É crucial que mulheres de todas as idades estejam atentas à saúde de suas mamas, adotem hábitos saudáveis e realizem exames preventivos regularmente
O mês de outubro é marcado por uma campanha global de conscientização sobre o câncer de mama: o Outubro Rosa. Com o objetivo de alertar mulheres sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, a mobilização ganha força todos os anos, engajando governos, instituições de saúde e a sociedade em geral.
O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres, e sua detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura. Por isso, a prevenção é um dos pilares centrais do Outubro Rosa e o autoexame e a mamografia são essenciais. Mulheres a partir dos 40 anos devem realizar a mamografia anualmente, conforme orientação do Ministério da Saúde. Contudo, o autoexame, feito regularmente, permite que a mulher conheça seu corpo e detecte possíveis alterações.
Além dos exames, manter hábitos saudáveis é outra recomendação importante. A prática regular de atividades físicas, a alimentação balanceada, o controle do peso e a redução do consumo de álcool são medidas que podem reduzir o risco de desenvolvimento do câncer de mama. Estudos também indicam que a amamentação pode ter um efeito protetor contra a doença.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama é o tipo de câncer mais frequente em mulheres no mundo, representando cerca de 24,5% dos novos casos anuais. No Brasil, o cenário também preocupa. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) indicam que, em 2023, o país registrou cerca de 74 mil novos casos da doença, consolidando o câncer de mama como o tipo mais comum entre as mulheres brasileiras, seguido pelo câncer de colo de útero. Apesar dos avanços no tratamento, a mortalidade continua elevada, principalmente devido ao diagnóstico tardio, que dificulta a cura.
Avanços
Nos últimos anos, a medicina tem feito grandes avanços no diagnóstico e no tratamento do câncer de mama. Entre os novos métodos de detecção, destaca-se a mamografia digital, que oferece imagens de maior precisão e, portanto, um diagnóstico mais confiável, especialmente em mulheres com mamas densas. Além disso, a ressonância magnética tem se tornado um exame complementar relevante, especialmente em pacientes de alto risco.
No campo do tratamento, os avanços são ainda mais expressivos. A terapia personalizada, que considera o perfil genético do tumor, tem revolucionado o combate à doença. Entre as terapias mais recentes, destacam-se:
- Terapia-alvo: Esse tratamento visa moléculas específicas que promovem o crescimento das células cancerosas, bloqueando-as de forma mais eficaz e com menos efeitos colaterais do que a quimioterapia tradicional.
- Imunoterapia: Embora ainda em estágio experimental para o câncer de mama, a imunoterapia — que estimula o sistema imunológico a combater o câncer — tem mostrado resultados promissores em alguns subtipos agressivos, como o triplo-negativo.
- Cirurgias menos invasivas: Procedimentos como a mastectomia preservadora de pele e a reconstrução mamária imediata permitem que as pacientes tenham um resultado estético melhor, preservando a autoestima e a qualidade de vida.
- Radioterapia de precisão: Outra inovação é a radioterapia guiada por imagem, que permite tratar o tumor de maneira mais direcionada, preservando o tecido saudável ao redor e reduzindo os efeitos colaterais.
- Novos medicamentos: Recentemente, foram aprovados inibidores de CDK4/6, drogas que impedem a multiplicação descontrolada de células tumorais, oferecendo uma nova opção para pacientes com câncer de mama avançado ou metastático.
Desafios
Apesar dos avanços, o câncer de mama ainda representa um grande desafio para a saúde pública, principalmente em países em desenvolvimento, onde o acesso ao diagnóstico precoce e ao tratamento adequado é limitado. No Brasil, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta dificuldades em oferecer mamografias regulares a todas as mulheres que necessitam, especialmente nas regiões mais remotas.
Por isso, campanhas como o Outubro Rosa são tão fundamentais. Elas não apenas alertam sobre a importância da prevenção, mas também pressionam políticas públicas mais eficazes, que garantam acesso universal a exames e tratamentos.
Em termos de pesquisa, há otimismo com o desenvolvimento de novos tratamentos e tecnologias. A expectativa é de que, nos próximos anos, a medicina de precisão, combinada com novos fármacos e terapias avançadas, torne o tratamento do câncer de mama cada vez mais eficaz e menos invasivo, prolongando a vida das pacientes e aumentando as chances de cura.
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