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Post: A ‘beleza fatal’ de Camila Pitanga

A ‘beleza fatal’ de Camila Pitanga

Atriz desafia próprios limites e conquista o mundo na novela ‘Beleza Fatal’, estrondoso sucesso da HBO/Max: “A Lola se incorporou de alguma forma no meu corpo”

Camila Pitanga em ensaio especial para o lançamento de “Beleza Fatal”

Em um universo onde a ambição e o desejo se entrelaçam, Camila Pitanga surge como a força vital por trás de Lola, sua mais recente personagem na novela “Beleza Fatal”, da HBO/Max, disponível desde o final de janeiro em streaming e, ainda este ano, na TV aberta. Com uma entrega visceral, a atriz não apenas dá vida a uma mulher que é “perigosa, histriônica e ambiciosa”, mas também revela as camadas de uma alma que busca amor e redenção. “Ela é uma mulher que corre atrás do que acredita e do que quer, sem medir esforços”, confessa Camila, enquanto nos convida a mergulhar em um enredo que promete não apenas entreter, mas também provocar reflexões sobre a condição feminina. A atriz, que já conquistou o coração do público brasileiro, agora se vê em um novo capítulo de sua carreira, levando a novela para o mercado internacional: “É um orgulho enorme estar participando da primeira novela da Max. O poder de fazer um trabalho com essa vocação de partir do Brasil para o mundo é incrível”, afirma Camila, revelando sua empolgação em ser parte de um projeto que não apenas desafia limites, mas também celebra a rica tapeçaria cultural do Brasil. Com uma mistura de humor e ferocidade, Lola se torna uma personagem com a qual todos podemos nos identificar. Camila compartilha: “Eu me apaixonei por ela enquanto estava fazendo. A gargalhada da Lola me faz rir; é uma gargalhada de quem tem prazer, mas também de quem tem ferocidade.” Revista Regional esteve presente no lançamento de “Beleza Fatal”, juntamente com os grandes veículos do país, e traz nas próximas páginas essa conversa reveladora com Camila Pitanga, onde ela nos leva aos bastidores de sua preparação intensa e da colaboração mágica com sua equipe.

REVISTA REGIONAL: Como foi dar vida a uma personagem tão intensa como a Lola em “Beleza Fatal” e, ao mesmo tempo, participar de um projeto que representa um novo capítulo na sua carreira, levando a novela brasileira para o mercado internacional?

CAMILA PITANGA: Eu poderia dizer que a Lola é uma mulher perigosa, histriônica e ambiciosa, mas, ao mesmo tempo, inteligente. Ela sabe rebolar, se organizar e se equilibrar no salto alto – e estou falando tanto no sentido literal quanto no figurado. Ela é uma mulher que corre atrás do que acredita e do que quer, sem medir esforços, atropelando, matando, fazendo coisas sórdidas também. No entanto, ela tem um humor e uma vontade de viver contagiante. Mesmo tendo esse lado mais denso e, digamos, perigoso e terrível – porque, muitas vezes, ela é bem terrível –, a gente acaba gostando dela. Pelo menos eu me apaixonei por ela enquanto estava fazendo. Não sei exatamente o que é, mas acho que ela se incorporou de alguma forma no meu corpo. Depois, levei um tempo para conseguir me libertar dela. Há momentos em que a gargalhada da Lola me faz rir, e acho que acabei carregando isso comigo. É isso: uma gargalhada de quem tem prazer, mas também de quem tem ferocidade. Ela é uma mulher ferina. É um orgulho enorme estar participando da primeira novela da Max. Acho que essa novela abre um mercado, é uma aposta. Entendo que o Brasil é um farol de criatividade, de histórias, de personagens, de atores e atrizes. É algo que parte do Brasil para o mundo. O poder de fazer um trabalho com essa vocação, de partir de algo tão singular e rico do nosso país para alcançar o mundo, é incrível. Eu nem sabia que a gente estava sendo lançado em tantos países; fiquei muito feliz. Eu, que já tenho uma trajetória na televisão, sinto como se estivesse recomeçando, começando um novo capítulo na minha vida. É uma novela em que eu acredito muito, e estou louca para ver como vai reverberar nos olhos e nas telas desse Brasil e, agora, do mundo.

Camila Pitanga em ensaio especial para o lançamento de “Beleza Fatal”

Ela é quase uma sátira, digamos assim. Ela deseja o amor do filho, mas não consegue; quer ser amada e não consegue. Como você fez para construir e achar esse tom equilibrado entre o histriônico e o sofrimento?

Foi um desafio. E acho que você leu muito bem a Lola. Para mim, foi muito importante aterrissar na verdade dela. Mesmo sendo uma mulher exuberante e histriônica, que faz sarro de tudo, eu precisei encontrar o coração dela. Um filme chamado “Um Lugar ao Sol”, um documentário de 2008, foi super importante para mim nesse processo. Assistir a esse trabalho foi muito interessante, porque, no início, eu achava tudo o que a Lola falava tão absurdo, tão fora de mim. E, de fato, é. Mas eu precisava encontrar o coração dela. Então, lendo e relendo, está tudo no texto. O Rafa (Raphael Monte, criador e roteirista) é generoso em trazer a voz dela, mostrando um pouco dos antecedentes de uma vida marcada por violência, muito sofrimento e superação. Foi sobre encontrar esse coração, sabe? Algo que pudesse ancorá-la, colocar os dois pés no chão para que, ainda assim, ela pudesse voar nos sonhos, nos devaneios, na loucura. Porque, às vezes, ela é louca e impiedosa. O objetivo foi emprestar a minha humanidade para a Lola. Acho que foi isso que consegui. Eu realmente fiz esse trabalho. Tudo bem, ela está sendo terrível, tratando a criança como uma empregada, mas eu buscava entender. Ela está se preocupando, e isso tem a ver com quem ela é e como foi formada. Afinal, ela foi uma menina que trabalhou em casa. Então, como não a defender? Não teria como dar veracidade à personagem se eu não buscasse um ponto de vista humano. Eu fiz o meu dever de casa, como sempre faço em todos os meus trabalhos. Por conta própria, aluguei uma sala e ficava improvisando, eu me dediquei totalmente, aproveitei cada chance de ensaiar, burilar e improvisar o passado da personagem. Muitas coisas já estavam no texto, mas eu fiz um trabalho de pesquisa aprofundado. Eu acordava todos os dias para malhar às 6h da manhã, porque a Lola tinha todo um lance de culto a um tipo de beleza, de corpo, de imagem, sabe? Então, eu malhava para dar o corpo à personagem. Depois, ia até Osasco bater o texto do dia. 

