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A resiliência do cérebro 60+

“Os cérebros das pessoas mais velhas não podem ser considerados mais fracos. Pelo contrário, usar esse grande acúmulo de conhecimentos traz a maturidade necessária para impulsionar a aprender mais”

A impecável atuação de Tom Cruise em “Missão: Impossível 7” comprova a resiliência do cérebro dos maiores de 60 anos, explica neurocientista da USP

Em um misto de superação, criatividade, resiliência e inteligência, o ator Tom Cruise, no auge dos 61 anos, se mostra tão maduro quanto capaz de protagonizar o sétimo filme da franquia “Missão: Impossível – Acerto de Contas – Parte 1”. O longa, em cartaz nos cinemas e com enorme sucesso de bilheterias, traz uma reflexão do médico neurocirurgião, neurocientista e professor livre docente da Faculdade de Medicina da USP, Dr. Fernando Gomes, sobre a capacidade do cérebro 60+.

Boa parte do sucesso do filme se deve à dedicação de Tom Cruise, que não poupou esforços. Ele não apenas dispensou dublês para as cenas perigosas, como se preparou para elas fazendo mais de 500 saltos de paraquedas, andou mais de 13 mil km de moto para aprender a saltar sob duas rodas e repetiu inúmeras vezes as cenas para atingir a perfeição. “Este é um grande exemplo do que chamamos dentro da neurociência de resiliência, que é capacidade do cérebro de se readaptar sempre, ultrapassando os limites da idade. Uma pessoa que desenvolve habilidades que chamamos de interpessoais, como a resiliência, encara os processos do próprio envelhecimento de um jeito muito benéfico para capaz de dar um novo sentido de vida na velhice”, revela o médico.

Fisiologicamente, segundo ele, existe um processo natural que, com o passar do tempo, traz uma diminuição de volume do cérebro que se altera e diminui a densidade de conexões das sinapses, das atividades dos neurotransmissores e dos neurônios que vão decrescendo. “Mas todo esse processo pode ser minimizado se o cérebro for nutrido de aprendizados e superações”, destaca.

“Fazendo uma analogia a objetos físicos, um computador ou um celular, ao longo do tempo ficam sobrecarregados de memória e começam a travar. Mas, nada que uma atualização de uma nova formatação não o ajude a trabalhar melhor. É assim que acontece com o cérebro também”, compara Dr. Fernando.

O órgão aprende e assimila melhor através da motivação. Por isso que qualquer atividade que provoque a mente e desperte o interesse na superação, naturalmente libera neurotransmissores que aumentam o prazer, como a dopamina, por exemplo. “São os momentos de prazer que acionam o mesmo sistema de recompensa cerebral que ajuda a sair de uma depressão e retarda o aparecimento de demências, por exemplo”, ensina o neurocirurgião.

Dr. Fernando afirma ainda que os cérebros das pessoas mais velhas não podem ser considerados mais fracos. “Pelo contrário, usar esse grande acúmulo de conhecimentos traz a maturidade necessária para impulsionar a aprender mais. Nesta fase da vida, o aposentado, por exemplo, dispõe de mais tempo para fazer coisas prazerosas e sem o estresse que o adulto tem na rotina de trabalho. Assim, esse é o momento ideal de colher os melhores frutos que essa fase pode trazer”, finaliza.

foto: AdobeStock

 

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