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Post: Leila Schuster inaugura, em Itu, acervo de 30 anos do ‘Miss Brasil’

Leila Schuster inaugura, em Itu, acervo de 30 anos do ‘Miss Brasil’

Leila e o apresentador Amaury Jr. com a estátua em tamanho real da miss

Entre tantas relíquias, uma das principais atrações do acervo, sem dúvida, é uma estátua de porcelana de Leila em tamanho real com o vestido usado por ela no Miss Universo

Eleita Miss Brasil em 1993, Leila Schuster escolheu a proximidade de seu aniversário, em novembro, para inaugurar um “mini museu” que reúne todo o acervo desses 30 anos do concurso que a coroou como a mulher mais linda do país. A sala que recebeu peças de vestuário, troféus, prêmios e, obviamente, a faixa de miss, fica em sua casa, num condomínio de Itu.

Há exatos 30 anos, em 1993, Leila foi coroada Miss Brasil e participou também do Miss Universo, ficando entre as sete finalistas. Entre tantas relíquias, uma das principais atrações do acervo, sem dúvida, é uma estátua de porcelana de Leila em tamanho real. Detalhe: a escultura, produzida pelo artista Marcelo Ramos, traz uma réplica fiel do vestido usado pela Miss Brasil na grande final do concurso Miss Universo, na Cidade do México. A peça original, assinada por Angel Sanches, se perdeu com o tempo, após algumas modificações, e agora foi reproduzido por Marcelo. “Eu sempre tive muito carinho e cuidado com meu acervo do miss desde 1993, mas mesmo assim algumas peças foram extraviadas e uma mala inteira foi furtada com roupas do Miss Universo. Felizmente, os principais trajes ficaram comigo, guardados a sete chaves durante 30 anos, com exceção desse vestido de gala usado na final do concurso. Minha irmã mais velha sempre demonstrou o quanto o achava lindo, então quando ela marcou a data do casamento não pensei duas vezes, cedi o vestido – ela estava linda e radiante! O tempo passou e essa peça ficou guardada na casa de minha mãe, que um belo dia resolveu emprestá-la para uma prima casar, ganhando algumas alterações e reformas. O belo vestido do estilista Angel Sanches foi perdendo a alma. Décadas se passaram até eu resgatar o vestido, mas logo me dei conta de que já não lembrava o original e não teria como ser restaurado. Foi quando me lembrei do Marcelo Ramos, artista e amigo que faz um trabalho lindo em torno do universo miss, desde vestidos, quadros e réplicas em miniatura. E eu fui a felizarda em receber a primeira miniatura Miss Brasil em 2005, que também está exposta no museu”, conta Leila, em entrevista à Revista Regional, onde ela também é colunista mensal, assinando uma coluna de Lifestyle.

Aliás, foi justamente a partir da reprodução desse vestido que Leila se encorajou para reunir todo o seu acervo de miss. “Passei a vislumbrar como seria o espaço que abrigaria essas roupas. A cabeça começou a viajar em tantas histórias! Minhas roupas vintage são totalmente atuais, algumas confeccionadas em seda pura, mereciam estar expostas, mas protegidas. E assim nasceu e cresceu a sala do acervo. Nem tudo está exposto, ainda quero fazer ampliações de fotos de revistas da época, onde apareço com esses trajes”, acrescenta, lembrando que foi contagiada pela emoção de seus fãs. Os missólogos – como são chamados os amantes deste universo miss – são verdadeiras enciclopédias da história da beleza e dos concursos. “Esses fãs me lembraram da importância da data de três décadas! Sou muito grata por tudo o que vivi ao longo desses anos, mas o público dos concursos é que faz com que tudo isso tenha sentido. Tem muito amor e admiração na jogada”, completa.

Entre tantas raridades, Leila escolheu dois vestidos que eram seus “queridinhos” na mala durante o Miss Universo e que, depois, ainda usou durante anos. “Se eu os usasse hoje, eles ainda fariam sucesso em qualquer lugar do mundo, são atemporais, um vermelho e outro preto. Escolhi também um azul todo bordado que representa a Rainha das Águas, feito sob medida especialmente para a minha coroação como Rainha do Baile de Carnaval do Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Foi um sucesso absoluto, saiu em todos os jornais e revistas, por isso ele está lá”, detalha. O acervo reúne também placas comemorativas, troféus variados, inclusive como finalista do Miss Universo e, é claro, a faixa original de Miss Brasil.

