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Não provoque, é ‘Rosa Choque’!

Em Itu, mulheres se unem no coletivo “Rosa Choque” para fortalecer a presença feminina no circuito artístico

Integrantes do Grupo Rosa Choque durante a exposição “Sustentar o Efêmero”, em Itu

Fortalecer a presença feminina no circuito artístico. Esse é um dos vários objetivos da criação do Grupo Rosa Choque, composto por 12 mulheres entre artistas, curadoras, colecionadoras e educadoras, que se reúne quinzenalmente para refletir e propor formas de legitimação de suas trajetórias.

Criado em Itu em 2020, o coletivo é constituído como um campo de potência com o desenvolvimento contínuo de pesquisa e experimentação em arte contemporânea, em encontros dirigidos por Tania Rivitti e Alayde Alves, recebendo, posteriormente, mediadoras envolvidas com o Ateliê397, como Paola Ribeiro, Érica Burini e Thais Rivitti.

O nome Rosa Choque surgiu bem depois da criação do grupo, em 2023, após a morte de Rita Lee, inspirando-se nas facetas mais contraditórias e ousadas exploradas pela cantora, assim como pelas integrantes do coletivo. Sua música ‘Cor de Rosa Choque’ é considerada um hino de empoderamento feminino e crítica às visões estereotipadas sobre a mulher. A letra faz um jogo de contrastes entre a imagem tradicional da mulher, como a ‘bela e a fera’ e a ‘gata borralheira’, e a realidade de uma mulher que é forte, independente e multifacetada. A expressão ‘cor de rosa choque’ simboliza a quebra de expectativas, sugerindo que, apesar de a sociedade tentar impor uma imagem delicada e passiva às mulheres, elas são, na verdade, poderosas e surpreendentes.

Perguntas e reflexões

O grupo surgiu também para levantar questões como: “O que constitui uma artista? Como desestigmatizar o trabalho de arte de criadoras que desafiam os padrões etários do mercado? Como reconhecê-las integradas à contemporaneidade? Como classificar a produção recente de artistas que iniciaram sua trajetória em uma fase mais avançada da vida? Como conciliar maternidade, outras profissões e tantos outros papéis femininos com a prática artística?”

Integrantes do Grupo Rosa Choque durante a exposição “Sustentar o Efêmero”, em Itu

Além dessas reflexões, o coletivo tem o objetivo de fortalecer a presença de suas integrantes no circuito artístico, participando de editais e projetos institucionais que possibilitem maior visibilidade.

Entre as ações já realizadas estão a recente mostra “Sustentar o Efêmero”, no Estúdio Extraordinário e no anexo do Museu Republicano de Itu. A invisibilidade do trabalho das mulheres dentro e fora de casa, as lutas por manter avanços sociais conquistados e contra a violência e o resgate da memória foram algumas recorrências dos trabalhos reunidos na exposição de 2024.

Atualmente, o coletivo conta com 13 mulheres, sendo nove artistas, além de curadoras, educadora e colecionadora. São elas: Eliane Gallo, Gersony Silva, Gessica Morais, Luciana Boaventura, Ninetta Rabner, Raquel Fayad, Rosa Grizo, Shirley Cipullo, Alayde Alves, Tânia Rivitti, Thaís Rivitti, Juliana Monachesi e Márcia Pimenta.

E há espaço para mais artistas. A adesão, segundo as organizadoras, pode ser por indicação de outras artistas e curadores. Posteriormente, o portfólio da artista indicada deverá passar por uma avaliação da curadoria do grupo.

“O Rosa Choque adota uma abordagem singular na discussão dos trabalhos, onde cada artista é incentivada a desenvolver sua produção de forma autêntica, ao mesmo tempo em que o grupo cresce por meio da troca e do diálogo entre as integrantes. Essa dinâmica fortalece a construção coletiva do pensamento crítico e da experimentação artística”, pontuam as organizadoras do grupo.

 

fotos: Bruna Fiamenghi

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