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Inhotim: onde o tempo desacelera e a percepção se amplia…

Considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo, Inhotim mistura arte, natureza e experiência sensorial; Sua nova programação inclui mostras inéditas, obras comissionadas e o festival de música Jardim Sonoro 

Obras permanentes que fazem parte da imensidão cultural de Inhotim

O Inhotim não é um museu tradicional. É um espaço vivo, onde caminhar entre palmeiras, flores raras e esculturas gigantes faz parte da experiência. É preciso mais de um dia para explorar tudo. Por isso, muitos visitantes voltam, não apenas pela arte, mas pela sensação de estar em um lugar único, onde o tempo desacelera e a percepção se amplia.

Localizado em Brumadinho, a cerca de 60 km de Belo Horizonte (MG), Inhotim é considerado um dos maiores museus a céu aberto do mundo. Combinando arte contemporânea, paisagismo e botânica, o instituto é um dos destinos culturais mais importantes do Brasil, atraindo visitantes de todo o mundo.

Fundado pelo empresário Bernardo Paz em 2006, o Inhotim abriga uma coleção permanente de obras de artistas brasileiros e internacionais, espalhadas por uma área de mais de 140 hectares. Seu diferencial está na integração entre arte e natureza. Ao invés de paredes brancas e salas fechadas, as obras estão distribuídas em jardins, trilhas e pavilhões que dialogam com o entorno.

Entre as atrações permanentes mais icônicas estão o “Narcissus Garden Inhotim”, da artista japonesa Yayoi Kusama, uma instalação com centenas de esferas metálicas flutuando sobre a água, e o “Sonic Pavilion”, de Doug Aitken, que transmite sons captados a 200 metros de profundidade da terra.

Outros destaques são as galerias dedicadas a nomes como Hélio Oiticica, Cildo Meireles, Adriana Varejão e Tunga. As obras propõem experiências imersivas e provocativas, misturando som, vídeo, escultura e arquitetura. Em muitos casos, o público pode entrar, tocar ou interagir com as instalações.

Além da arte, o Inhotim também é referência em conservação ambiental. Seu jardim botânico reúne mais de 4 mil espécies de plantas, algumas raras ou ameaçadas de extinção. A paisagem, cuidadosamente planejada por especialistas como o paisagista Roberto Burle Marx, é parte essencial da visita.

Obras permanentes que fazem parte da imensidão cultural de Inhotim

Um “Jardim Sonoro”

Em 2025, a programação do Instituto Inhotim discute arte, natureza e território, com ênfase nas perspectivas de povos originários e nas relações com artistas da região. Ao celebrar dez anos de inauguração da Galeria Claudia Andujar, o Inhotim convida artistas indígenas a integrarem a mostra, pautando a luta pela terra. Fazem parte da mostra, inaugurada no dia 26 de abril, artistas como Denilson Baniwa (1984), Paulo Desana (1979), Edgar Kanaykõ (1990), UÝRA (1991) e Elvira Espejo (1981).  

Ainda em 2025, a partir de 17 de outubro, o Inhotim homenageia a obra de Pedro Moraleida (1977-1999) com uma grande exposição dedicada à sua trajetória, que gerou um corpo de trabalhos tão vasto quanto singular, e inaugura a Galeria Oficina como espaço expositivo no Inhotim.

Na Galeria Lago, o artista guatemalteca Edgar Calel (1987) apresenta obras comissionadas, realizadas a partir de sua convivência com o território de Brumadinho, em sua primeira exposição individual no Brasil. Lais Myrrha (1974), natural de Belo Horizonte, realiza uma escultura monumental ao ar livre, feita especialmente para o museu, que trata de dois marcos econômicos e simbólicos da cultura de Minas Gerais: a mineração e o modernismo arquitetônico.

Na interseção entre arte e natureza, o museu estabelece diálogos entre cosmologias e modos de vida, junto a questões ambientais e territoriais para pensar criticamente o contexto contemporâneo. Em sintonia com a agenda da COP30, que acontecerá no Brasil, a programação do Inhotim convida o público a uma imersão na produção artística e intelectual que busca aprofundar o debate em torno de temas que mobilizam, em diferentes escalas, a vida no planeta.

“Em 2025, vamos inaugurar obras e exposições feitas especificamente para o Inhotim, enfatizando este museu como o espaço de criação, com artistas como Edgar Calel e Lais Myrrha. Ao mesmo tempo, revisitaremos importantes projetos de nosso acervo, como é o caso da Galeria Claudia Andujar, que receberá uma necessária homenagem pelos dez anos de sua abertura. Outro ponto alto da programação deste ano é uma mostra dedicada ao artista Pedro Moraleida, estreitando relações programáticas e artísticas com Minas Gerais”, detalha Júlia Rebouças, diretora artística do Inhotim.

Obras permanentes que fazem parte da imensidão cultural de Inhotim

Além da programação de arte, o Inhotim confirma para 12 e 13 de julho a segunda edição do festival de música Jardim Sonoro, que em 2024 recebeu cerca de 9 mil pessoas em três dias de programação, com shows de artistas nacionais e internacionais como Paulinho da Viola (Brasil), Ballaké Sissoko & Vincent Segal (Mali/França), Joshua Abrams & Natural Information Society (EUA) e Aguidavi do Jêje (Brasil). As atrações para o festival Jardim Sonoro em 2025 serão anunciadas no mês que vem.

Compondo as atividades de 2025, o programa “O que é…?” continua a instigar o público com perguntas que propõem novos pontos de vista em torno da relação entre Arte, Natureza e Educação, pilares estruturantes da programação do Inhotim. Para este ano, serão quatro edições que trazem as questões: “O que é a Justiça?”, “O que é o Desejo?”, “O que é a Imaginação?” e “O que é uma Semente?”. Os formatos propostos para a programação variam entre conferências, shows, performances, oficinas, visitas, espetáculos de dança, entre outros.

A segunda edição do Seminário Internacional Transmutar, também confirmada para setembro, será composta exclusivamente por expoentes do pensamento indígena das Américas. Em uma jornada pautada pelos saberes e narrativas de povos originários, o seminário traz conferências, diálogos e situações artísticas em diferentes espaços ao ar livre do museu.

Na área de Educação, entra como novidade no calendário do Inhotim o projeto Experiência Brumadinho, uma feira com seis edições, voltada para valorização das culturas, das tradições, da gastronomia e dos saberes locais.

Obras permanentes que fazem parte da imensidão cultural de Inhotim

INSTITUTO INHOTIM 

HORÁRIOS DE VISITAÇÃO: De quarta a sexta-feira, das 9h30 às 16h30, e aos sábados, domingos e feriados, das 9h30 às 17h30

Nos meses de janeiro e julho, o Inhotim funciona também às terças

ENTRADA: Inteira: R$ 60,00 | Meia-entrada: R$ 30,00

LOCALIZAÇÃO : O Inhotim está localizado no município de Brumadinho, a 60 km de Belo Horizonte (aproximadamente 1h30 de viagem). Acesso pelo km 500 da BR-381 – sentido BH/SP. Também é possível chegar ao Inhotim pela BR-040 (aproximadamente 1h40 de viagem). Acesso pela BR-040 – sentido BH/Rio, na entrada para o Retiro do Chalé

 

fotos: Renato Lima

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