Já a coroa de Miss Brasil reserva um capítulo à parte no museu, como conta a própria Leila: “Uma história maluca aconteceu com minha coroa. Em 2007, ela foi roubada da minha casa, no Rio de Janeiro, juntamente com outros objetos. Acabou saindo na imprensa e houve uma pressão muito grande, a polícia acabou desmantelando uma quadrilha e, meses depois, acharam a minha coroa na casa de um deles. Deixei passar quase um ano para ter coragem de ir buscar a coroa na delegacia. Bom, no final ela foi levada para restauração e depois abençoada por um padre. Está lá no museu, dentro de uma redoma. Que história, né!”, relembra.

Mas, mesmo com tantas curiosidades e relíquias, sem dúvida, a grande atração do acervo é a estátua em cerâmica, em tamanho real, criada por Marcelo Ramos. É a primeira da história do Miss Brasil. Foi dele, inclusive, a ideia de assumir esse grande desafio: fazer a escultura e reproduzir o vestido de 30 anos, em um trabalho artesanal que levou dez meses para ser concluído.

O “mini museu” foi inaugurado na casa de Leila, em Itu, porém ela tem recebido dezenas de mensagens de todas as partes de fãs que gostariam de conhecer o acervo, o que abre a possibilidade de um dia se criar no Brasil um espaço público que possa reunir itens e vestuário de outras misses brasileiras, como sugere a própria Leila Schuster: “Penso que seria muito bacana um museu assim, inclusive com parte do acervo das duas brasileiras campeãs do Miss Universo, a Iêda Maria Vargas e a Marta Vasconcelos.”

Trinta anos depois da coroação, Leila conta que foi emocionante reviver toda essa história. “É interessante pensar que a aura do Miss Brasil é imortal. Desde aquela noite em que recebi a coroa nunca mais a minha vida foi a mesma. Esses 30 anos não passaram simplesmente, eles foram vividos intensamente, com novas histórias e capítulos anexados ao contexto. Não sinto nostalgia, tenho orgulho e amor por essa história e trajetória. Eu não escolhi uma profissão artística, mas é como se eu a tivesse. Sou jornalista, escrevo para revistas e também estou presente na mídia eletrônica, durante um bom tempo trabalhei com moda, mas nunca deixei de ser miss para aqueles que veem em mim essa história. Espero que meus netos e bisnetos continuem contando essas histórias por décadas”, pontua.

Além do marido José Luiz Gandini e de toda a família, a inauguração do acervo de Leila, em Itu, reuniu algumas amigas, o artista Marcelo Ramos e o apresentador Amaury Jr. com sua esposa Celina.

Uma miss em Itu

A gaúcha Leila Schuster mora há quase 15 anos em Itu, após seu casamento com o empresário José Luiz Gandini. Jornalista, apresentadora, influenciadora, gastrônoma e amante das viagens, ela atualmente é colunista da Revista Regional (impressa e digital), onde dá dicas sobre lifestyle, viagens e curiosidades, e também da GoWhere! paulistana.

Leila começou sua carreira de modelo aos 13 anos, quando ganhou uma bolsa para um curso profissional. Aos 17, participou do seu primeiro concurso, o Garota Nívea, que abriu as portas para ela representar o Sul no Miss Brasil em 1993. Eleita a mais bela do país daquele ano, foi a representante brasileira no Miss Universo. Mesmo sendo considerada a favorita ao título mundial por vários jornais internacionais da época, Leila acabou ficando em sétimo lugar. O concurso e sua posição entre as “top 10” do planeta abriram as portas para atuar como modelo em vários países europeus, EUA e Ásia.

Mãe de Klaus, fruto do primeiro casamento, ela está sempre na ponte aérea, ora visitando o filho que mora fora da região, ora a mãe e o restante da família no Rio Grande do Sul. Mas como toda pessoa que carrega o gene wanderlust, Leila é uma curiosa nata, que ama conhecer novos lugares e culturas, e suas malas estão sempre prontas para embarcar em uma nova aventura. “Sempre brinco que sou uma cidadã do mundo”, comenta, ao lembrar que já morou em São Paulo, Rio e Milão, antes de Itu.

Nos passaportes, carimbos de países dos quatro cantos do globo: “felizmente tenho na bagagem viagens maravilhosas, destinos dos mais variados, como Egito, Japão, Maldivas dentre outros”. Nesta entrevista especial concedida à Capa Digital da Regional, em 2022, Leila falou sobre essa paixão por viagens e de assuntos atuais, como beleza, diversidade, família, saúde e bem-estar. Confira, abaixo, a conversa.

