Novo morador de Indaiatuba, ao lado da esposa Bianca Bin, Guizé se divide entre a dramaturgia e a música, suas grandes paixões
Formado em Artes Plásticas, Sergio Guizé, o intérprete de Zé Paulino, de “Mar do Sertão”, na TV Globo, divide a sua paixão entre a dramaturgia e a música. Apesar da timidez, foi com o pai, motorista de caminhão e que tocava à noite, que ele aprendeu os primeiros acordes no violão. Dedicado, nos últimos dez anos que acumula na profissão, ele tem tido papéis de destaque na TV e no streaming. Na vida pessoal, Guizé está casado com a também atriz Bianca Bin, que possui fortes laços com a região, tendo crescido em Itu. Na pandemia, o casal decidiu fixar residência em Indaiatuba, onde o ator diz que costuma vir para “recarregar as energias” quando não está gravando no Rio de Janeiro. Nesta entrevista exclusiva para a Revista Regional, Guizé fala sobre seus planos para descansar após o fim da novela, mas avisa que vem álbum novo por aí! Confira.
REVISTA REGIONAL: Em “Mar do Sertão”, você interpreta José Paulino, um homem que não perdeu as esperanças de reencontrar o grande amor. Você, Sergio, acredita que nem o tempo é capaz de apagar esse tipo de amor ou é utopia?
SERGIO GUIZÉ: Sim, eu acredito no amor. Quando é forte e verdadeiro, vence qualquer obstáculo, inclusive o tempo e a distância.
Gostar do que se faz e ter mais satisfação no trabalho tem a ver com talento e habilidades, mas principalmente com a maneira como encaramos a vida. Mesmo com todos os percalços que o trabalho pode oferecer, como é a sua relação com a sua profissão?
Honro e respeito muito o meu ofício, os profissionais que dividem a caminhada comigo e os que vieram antes de mim. Busco com humildade e dedicação entregar o meu melhor sempre.
Você consegue dividir a sua carreira entre o cinema e a televisão, além dos gêneros que interpreta. É possível afirmar que após alguns anos sendo escolhido para os trabalhos, você é quem escolhe os papéis que quer participar?
Eu acredito que a personagem é quem escolhe o ator, mas tenho a sorte de ter sido convidado para personagens incríveis nesses últimos dez anos.
Existem atores que são intensos quando vão interpretar seus personagens. De que maneira você se entrega ao trabalho quando vai viver outra vida?
Eu me entrego por inteiro, gosto de mergulhar de cabeça nos personagens que interpreto. Também me considero intenso e procuro por caminhos inesgotáveis, incansavelmente.
Somos bombardeados diariamente por notícias de casos de violência, riscos de doenças, como a covid-19, o pavor da solidão, da exclusão e do desamor. Esses foram alguns exemplos, mas de que maneira você lida com os conflitos diários que te cercam?
Com meditação, uma boa leitura, filmes, pintura, poesia, gosto muito de ouvir música, elas também ajudam a cuidar do meu estado de espírito.
As mulheres estão cada vez mais empoderadas e preenchendo espaços que sempre lhe foram negados. Você como homem, se considera um feminista em prol do movimento? De que maneira a sua ação se dá efetivamente?
Minha luta também é pela igualdade de gênero. Busco dar voz e propagar os questionamentos feministas, validando sempre a potência do movimento, seu ativismo político e desconstruindo primeiro em mim o machismo, a masculinidade tóxica e toda essa herança do patriarcado que é tão nociva às mulheres e a todos nós. O machismo, além de matar mulheres, nos aprisiona em conceitos obsoletos, enquanto o feminismo liberta a todos nós.
Durante o período de pandemia você e a Bianca vieram para Indaiatuba, onde montaram residência. Hoje, por conta das gravações da novela, você está vivendo no Rio de Janeiro. São dois lugares bem diferentes. Onde você se sente mais acolhido?
Eu trabalho há muitos anos no Rio, já estou acostumado, mas é maravilhoso poder ir e vir. Um lugar complementa o outro. Voltar para a vida sossegada do Interior depois de uma longa temporada de muito trabalho é recompensador. No Rio, estou sempre vivendo uma rotina mais intensa de trabalho, já em Indaiatuba, vou para descansar, diminuir o ritmo e recarregar as energias.
Fazer terapia para encarar os problemas é uma forma de saber lidar com as diferenças e as frustrações. Você é o tipo de pessoa que encara o divã constantemente, ou só quando necessário, ou nem isso?
Faço análise/terapia há 12 anos com o mesmo profissional. Na pandemia, comecei a fazer semanalmente e por chamada de vídeo, o que facilitou muito a frequência das sessões. Além de terapia, fazer exercício físico e meditar também ajudam demais a manter minha saúde mental.
Uma pergunta simples, mas que eu gostaria que você respondesse com sinceridade. Você tem uma boa autoestima?
Como qualquer um, tenho altos e baixos (risos).
Seu outro talento é a música. Quando surgiu a ideia de cantar, quem foram os seus incentivadores e quais são seus projetos musicais para 2023?
No primeiro mês de pandemia, março de 2020, escrevi a música “À Deriva”, que foi o ponto de partida do que depois virou o disco “À Deriva”, com a produção da Zulim Sounds. Ele foi todo gravado em casa. Foram dias intensos, de muita troca e criatividade com os outros músicos que estavam lá isolados com a gente na chácara (em Indaiatuba). No começo de 2021, saímos para a turnê, isso foi até maio, quando começaram as gravações de “Mar do Sertão”. Estou sempre escrevendo poesia, letras e canções e, em breve, vamos lançar o próximo single nas plataformas digitais “Anjos Caídos”, está quase pronto! Aprendi a tocar com o meu pai, desde pequeno. Meus pais sempre foram meus maiores incentivadores. Agora a Bianca (Bin) também (risos).
“Mar no Sertão” deve terminar no próximo mês de março. Após o fim das gravações você pretende se envolver em novos projetos ou a ideia é tirar alguns meses de férias para descansar? Quais são seus planos profissionais para este novo ano?
Após o fim da novela vamos sair de férias, viajar, sem compromisso profissional e sem data para voltar (risos).
texto: Ester Jacopetti
fotos: Jorge Bispo