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Post: Atenção: região pode registrar 40ºC graus; Defesa Civil emite alerta vermelho

Atenção: região pode registrar 40ºC graus; Defesa Civil emite alerta vermelho

Alerta de recorde de temperatura na região

A Defesa Civil estadual emitiu um alerta informando que todo o Estado deve ter temperatura recorde no final de semana; No domingo, 24, previsão é de recorde de 40ºC em Salto, Itu e Indaiatuba; Saúde pode ser afetada com risco de morte

Os termômetros podem registrar recorde de temperatura na região, em Itu, Salto e Indaiatuba, assim como todo o Interior paulista, no próximo final de semana, entre sexta-feira, 22 de setembro e domingo, 24 de setembro, de acordo com o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), da Defesa Civil do Estado. Os boletins do Climatempo e demais órgãos meteorológicos indicam que as máximas ficarão em torno de 38ºC a 39ºC no final de semana, com risco de ultrapassar a marca dos 40ºC em Salto e Indaiatuba.

Outras cidades do Estado também podem bater recorde de temperatura máxima, como é o caso de Araçatuba, que em 12 de setembro registrou 37,4ºC, pode chegar aos 41ºC. Já no dia 13 de setembro, Bauru registrou média de 36,9ºC e nesta semana a temperatura deve chegar aos 40ºC. Presidente Prudente também registrou no último dia 13, 36,9ºC, sendo que ainda nesta semana, os termômetros devem chegar na casa dos 41ºC.

O governo paulista informou que esta onda de calor irá se estabelecer sobre o Estado de São Paulo, tornando os dias com calor intenso em todas as regiões. Isso decorre da atuação de uma forte massa de ar quente e seca que incide sobre o Estado, juntamente com um sistema de alta pressão que deve se estabelecer sobre a região, caracterizando um bloqueio atmosférico, que mantém o tempo quente e seco até o final da estação do inverno, que se encerra neste sábado, 23.

Este fenômeno também proporciona a queda significativa nos índices de umidade presente no ar para as Regiões Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista, Vale do Paraíba, Vale do Ribeira, Região de Itapeva e Litoral Norte, Regiões de Campinas, Sorocaba, Bauru, Araraquara, Presidente Prudente, Marília, Ribeirão Preto, Franca, Barretos, Araçatuba e São José do Rio Preto.

Nas Regiões de Campinas e Sorocaba, no Vale do Ribeira e Região de Itapeva, os valores de Umidade Relativa do Ar podem ficar abaixo de 25%, atingindo níveis críticos.

Diante deste cenário, a Defesa Civil do Estado recomenda que todos se hidratem, bebam bastante água e se protejam do sol. Evitem exercícios físicos ao ar livre nos horários mais críticos do dia e usem soro nos olhos e nariz. Não coloque fogo em áreas de vegetação seca e não jogue bitucas de cigarro em beiras de rodovias, além de causar incêndios de grande proporção é crime ambiental.

El Niño e aquecimento global

Um dos responsáveis pela onda de calor, juntamente com as mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, o El Niño é um fenômeno que se caracteriza pelo aumento da temperatura nas águas do Oceano Pacífico Equatorial. Na região sudeste do Brasil, ele contribui para o aumento das temperaturas médias, ou seja, favorece a ainda mais a frequência de dias mais quentes.

Os estudos mais recentes apontam que uma mudança brusca nos ventos alísios que cortam a região, especialmente o seu enfraquecimento, tem gerado um avanço das correntes marítimas de água quente nas regiões geográficas do centro-sul do oceano Pacífico, culminando, assim, no aumento das temperaturas locais das águas oceânicas. Essa mudança, de acordo com o governo, resulta justamente no aquecimento das águas desse oceano e, por consequência, em mudanças consideráveis nas condições das massas de ar, correntes marítimas e pressões atmosféricas, que, por sua vez, provocam diversas anomalias climáticas em diferentes regiões do globo, especialmente na sua porção tropical, modificando os regimes de temperaturas e precipitações globais.

Riscos à saúde

A exposição prolongada ao calor extremo pode causar danos à saúde cognitiva, principalmente dos idosos, em especial àqueles que residem em bairros pobres, sem acesso a equipamentos de refrigeração, como ar condicionado. É o que revelou um estudo publicado em agosto deste ano no Journal of Community Epidemiology and Health. O impacto de longos períodos sob altas temperaturas foi diretamente associado ao declínio cognitivo dessa faixa da população. O achado é mais um fator de preocupação pelas mudanças climáticas que atingem todo o planeta.

Sob a perspectiva médica, o neurologista David Tanne, diretor do Instituto de AVC e Cognição e do Centro de Ensino para AVC do Rambam Health Care Campus, em Haifa, Israel, e presidente da Associação Neurológica de Israel, explica: “a literatura médica descreve como o calor extremo aumenta o risco de comprometimento cognitivo e até mesmo de acidente vascular cerebral. Esse declínio cognitivo, semelhante à doença de Alzheimer, já foi observado em ratos de laboratório”.

“Quando as temperaturas externas são altas, a qualidade do sono, crítica para as funções saudáveis ​​do sistema corporal e da estrutura cerebral, é afetada negativamente. O declínio cognitivo, então, pode não se manifestar imediatamente, mas exposições repetidas ou prolongadas ao calor extremo podem ser prejudiciais, desencadeando uma série de eventos no cérebro, os quais podem esgotar a reserva cognitiva”, destaca Tanne.

O especialista do Rambam, hospital referência em Israel, reforça que “ainda são necessárias mais pesquisas de modo que possamos compreender melhor os efeitos nocivos à saúde da exposição ao calor intenso em longo prazo, mas que os achados até aqui demonstram um sinal adicional de alerta à saúde, com mais essa consequência direta das mudanças climáticas que o mundo tem vivido”.

 

foto: AdobeStock

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