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Post: Danielle Winits celebra 30 anos de carreira

Danielle Winits celebra 30 anos de carreira

Dani Winits celebra 30 anos de carreira em ensaio especial para a Revista Regional

Em uma entrevista exclusiva, a atriz Danielle Winits compartilha sua visão sobre a atuação como uma jornada de transformação pessoal, tanto para os artistas quanto para o público. Ela destaca a evolução do papel das mulheres na indústria do entretenimento desde o início de sua carreira em 1993, há exatos 30 anos, enfatizando a importância da igualdade de gênero. Danielle também revela sua paixão pelos musicais e como essa forma de arte exige dedicação física e emocional. Ao interpretar figuras icônicas como Marilyn Monroe, ela ressalta o impacto de personagens femininas fortes na história. Essa entrevista é um convite para as leitoras explorarem a trajetória inspiradora de uma mulher empoderada que continua a desafiar barreiras na indústria do entretenimento, representando a força e a evolução feminina no mundo artístico.

 

REVISTA REGIONAL: Como os atores enfrentam o desafio de se transformar em personagens com personalidades diversas, incorporando aspectos emocionais e psicológicos distintos, e de que maneira esse processo complexo contribui para a evolução da profissão artística?

DANIELLE WINITS: Costumo pensar na minha profissão para além da simples criação de personagens. Para além do entretenimento. Porque muitos deles foram e são instrumentos de transformação individual também da mulher Danielle. Eles me fazem pensar fora da minha bolha, me ressignificam a cada novo mergulho como ser humano. A beleza do trabalho também reside em convidar as pessoas, no caso o público que nos acolhe, que vai ao teatro, que assiste a um filme, ou a um trabalho na TV, a abraçarem ou a questionarem seus valores individuais, revisitarem suas histórias particulares, encararem que somos sol e, por vezes, também sombra, para que, juntos, artista e espectador desfrutem em comunhão de uma jornada evolutiva como seres humanos.

Como você percebe a evolução do cenário artístico desde o início de sua carreira em 1993, até os dias atuais, especialmente no que diz respeito aos papeis oferecidos às mulheres no cinema, TV e teatro? Você acredita que o papel das mulheres no entretenimento brasileiro evoluiu ao longo do tempo, especialmente quando falamos em igualdade de gênero?

Sem dúvida alguma e me orgulho muito em fazer parte dessa marcha evolutiva sem espaço pra ré. A objetificação feminina, o sexismo, o etarismo, dentre muitas outras práticas esmagadoras por muito tempo ceifaram e ainda tendem a encolher todo nosso potencial e a ditarem nossa própria existência. O exercício persiste e consiste em nos encolherem para ainda caberem e assim fazer valer uma narrativa que é secular. Todo processo evolutivo requer aliados comprometidos com uma verdadeira transformação que norteie a libertação. Digo todos nós, porque nós mulheres, artistas ou não, também precisamos fazer a nossa parte. É uma batalha diária e humanitária.

Em um dos seus posts nas redes sociais, você comenta que desde menina era um sonho poder fazer musicais. E hoje você acumula inúmeras apresentações nos palcos. O que mais te encantou neste universo? Afinal, os desafios em termos de caracterização física, quanto na representação das nuances psicológicas, exige muito mais de um artista, certo?

Comecei a estudar dança aos cinco anos. Aos 12, entrei para escola de teatro e de canto e, aos 14, assisti ao meu primeiro musical. Desde então, investi em poder, em algum momento, caso houvesse a oportunidade, de unir essas paixões na minha vida. Estar no palco em um musical requer para além da disciplina que o teatro tradicional já exige, uma mentalidade de atleta. Ter me formado como bailarina clássica aos 16 anos foi essencial para a manutenção dessa prática e para aprender a respeitar o foco necessário no que tange uma escolha desse porte.

Dani Winits em ensaio exclusivo

Dani, em outras ocasiões já nos encontramos e eu tive a oportunidade de entrevistá-la, especialmente durante o espetáculo Marylin Monroe. Qual a importância de interpretar mulheres fortes que ultrapassam o tempo e gerações e se mantêm vivas na história?

Interpretar Marilyn foi essencial para minha trajetória não apenas como artista, mas sim como mulher. Não foi sobre mergulhar no universo da sex symbol. Seria aquele mergulho no raso. Bateria de cabeça e não aproveitaria a profundeza dessa mulher à frente de seu tempo. Marilyn já era feminista e não sabia.

O que você considera fundamental para que a sua vida, tanto pessoal quanto profissional, esteja em sintonia? Como você encontrou o equilíbrio de como fazer as coisas certas?

Procuro não levar questões de trabalho para casa e ter tempo de qualidade afetiva com a minha família. Normalmente sou bastante disciplinada e quando preciso estudar em casa administro de forma que seja nos momentos quando estou sozinha. Assim tenho o melhor dos dois mundos.

Considerando a sua experiência, qual conselho você daria para as novas gerações de atrizes que estão ingressando na indústria do entretenimento no Brasil?

Que não deixem de acreditar nos seus sonhos, porém com responsabilidade sobre eles. A nossa profissão requer uma busca eterna por aprimoramento pessoal também. Nós nos conhecendo, podemos observar melhor o outro e sermos empáticos ao ponto de não julgarmos, mas, sim, acolhermos outras personalidades para que, como artistas, possamos mostrar ao mundo que todos temos nossa luz e nossas sombras.

Como você analisa chegar aos 50 anos com uma carreira sólida e bem-sucedida nessas três décadas como atriz, enfrentando desafios em um mundo muitas vezes marcado por machismo e preconceito, especialmente considerando o seu percurso profissional?

Sou uma eterna aprendiz e pratico meus aprendizados. Por isso, hoje mais do que nunca me sinto livre para enfrentar qualquer barreira, qualquer preconceito ainda imposto pela sociedade. Sou dona da minha história e me orgulho de entender a importância em reescrevê-la todos os dias. Se isso refletir para outras mulheres e incentivá-las a caminhar avante e sem medo, já conquistei mais um dia.

Estamos chegando ao final de mais um ano. De que maneira você gosta de iniciar o novo calendário? Segue algum ritual de virada?

Deixo a vida me levar no que tange o fim do ano! Adoro festa, mas gosto mais das surpresas que o destino possa me reservar!

Há pouco você encerou mais um trabalho, “O Mágico de Oz”. Quais são os seus projetos para 2024?

Terminei o musical e estou começando a divulgar o meu novo filme “Os Farofeiros 2”, que estreia nos cinemas agora em janeiro! Fora isso, começo a rodar o novo longa do Miguel Falabella, também em final de janeiro.

 

entrevista: Ester Jacopetti

fotos: Ale Monteiro

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