Lançando originalmente em inglês, “Apocalypse Banal” é um romance distópico e faz um retrato realista e perturbador dos efeitos da manipulação tecnológica na sociedade
O livro “Apocalypse Banal”, do jornalista saltense Oséas Singh Jr., deve ser lançado em português em dezembro. Editado originalmente em inglês pela Kindle Edition, alcançou a lista dos e-books mais vendidos na categoria ficção científica na Amazon.com, maior livraria virtual do mundo.
A obra foi publicada primeiramente em inglês e não em sua língua nativa, porque as editoras norte-americanas têm tradição de revelar novos autores de ficção científica, além de boa parte do cenário do livro ser Maryland e Paris. “Os milhões de olhos que consultam a tela do celular de meia em meia hora já é resultado do controle tecnológico. Até o século passado nós manipulávamos as máquinas. Neste século a ordem está se invertendo”, escreve o autor.
Fazendo um retrato realista e perturbador dos efeitos da manipulação tecnológica na sociedade, “Apocalypse Banal” é um romance distópico. Retrata uma situação intrigante, na qual jovens muçulmanos se reúnem numa estação do metrô parisiense à espera das húris, as virgens perfeitas do paraíso islâmico. Submissas e sorridentes, essas criaturas mágicas, na obra de Oséas, têm seios grandes, não menstruam, não têm fertilidade e nem mesmo indisposições sexuais. Existem apenas para servir aos homens.
Após trabalhar confinado durante a pandemia, o jornalista conta que percebeu que o livro faria sucesso quando recebeu análise da crítica literária e professora Lúcia Facco, mestre em Literatura Brasileira e doutora em Literatura Comparada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
“No outono de 2020 o inimigo era invisível. O mundo estava aprisionado por uma corrente de medo. Bilhões de pessoas sofreram disfunção na rotina. A pandemia virou tudo pelo avesso. Sob as ameaças de contaminação e morte, as restrições sociais transformaram a vida das pessoas num sombrio baile de máscaras”, narra o escritor no prólogo, reforçando que o romance foi escrito durante o primeiro surto da pandemia.
Além de jornalista, Oséas é mestre em História da Arte e da Cultura pelo Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp e autor do livro “Adeus Cinema – Vida e Obra de Anselmo Duarte”, diretor mais premiado do cinema brasileiro, lançado em 1992.
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