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Danço e não descanso

Com movimentos leves ou mais agitados, nosso corpo e mente estão trabalhando em conjunto para que além de bons dançarinos, tenhamos um momento de desligar a mente de toda nossa rotina diária

Seja curto, solto, torto, diferente ou até mesmo louco, como diria Adriana Calcanhoto, “danço porque danço”; dançar não é apenas algo artístico, mas faz bem à saúde, ao corpo e à mente

Dançar é uma delícia: nos soltamos, nos libertamos de amarras, praticamos exercício e ainda relaxamos. Ao contrário do que muitos pensam, dançar não é algo apenas para pessoas esguias e leves, dançar é para qualquer um que tenha vontade, basta pesquisar e experimentar o que mais lhe agrada e com tempo e prática, logo estará dançando facilmente.

Ao dançarmos, a exigência física é grande, mas além de ser um ótimo exercício para o corpo, a dança também pode ser utilizada como uma fisioterapia preventiva. “Isso quando é realizada de forma a manter a saúde do corpo, se preocupando com alongamentos antes da prática e movimentos planejados que não atrapalhem a saúde do praticante”, explica a fisioterapeuta Nelise Savioli Mazaro, lembrando, porém, que toda técnica para ser terapêutica deve ser supervisionada por um profissional capacitado.

Homens e mulheres igualmente procuram estúdios, escolas e professores de vários tipos de dança. Além dos benefícios mentais, a flexibilidade, mobilidade articular, força muscular e consciência corporal são muito beneficiadas em alguém que pratica qualquer tipo de dança. “A dança exige na maioria dos casos elegância, movimentos harmoniosos e postura, o que auxilia na consciência postural do dia a dia”, lembra Nelise.

Além da queima calórica, o corpo de um dançarino ou bailarino fica mais tonificado e também aumenta o fluxo sanguíneo, melhora a flexibilidade, circulação e ajuda muito na memória, afinal de contas, passos devem ser decorados em quase 100% das danças. Não só proporcionando benefícios ao corpo, dançar deixa a mente leve e alivia as tensões do dia-a-dia. “A dança privilegiadamente permite uma conexão entre mente e corpo. Algumas atividades físicas podem ser realizadas ‘distraidamente’, quase que mecanicamente. Na dança é impossível sem estar conectado. Erra-se o passo, sai do ritmo, pisa-se no pé do parceiro. É preciso estar por inteiro e essa integração corpo-mente é o gerador de saúde mental e emocional”, explica a psicóloga Claudia Marques.

Não só expressão corporal e cultural, dançar possibilita a construção de autoestima e convívio social, pois praticá-la com um grupo – grande ou pequeno – de pessoas faz com que uma interação e integração sejam fatores indispensáveis durante a prática.

Seja qual for o tipo de dança escolhido, devemos nos lembrar que estamos sempre nos fazendo bem. Com movimentos leves ou mais agitados, nosso corpo e mente estão trabalhando em conjunto para que além de bons dançarinos, tenhamos um momento de desligar a mente de toda nossa rotina diária. “A energia nos movimentos alivia o estresse, a ansiedade, e a irritabilidade devido à liberação de endorfina que age no corpo aliviando as dores e relaxando os músculos”, observa Claudia. Agora só resta escolher que ritmo lhe agrada mais e cair na dança.

Dança do ventre

A professora de dança, Maria Janice Backausckins, pratica dança do ventre, em Salto, há dez anos e conta que foi amor à primeira vista. Muito popular entre as mulheres, esta modalidade influencia mais a região do quadril, pois onde a leitura da música é feita, os movimentos mais conhecidos dessa dança são ondulações acompanhadas de movimentos de braços e mãos. “A dança do ventre é uma ótima ginástica, que respeita a anatomia do corpo, e possui muitos benefícios tanto no plano físico, quanto no espiritual”, explica Janice.

Segundo ela, a dança modela os ombros e braços dando contornos mais definidos. Ao corrigir a postura, eleva os seios, fortalece e enrijece o ventre diminuindo a barriga, afina a cintura, arredonda e endurece quadril e glúteos, tonifica e desenvolve os músculos da perna e pode chega a queimar 300 calorias por hora.

Sendo uma dança oriental, ela é unicamente feita para o corpo feminino e os resultados podem variar de pessoa para pessoa. “A prática da dança aumenta a autoestima, além de ser uma grande forma de trazer autoconhecimento. Diversas mulheres relataram como a dança modificou suas vidas radicalmente, alterando seu humor e seu corpo, eliminando depressão e descontentamento”, revela a professora.

No Brasil, a dança do ventre ganhou força em meados dos anos 90, com restrição entre descendentes e simpatizantes, mas apenas se tornou popular através da novela “O Clone”, da autora Glória Perez, exibida na Rede Globo em 2001.

Danças Circulares

A Dança Circular está se tornando cada vez mais famosa e tem como princípio experimentar-se em uma formação que está presente em todas as culturas e épocas: o círculo. Praticante da dança desde 2008, Deborah Dubner experimentou-a pela primeira vez em Itu. “Eu tive a sorte de experimentar esse primeiro sabor com uma das principais figuras das Danças Circulares no Brasil, a Renata Ramos. De lá pra cá não parei mais e pretendo não parar! Fiz inúmeros cursos, e estou concluindo minha pós-graduação em Danças Circulares, na Unipaz Campinas”, conta. Ela explica que de mãos dadas, ouvindo e dançando a música, forma-se uma unidade e resgata-se um sabor simples e forte de pertencimento, além de promover aprendizados para todas as idades.

Praticada no Brasil desde a década de 90, as Danças Circulares têm como principal proposta, a inclusão, portanto acolhe todo tipo de pessoa em contextos específicos para cada caso. “Fazemos questão de dizer que todos podem dançar, respeitando suas limitações. Vamos conduzindo de acordo com o grupo. Mas o mais importante de tudo, é que a formação do círculo e o pulsar do ritmo promovem a harmonia do grupo”, esclarece.

Remetendo-nos à infância, os movimentos do corpo refletem o viver como, por exemplo: dar e receber, pedir e agradecer, abrir e recolher, ser aceito e aceitar, andar e parar, cantar e silenciar, seguir em frente e andar para trás, começar e terminar, cansar e energizar, sorrir e chorar. Utilizadas para promover saúde e bem estar, essa dança é recomendada para qualquer pessoa. “Ela rapidamente alivia o estresse, evoca sentimentos de alegria, união, conexão, esperança, paz, harmonia, autoestima, relaxamento, equilíbrio, presença, tolerância, amor e outras emoções que elevam o espírito e acalmam a mente”, explica Deborah. Sem uma música ideal, a dança em roda está reunindo cada vez mais pessoas nessa prática única e inovadora.

texto: Gisele Scaravelli

foto: Microfoto

 

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