Ter filhos e poder formar uma família é certamente o desejo da maioria dos casais, porém, em muitos casos, nem sempre é como o esperado e a infertilidade pode atrapalhar este sonho.
Infertilidade é um distúrbio ou condição do sistema reprodutivo masculino ou feminino que reduz a capacidade de ter filhos. As estatísticas mostram que 20% dos casais em idade fértil experimentam dificuldades para gerar filhos.
O ginecologista e obstetra especialista em infertilidade e gestação de alto risco, Flávio Garcia de Oliveira, afirma que a população infértil tem aumentado e as causas são variadas, sendo que uma delas é o adiamento do casamento. “Hoje as mulheres escolhem ter filhos mais tarde e isso dá chances para determinadas doenças surgirem, como é o caso da endometriose”, explica.
Mas, felizmente, a medicina está cada vez mais avançada e já conta com tratamentos específicos para cada caso. Oliveira declara que existem os de baixa complexidade, aqueles que resolvem os casos mais simples, como: a Indução da Ovulação, nos casos de falta de ovulação; Coito Programado, quando se determina a época da ovulação, sugerindo o dia da relação; a combinação dos dois anteriores e a Inseminação Intra-uterina de espermatozóides, caso em que além de induzir a ovulação da esposa, prepara-se o sêmen do marido com um meio de cultura especial, para ativá-lo, injetando o conteúdo no útero para que cheguem às tubas e fecundem os óvulos.
“E também existem os tratamentos de alta complexidade, que envolvem a Fertilização In Vitro (FIV) e suas outras variantes como a ICSI, injeção intra-citoplasmática de Espermatozóides”, relata o ginecologista.
E os resultados são satisfatórios, tanto que o médico ressalta que para as inseminações e fertilizações, como tratamentos indicados, 90% das pacientes engravidam nas três primeiras tentativas, sendo que este tempo varia de um a seis meses.
Caso não ocorra a gravidez na primeira tentativa, é possível realizar outras ou até mudar o tipo de tratamento. “A grande vantagem dos tratamentos de FIV e inseminação é a chance de repetir com as tentativas e com sucesso. Também é possível aprofundar alguma investigação e indicar outras formas de tratamento”, menciona.
Outro ponto favorável aos tratamentos contra infertilidade são os preços, que estão cada vez mais acessíveis. Além disso, já existe um programa, chamado “Acesso”, que foi criado para a população de renda inferior a R$ 1.500,00 mensais. “Neste caso, em muitas clínicas filiadas ao programa, o casal recebe descontos de 50% nos remédios e no tratamento”, conta.
Motivos para a infertilidade
Pesquisas indicam que a infertilidade atinge 40% dos homens, 40% das mulheres, 10% em ambos e 10% sem causa aparente.
O médico Flávio Garcia de Oliveira esclarece que um casal é considerado infértil se depois de dois anos de tentativas de engravidar, tendo pelo menos três relações sexuais por mês, sem uso de contraceptivos, a gravidez não aparece. “Abaixo de 35 anos espera-se dois anos para a gravidez acontecer. Acima disso espera-se no máximo um ano para começar a investigação da causa”, assegura o ginecologista.
Os principais motivos da infertilidade advêm: de causas masculinas, por meio de infecções e alterações dos parâmetros do espermagrama (baixa contagem, baixa motilidade e alterações da forma dos espermatozóides); por causas femininas, como obstrução das tubas, infecções, endometriose, ovários policísticos, miomas e outros; causas em ambos os parceiros; e ausência aparente de causas.
Outro fator importante diz respeito às causas psicológicas da infertilidade. Segundo especialistas no assunto, cerca de 5% dos casos não se enquadram em nenhuma das causas físicas do problema. Isto é, a dificuldade em engravidar pode estar ligada ao lado emocional e deve ser tratada com um analista.
Os motivos são variados, por isso, a melhor opção é procurar um profissional qualificado e um tratamento adequado.
reportagem de Iara Bortoluci
foto BIRF