No mês da Páscoa, Revista Regional apresenta os coelhos como animais de estimação e o quanto eles podem ser carinhosos e companheiros de toda a família
A pandemia vivenciada nos últimos dois anos trouxe uma nova forma de se comportar ao ser humano, que, isolado, se permitiu ter mais animais de estimação como forma de companhia. Apesar de os cachorros e gatos ainda liderarem o ranking de pets adotados e adquiridos, os coelhos têm despontado nos lares brasileiros como “queridinhos da vez”.
Segundo a médica veterinária ituana Aline Capelli, os coelhos, assim como todos os animais, têm suas particularidades como tipo de alimentação e manejo, mas sabendo como tratar adequadamente, é um excelente pet para se ter em casa.
“Os coelhos são herbívoros e se alimentam de verduras, legumes, frutas, fenos e alfafas, além das rações. Frutas geralmente são as favoritas deles, mas é preciso ter cuidado porque têm grande índice de açúcar, o que pode aumentar o peso. Já as verduras, o ideal é preferir as de folhagens escuras, pois algumas podem causar efeitos laxantes, como a alface, por exemplo. O feno é essencial, devido ao baixo teor calórico, pode ser oferecido à vontade e ainda ajuda a desgastar os dentes. Quanto à ração, é necessário ficar atento à qualidade e também à quantidade ofertada”, explica a veterinária.
Outros cuidados em relação a esses animais estão relacionados ao comportamento. Apesar de dóceis, podem morder ou arranhar em razão da contenção incorreta, sendo necessário muito cuidado para carregá-los, não podendo, em hipótese alguma, pegá-lo pela orelha, por exemplo. “Eles são susceptíveis ao estresse e se assustam facilmente, por isso, é preciso tomar cuidado com barulhos próximos. Caso o animal fique em gaiolas, é necessário deixar em lugares frescos e longe do sol, pois muito calor pode ser prejudicial”, ressalta.
Aline é também a tutora do Bilbo, um coelho de três anos. Desde criança, a veterinária é apaixonada por coelhos e na faculdade a vontade de ter um pet novamente apareceu ao logo das aulas de animais exóticos. Meses depois, uma amiga contou que tinha aparecido um coelho em frente à sua casa e que tinha todas as características de ser um animal com dono, porque era muito sociável. “Anunciamos, procuramos a família dele e como ninguém apareceu, acabei o adotando. Bilbo é um ótimo companheiro, sociável, além de disciplinado, pois faz as necessidades somente numa parte da grama do meu quintal e nem precisei ensinar. Às vezes, destrói uma ou outra planta, mas sempre acabo perdoando, pois sei que é instintivo. Respeito seu limite, para não ganhar uma mordida, e assim convivemos muito bem”, derrete-se.
A gerente de vendas Natalia Munike Pinto, de Salto, também optou pelo coelho como animal de estimação. A primeira experiência foi com uma coelha que encontrou na rua e estava muito debilitada. Cuidou dela durante um ano, mas infelizmente a pet morreu por complicações cardíacas. Logo após, viu um anúncio nas redes sociais de uma coelha para adoção. Assim, Zara, de nove meses, chegou à vida da sua família.
Zara é cuidada com muito amor e carinho por Natalia e seu esposo. Arteira, carinhosa e limpinha, demanda um pouco de atenção do casal, pois adora roer as coisas: “O ideal é ter um espaço cercado apenas para ela, senão sai roendo tudo mesmo”, conta Natalia.
A tutora segue à risca as recomendações dos veterinários e cuida muito bem da alimentação adequada e do espaço disponível para a Zara ficar. “O coelho é um animal mais dependente, mas com amor e paciência, tudo dá certo. Também é preciso certa condição financeira para acompanhamento veterinário, pois por ser um animal exótico, os custos são mais altos do que um cachorro e gato e, por serem mais sensíveis, precisam de mais consultas”, ressalta.
Zara é tratada com muito amor e como sua tutora trabalha fora de casa em período integral, os finais da semana da família são quase todos do pet. “Toda noite ficamos juntinhas, brincando e trocando carinhos. Aos finais de semana, evito sair de casa para poder ficar mais tempo com ela, mimando-a do jeito que ela merece”, finaliza.
Curiosidades dos coelhos
– Independência:
Eles precisam e sentem falta da companhia do tutor, mas coelhos conseguem passar longos períodos do dia sozinhos, desde que com condições adequadas como gaiola, alimentação e hidratação corretas.
– Higienização:
Coelhos se encarregam do próprio “banho”, mas é recomendado escová-los com frequência para remover restos de fezes, poeiras e nós.
– Carinho:
Eles são muito carinhosos e se apegam facilmente aos tutores, respondendo os chamados, além de passar um bom período no colo.
– Raças:
Os coelhos, assim como cães e gatos, possuem mais de 45 raças, entre pequenas, médias e grandes, sem contar os de pelos curtos, os mais longos, de orelhas para cima ou para baixo.
– Silenciosos:
São ideais para quem mora em apartamento, pois são silenciosos e não incomodam os vizinhos.
– Espaço:
Por serem pequenos, também ocupam pouco espaço e podem viver muito bem em gaiolas e até mesmo dividir a casa com outros pets. Vale lembrar que a gaiola precisa ter espaço suficiente para ele brincar e se movimentar.
– Vacinação:
Coelhos ainda não possuem vacinas aprovadas no Brasil, o que contribui para que tenham um menor custo. Mas a recomendação é sempre fazer um acompanhamento com veterinários e ficar atento à vermifugação e à castração.
(reportagem: Aline Queiroz)