 

REVISTA REGIONAL: De 1993, quando você foi eleita Miss Brasil e se destacou no Miss Universo (ficando entre as top 10), até agora, muita coisa mudou no mundo, principalmente em relação à beleza, com a queda de antigos padrões estabelecidos pelo mercado. Nesse mesmo período, o concurso também passou a aceitar cirurgias plásticas e outros procedimentos estéticos antes reprovados. Como você analisa tudo isso?

LEILA SCHUSTER: Entrei para a história do concurso de beleza mais importante do mundo em uma época de muito glamour e relevância deste tipo de evento. Sinto-me muito honrada e feliz por ter tido esta oportunidade, escrevi minha história e continuo recebendo o carinho e a admiração do público depois de tanto tempo. Isso tudo é incrível! Os padrões de beleza mudaram radicalmente daquele tempo para cá. Antes as décadas marcavam mudanças de estilo, hoje em dia as mudanças são aceleradas e misturadas, a cada semestre percebemos um revival na moda e na beleza inspirados nos anos 1980, 1990, 2000. Nos idos anos 1990 as cirurgias plásticas já eram aceitas nos concursos, porém não existia uma padronização que as tornassem óbvias como atualmente. Podemos dizer que a beleza hoje é fabricada com muita rapidez (risos). Felizmente ou infelizmente, beleza não é mais um diferencial, pois quem pode investir nas mudanças do visual chega lá, seja com cirurgias, com harmonizações, com especialistas odontológicos, personal coach etc. Mas confesso que sou super adepta das mudanças e modernização, não sou saudosista. Amo a dinâmica dos concursos atuais.

 

Depois do título de miss, você também atuou como modelo e fez campanhas para importantes marcas mundiais. Esses segmentos (moda e publicidade) também mudaram muito nas últimas décadas, tanto na maneira como se cria as campanhas ou as divulga, como também na ampliação do conceito de diversidade, inserindo diversos grupos que antes não tinham tanto espaço. Como vê todas essas transformações, já que ainda hoje você atua na mídia, porém como jornalista, colunista da Revista Regional e GoWhere!, apresentadora e influenciadora?

Na sequência do Miss Universo trabalhei bastante como modelo, foi muito bom ter aproveitado a visibilidade que o concurso internacional deu à minha carreira. Assim que acabou a transmissão ao vivo para o mundo inteiro do Miss Universo, recebi uma chuva de convites de trabalho, todos no exterior, então fiquei um bom tempo fora. Eu era modelo antes de participar do Miss Brasil e depois da competição internacional minha carreira deu um salto, posso dizer que ganhei bastante dinheiro para a época. Porém, meu lado “ultra mega família” me fez voltar para o Brasil. Voltando à questão da diversidade, é bárbaro observar que muitas barreiras foram derrubadas, mesmo sabendo que a luta é contínua e a passos lentos. O racismo velado não é mais tolerado, assim como a homofobia. Vejo a xenofobia como uma guerra que terá muitas batalhas ainda pela frente e não podemos tolerar sarcasmo e bullying disfarçados de humor. O ser humano precisa ter representatividade em todas as áreas, independentemente de raça, gênero e religião. Se houvesse respeito não precisaríamos justificar nossas escolhas.

 

Uma miss sempre teve papel importante em causas sociais, porém de maneira discreta. Porém, hoje existe muita cobrança nas redes sociais para que celebridades e figuras públicas se posicionem sobre determinados assuntos, por conta do ativismo em diversas frentes. Para uma miss, isso também mudou? Como manter esse equilíbrio em discutir temas sociais importantes sem tomar lado na polarização que assola o país?

A miss é a embaixadora de uma nação e representante da cultura e do comportamento de um povo, chamando atenção para costumes e diversidade, mostrando atrativos culturais e turísticos do seu lugar. Sempre foi esperado um posicionamento, principalmente em relação às causas sociais. As mudanças são drásticas, pois se antes não se falava sobre política, hoje é cobrado este posicionamento. A miss é uma celebridade, uma influenciadora, então é esperado que ela se posicione, assim como personalidades de outras áreas. Sou super a favor deste posicionamento, porém, ainda vejo muita irresponsabilidade por parte dos influenciadores em geral, sendo miss ou não, pois infelizmente ainda vemos influências “negativas e desastrosas”. Acredito que as pessoas devem sim discutir temas, mas sem extremismo e sem violência, ninguém é dono da verdade, não dá para sair ofendendo quem tem opinião contrária a nossa. Hoje em dia temos um poder de voz nunca visto antes, as mídias digitais quebraram paredes, temos que aproveitar isso de maneira inteligente.