Como a colaboração com Mônica Albuquerque e a equipe impactou seu desenvolvimento como atriz e produtora executiva?

Acho que, entre os personagens icônicos e populares que são o coração desta novela, a Giovanna (Antonelli) é um pilar fundamental. Quando entendemos que ela faria parte da trama, foi um golaço! Que golaço quando a Mônica me deu essa notícia! Preciso externar minha gratidão a ela por essa nova etapa da minha vida. Foi ela quem me trouxe pela primeira vez para falar sobre a novela, sempre apostou em mim e enxergou que eu tinha, sim, vocação como atriz, mas também poderia usar minha expertise para outros voos, também como produtora executiva. Ela sempre me incentivou, me deu liberdade e respeito. Senti que a voz da Mônica valorizava minhas ideias e me permitia ter uma troca tão bonita como a que venho tendo nesta companhia. Preciso falar disso porque a gratidão pela vida se transformou em uma grande amizade. Ela é, absolutamente, o coração deste trabalho, deste projeto e desta chama que é Beleza Fatal.

O que tornou esse projeto tão especial para marcar o seu retorno às novelas e como foi trabalhar com a diretora Maria de Médicis?

Se tem uma coisa que eu mais ouço por aí é: “Camila, quando você vai voltar às novelas?” Eu também estava esperando um projeto que realmente fizesse sentido para mim. Mas esse chamado, de entrar no táxi, de estar na praia ou na rua e ouvir as pessoas dizendo: “Cara, a gente tem muita saudade de você!” foi muito forte. Poder voltar com um trabalho que me desafiou, que me exigiu e que me fez feliz é incrível. Foi uma experiência divertida e respeitosa, com um diálogo e uma interlocução que são o coração da selva. Estar novamente com minha grande amiga, a diretora Maria, foi fundamental; sem ela, essa novela não teria acontecido. O profissionalismo, a garra, a alegria e a ousadia dela foram essenciais, porque essa novela é muito ousada, graças ao Raphael. Ele não tem medo de impactar e surpreender. É uma novela que realmente faz a ponte entre o folhetim tradicional que amamos e a modernidade, com 40 episódios sem enrolação, onde a trama avança e os personagens nos surpreendem de maneiras inesperadas. A modernidade que ele traz nas temáticas também é notável.

Camila Pitanga em ensaio especial para o lançamento de “Beleza Fatal”

Como foi trabalhar com a Camila Queiroz neste projeto e de que forma essa parceria ajudou a construir a relação intensa entre as personagens na novela?

Quando reencontrei a Cami, ela me olhou nos olhos, senti vontade de chorar, porque isso me remeteu ao nosso primeiro encontro. Eu já conhecia Camila Queiroz, uma atriz talentosa e linda, mas estávamos improvisando em uma sala no Jardim Botânico, enquanto ainda engatinhávamos na nossa compreensão do trabalho. Ela estava gravando outra novela. Nossa, não sei como ela deu conta disso, porque estava fazendo três coisas ao mesmo tempo. Ela é essa mulher assediada por ser talentosa, por brilhar, essa pessoa que a gente gosta de mirar, de olhar. Ali, as duas estávamos despojadas, sem maquiagem, de roupa de ensaio. Quanta coisa aconteceu nesse dia. Isso me deu uma confiança enorme por ter uma atriz que me apoia e uma pessoa que eu falo para todos os cantos. Desculpa me alongar nisso, mas eu sou movida pelo afeto; o afeto me leva, sabe? Então, quando tivemos esse encontro, ela me deu essa confiança por estar ali, porque é isso que a gente faz na novela: somos inimigas, mas, enfim, ela é uma personagem chave pra mim. Sei que tem o elenco inteiro e toda essa constelação é muito importante, mas estou do lado de dois atores que me inspiraram. Sou muito grata por essa troca e por tudo que vivi. Eu li e sou da geração jurássica, né? Faço parte do elenco da novela desde o início, e quando comecei a ler, não parei. Foi como uma torrente. Queria entender para onde aquilo ia, porque não dava para entender; você não sabe para onde vai em uma novela dessas, nem mesmo a Lola.

Como foi o processo de preparação e colaboração com seus colegas para alcançar esse nível de entrega e construção do trabalho no set?

Eu estava preparada para chegar com o texto decorado e jogar tudo de forma tranquila nesse processo braçal, que é decorar e internalizar o texto. Preciso agradecer às pessoas que me ajudaram antes de eu chegar ao set de gravação. Contracenando com os meus colegas, que foram verdadeiros parceiros de pesquisa e trabalho, percebo que nada vem de graça. Tudo é fruto de muita labuta, de esculpir o trabalho, de pensar estratégias.

 

texto: Ester Jacopetti

fotos: Gabriela Schmdt

produção: Pedro Sales

make-up: Jake Falchi

 

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