por dois anos ou mais, certamente terá esse retorno. As bolsas prometem um ganho futuro importante”, explica.

Já para aqueles que pretendem investir em imóveis, é preciso cautela, uma vez que os valores em algumas cidades já se recuperaram, por conta da procura de paulistanos por imóveis no Interior nesse período de pandemia. “Depende muito de analisar. Condomínios de valor médio para alto padrão estão com muita demanda e os preços já se ajustaram. Quem quiser investir em imóvel agora seria nos de médio para baixo valor com alta liquidez, que se eu precisar vender eu consigo rápido. Nem todas as cidades já recuperaram os valores de imóvel, como na nossa região. Então ainda há oportunidades no mercado imobiliário, mas a grande chance eu acredito que já passou”, salienta.

Quanto aos empreendimentos, Plinio aconselha os empresários a agirem somente após uma exímia análise de mercado. “Empreender a gente vai levar um tempo para voltar ao normal, se é que um dia voltaremos totalmente ao normal. Existem negócios que realmente não são bons para esse período de crise, mas percebemos vários exemplos de pessoas que começaram a cozinhar em casa e descobriram quais são os negócios bons. Aqueles que se reinventaram na pandemia estão tendo um negócio bom”, observa, lembrando ainda das vendas pela internet e por delivery.

O economista destaca, com isso, o setor de alimentação que, embora tenha tido uma queda por conta dos restaurantes fechados, pode se adaptar rapidamente com o serviço de delivery. No caso da internet, ele lembra que as empresas que assumiram o espaço de vendas virtuais também se deram muito bem. “Nós temos uma loja de eletrodomésticos na região que não faz vendas pela internet e ela perdeu muito, enquanto as outras estão comemorando as vendas. Então dentro de um mesmo setor, as posturas dos empresários podem diferenciar o seu desempenho”, exemplifica.

Se fosse empreender hoje, Plinio cita o setor de serviços, apontado por ele como o negócio do futuro. “Acho que o grande passo econômico que vai tirar o país da crise no futuro será o setor de serviços. A indústria continua sendo importante, sem dúvida nenhuma, mas ela gera cada vez menos mão de obra por conta da tecnologia e o comércio ficou muito desfavorecido numa situação como essa da pandemia, que as pessoas tiveram que fechar as portas, aqueles que conseguiram transformar seus negócios em prestação de serviços se deram bem”, observa, citando advocacias, contabilidade, escolas, consultorias, entre outros setores importantes.

PERTINHO DE CASA

Como forma de ajudar os pequenos comércios e prestadores de serviços nessa retomada da economia, foi criado o serviço online Pertinho de Casa. A iniciativa, sem fins lucrativos, foi liderada pela FAESP- Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo e apoiada por diversas empresas que se uniram durante a pandemia. A operação foi iniciada no Brasil em abril, e já está presente nos 27 Estados brasileiros e em 585 cidades, inclusive na região. Itu é considerada referência pelo Sebrae com a participação de centenas de pequenos empreendedores. Em todo o país são mais 11 mil cadastros de vendedores e prestadores de serviços. O propósito principal é conectar compradores e vendedores em função do interesse comercial e localização, utilizando como ponto de referência o CEP ou endereço. Segundo a FAESP, trata-se de uma alternativa gratuita aos aplicativos de delivery, pois não cobra taxas dos negócios locais. O site é acessado por meio do endereço eletrônico www.pertinhodecasa.com.br

texto: Renato Lima / foto: Gisele Scaravelli/Arquivo Revista Regional

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