 

Como empreendedora, você fundou a Miss Schuster e foi uma das pioneiras no segmento de camisaria feminina no Brasil. Há novos projetos empresariais em vista?

Sempre fui apaixonada por alfaiataria, principalmente por camisa social e mandava confeccionar as minhas peças sob medida, pois não encontrava muitas opções nas lojas do Rio de Janeiro, onde eu morava. Foi então que em 2006 inaugurei o ateliê Miss Schuster especializado em camisaria feminina. Foi um sucesso! De repente virou febre e meu produto artesanal começou a sofrer com as importações de similares, principalmente vindos da China. Onze anos depois preferi fechar o negócio a me render ao fast fashion (risos). Quem sabe eu ainda volte a trabalhar com moda, mas no momento diversifico os investimentos em empreendimentos imobiliários.

 

Recentemente, você cursou Gastronomia. Pretende empreender nesse ramo? Podemos esperar uma ChefSchuster?

Amo estudar e quando resolvi cursar Gastronomia foi mais por aprofundar os conhecimentos da química dos alimentos, já que tenho o paladar apurado e adoro explorar a diversidade gastronômica. Sou curiosa e sempre penso nas coisas com a perspectiva “como se faz?”. Curto fazer alguns pratos em casa, porém prefiro receitas funcionais às tradicionais. Vai continuar sendo apenas um hobby mesmo.

 

Voltando ao assunto beleza, quais os segredos para manter essa beleza e boa forma? É adepta de alguma dieta ou atividade física específica?

Acredito que beleza é a soma dos bons hábitos que envolvem corpo são e mente sã. Uma pessoa “linda fisicamente” pode até ter uma vida estressada, viver na correria, mas logo seu corpo vai dar os sinais da fatiga, seja externa ou internamente. Por isso, se você me perguntar dos segredos vou citar várias coisinhas (risos). Eu me alimento de forma saudável desde pequena, priorizo alimentos frescos e leves, salada não pode faltar no meu prato. Faço atividade física de forma regular e contínua há anos, mas sem exagero. Sou adepta da meditação, pois a minha paz interna também equilibra o estresse e a ansiedade da vida moderna, refletindo consequentemente em uma pele boa etc. Bebo muita água, não durmo maquiada de jeito nenhum, uso protetor solar diariamente e procuro ter um sono de qualidade, aliás, gosto de deitar e acordar cedo.

 

Pandemia, guerra, crise financeira, polarização política. O mundo não está fácil e isso pede uma constante “higiene mental”. Em suas redes sociais, você costuma divulgar a questão do nosso “eu interior”, a importância da meditação, da contemplação e de atividades ligadas à saúde mental, assim como prega um maior contato do indivíduo com a natureza. Como é sua rotina em relação a isso? E quais conselhos pode dar ao leitor que pretende começar agora numa meditação ou num curso de yoga, por exemplo?

Fico pensando que só dá para ser feliz se você tiver fé, porque está difícil, cada hora uma tensão diferente. A conectividade virtual veio para facilitar muito a vida das pessoas, vejamos quantas coisas podem ser feitas graças à web, inclusive a telemedicina! O lado negativo é que as pessoas se escondem atrás destas telas, desenvolvem vidas artificiais, desvios de personalidade, comportamentos doentios e depressão. Diferenças de ideologia, questões políticas e racismo, por exemplo, geram agressividade gratuita, parece que estão todos com os nervos à flor da pele e não podemos entrar nesta vibe. Procuro estar conectada, mas mantendo minha estabilidade emocional e não levando as coisas muito a sério nesse ambiente. Talvez eu tenha herdado esta visão da minha mãe, ela sempre teve uma postura muito otimista em relação a tudo na vida e sou bem assim, procuro o lado bom de toda situação, não dá para viver no vitimismo. Comece meditando por cinco minutos por dia, depois vá aumentando gradativamente este tempo. Você verá que os efeitos positivos são incontestáveis. Seja a prioridade da sua vida, a única coisa que temos é o agora. Felicidade tem tudo a ver com saúde física e mental!

 

Você é gaúcha, viveu no Rio de Janeiro, no exterior e há alguns anos reside em Itu, após seu casamento com o José Luiz (Gandini). Como foi sua adaptação aqui no Interior paulista e o que mais gosta da cidade ou da região?

