Mortes por covid chegam a 11 em Itu; Indaiatuba ultrapassa os 100 casos, prefeito faz alerta para avanço da pandemia e pede maior isolamento nas próximas 3 semanas, a fim de evitar uma superlotação dos hospitais
A Secretaria Municipal de Saúde de Itu registrou mais 3 mortes por covid-19 nesta quinta-feira, 14 de maio. Foram 2 ocorridas nas últimas 24 horas mais a confirmação de 1 óbito que estava sendo investigado. As três pacientes tinham 83, 90 e 95 anos, todas com doenças pré-existentes. Com isso, a cidade soma 11 mortes pelo novo coronavírus.
O boletim epidemiológico desta quinta-feira mostra que Itu conta agora com 58 casos confirmados,167 casos descartados (exames negativos) e 30 aguardando resultados (13 internados e 4 em UTI). Até o momento, 18 casos de cura foram comunicados.
ALERTA EM INDAIATUBA
Em live transmitida na noite de quarta-feira, 13, o prefeito de Indaiatuba Nilson Gaspar fez um apelo à população para que evite sair de casa, principalmente nas próximas três semanas, em razão do avanço da pandemia na cidade. “Estamos numa fase crítica, estamos chegando ao pico da pandemia em Indaiatuba”, alertou. Atualmente, o índice de isolamento social está em torno de 47%, quando o aceitável é de 50% e o ideal acima de 70%.
Para evitar aglomerações e garantir o distanciamento, a Prefeitura fechou o estacionamento do Parque Ecológico, a pista de skate, as quadras esportivas e impediu o acesso das pessoas aos aparelhos de ginásticas no parque e nas praças. Se o número de infectados continuar aumentando, o prefeito não descarta adotar até um rodízio de veículos, como em São Paulo e Campinas. “Se houver necessidade, tomaremos essa medida mais drástica no município”, ressaltou Gaspar.
Desde o início desse mês de maio, Indaiatuba vê disparar os casos de covid-19 e também o número de mortos pela doença. Se comparado o período de 14 de abril a 12 de maio, Indaiatuba está numa curva ascendente, com o número de casos triplicado, com 1 morte a cada 2 dias, em média. No gráfico apresentado pelo prefeito, o vírus circula em praticamente todos os bairros de Indaiatuba, com maior parte dos casos na região do Jardim Morada do Sol, seguida do Centro e Cidade Nova.
Segundo a secretária de Saúde, Graziela Garcia, a preocupação maior é com a possibilidade da falta de leitos e, principalmente, de respiradores nos hospitais, caso os números continuem avançando. “A exemplo de outros municípios, Indaiatuba também enfrenta a questão da falta de respiradores. E não achamos para comprar. Quando acha, o valor é exorbitante, de R$ 30 mil antes da pandemia, hoje estão pedindo até R$ 250 mil. Se compramos, corremos risco de sofrer ação por improbidade administrativa, por conta do valor”, observou o prefeito. Hoje, Indaiatuba possui 51 respiradores no Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo). “O distanciamento nesse momento vai refletir no número de leitos disponíveis daqui a 14 dias”, alertou a secretária, temendo a explosão dos casos nas próximas semanas. A taxa de ocupação dos leitos SUS de Indaiatuba está em 61,11% para UTI e 38% para enfermaria neste 14 de maio.
Nesta quinta-feira, Indaiatuba ultrapassou a marca dos 100 casos. São 107 confirmados para o novo coronavírus, com 86 recuperados, 11 óbitos e 10 internados. A cidade registrou 10 casos só nessa data, porém todos já são considerados curados, conforme informações da Prefeitura.
O Departamento de Vigilância Epidemiológica informou que o número de óbitos de Indaiatuba caiu de 12 para 11 após averiguação de residência. O paciente de 73 anos, que veio a óbito no dia 10 de maio, passou no atendimento do Haoc com endereço de Indaiatuba, no entanto, após a investigação epidemiológica, constatou-se que ele era de Cerquilho, onde inclusive ocorreu o sepultamento.
SALTO
Salto manteve os números de casos de covid-19. São 18 no total, com 16 recuperados e 2 em UTI. Há 7 casos testados que aguardam resultados (destes, 4 suspeitos em internação, sendo 2 na UTI e 1 em isolamento domiciliar). Na quarta-feira, 13, a cidade registrou 1 óbito suspeito de covid, que está sob análise laboratorial.
Importante ressaltar que uma pandemia é registrada através de dados estatísticos, mas cada número representa uma vida. A Revista Regional não tem acesso aos nomes, profissões, nem à história de cada vítima da covid-19 na região, já que as Secretarias de Saúde não divulgam detalhes dos infectados por conta do sigilo médico do paciente. Por isso, a Regional se solidariza aqui com os familiares, amigos e colegas de cada uma dessas vítimas da doença em nossa região.
Foto: BIRF