Sempre brinco que sou uma cidadã do mundo. Morei em São Paulo na época de modelo e quando fui Miss Brasil, depois Rio e Milão. Tenho facilidade de adaptação, penso que as mudanças são necessárias e se soubermos escutar nosso coração e nossa intuição, acabamos atraídos para os lugares nos quais temos algo a aprender e também a ensinar. A adaptação em Itu foi tranquila, já que na época eu me revezava bastante com a cidade do Rio de Janeiro, pois meu filho ainda morava lá. Além disso, tinha as constantes viagens por questão da minha marca de roupas, lançamentos em outras cidades e as viagens com o José Luiz. Aos poucos a tranquilidade da cidade já me fazia muita falta! Tenho muito carinho pela cidade e pelos ituanos, que me receberam muito bem. A natureza é o ponto forte, pois aqui temos muito verde e um céu incrivelmente limpo, sem falar no por do sol que é lindo de viver.

 

Mulher, mãe, esposa, profissional, estudante, influenciadora… Como consegue conciliar tantas tarefas diárias?  Há espaço para novos projetos? Pode nos revelar algo?

É engraçado, mas sempre tenho a sensação de que deveria e poderia estar fazendo mais coisas, mesmo que meu dia seja já bastante ocupado. As mulheres normalmente têm todos estes afazeres que se misturam. Além do trabalho e autocuidado, temos a família, a administração burocrática da casa toma bastante tempo. Estudar é uma das minhas paixões, estou sempre às voltas com cursos, as matérias e os textos que escrevo me inspiram a pensar em voos mais longos, quem sabe podem virar um livro.

 

Você já disse várias vezes (e comprovou isso) que ama viajar. Já passou por países de praticamente todos os quatro cantos do globo. Quais as melhores recordações e aquelas situações mais inusitadas que todo bom viajante sempre tem para contar?

Felizmente tenho na bagagem viagens maravilhosas, destinos dos mais variados, como Egito, Japão, Maldivas dentre outros. Se me pedissem um conselho sobre viagens eu diria para o viajante esquecer as expectativas e comparações assim que fechar a porta de casa. Leve consigo muita curiosidade e principalmente respeito pela cultura do país anfitrião, a pior coisa é chegar a determinado lugar e começar a fazer comparações ou reclamações. A viagem começa a ficar tensa e você não absorve a experiência. Uma das coisas que mais gosto nas viagens é experimentar pratos locais, com ingredientes da estação, estou sempre a procura de novidades. Uma das experiências mais incríveis aconteceu na África do Sul, em uma viagem com a família. Ficamos hospedados em um Lodge maravilhoso em meio à savana e as refeições eram sempre diferentes e variadas, porém uma das sobremesas foi muito marcante, o pudim Malva, feito com damascos, uma delícia! Lembro que uma noite após o jantar perguntei ao nosso atendente se poderíamos ter o pudim Malva como sobremesa no almoço do dia seguinte, pois seria nossa despedida daquele paraíso. Pois bem, ele prontamente disse que falaria com o chef, mas que provavelmente ele realizaria nosso desejo. No dia seguinte, logo cedo no café da manhã o chef caminhou até nossa mesa e disse: “quer dizer que vocês esperam comer o pudim na sobremesa do seu almoço, não é?” Até fiquei constrangida, achando que ele diria que não seria possível, só que para surpresa de todos, ele falou com um sorriso: “só se você for para a cozinha fazer!”. Caímos na risada, inclusive ele, é claro! Bom, tive a experiência de aprender a fazer o famoso pudim Malva com o chef africano que foi de uma generosidade inesquecível.

 

Para qual país voltaria mil vezes e em qual deles nunca mais pisaria?

Com certeza voltaria mil vezes para Itália, aliás, talvez este seja o país para o qual eu mais tenha viajado. Amo a comida, a cultura, a paisagem. Sendo bem sincera, não tem um país para o qual eu não gostaria de voltar, penso que sempre existe um ponto de vista diferente a cada retorno e sempre algo novo para aprender.

 

Para finalizar, dizem que toda miss é otimista por natureza. Com sua vasta experiência, pergunto: “Como trabalhar a esperança em tempos de guerra?”

Não sei se toda miss é otimista, mas todo sonhador com certeza é. Eu me considero uma grande sonhadora e acredito que nunca é tarde para recomeçar a realizar sonhos, mesmo aqueles meio adormecidos no cantinho da nossa mente. Temos que acreditar no poder da vida, na capacidade da natureza de se restaurar e isso vai aos poucos restaurando a fé e a confiança. Não somos tão frágeis assim, milagres acontecem todos os dias e sonhar é preciso para continuar vivo. Silencie a mente, ouça seu coração e seja feliz no momento presente, com as coisas simples do agora.

 

texto e entrevista: Renato Lima

fotos: Acervo pessoal

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