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Post: Uma homenagem ao ícone Tarcísio Meira

Uma homenagem ao ícone Tarcísio Meira

Tarcísio Meira em sua última entrevista à Regional, em 2015, quando celebrava 60 anos de carreira

Morreu nesta quinta-feira, 12 de agosto, o ator Tarcísio Meira, aos 85 anos. Ele estava internado desde o dia 6 de agosto no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, por conta da covid-19. Ele e sua esposa, Gloria Menezes, eram figuras presentes na região, já que costumavam passar temporadas em seu sítio em Porto Feliz e, com frequência, visitavam Itu.

Considerado uma verdadeira lenda da teledramaturgia nacional, Tarcísio foi um dos mais importantes atores brasileiros, marcou a história da TV e do cinema, sendo inclusive o protagonista da primeira novela diária do país, “2-5499 Ocupado” (TV Excelsior, 1963).

Em 2015, ele foi entrevistado com exclusividade pela Revista Regional, por conta de seus 60 anos de carreira. Na ocasião, em sua volta ao teatro, ele falava sobre sua boa fase, mas também sobre a morte e dizia, de forma melancólica, que morreria antes de Glória Menezes, seu par durante quase seis décadas: “Não vou sofrer a ausência dela. Vou sofrer a minha ausência desde agora, desde hoje. Quando você chega numa certa idade, você pensa: Tantos amigos foram embora, eu tenho que ir também. Está chegando a minha hora”. A entrevista reeditada está novamente disponível no site da Regional (abaixo).

A história da teledramaturgia no Brasil se confunde com a de Tarcísio, sendo o maior protagonista de novelas, fazendo par com as principais atrizes do país, como sua esposa Glória Menezes, Dina Sfat, Vera Fischer, Bruna Lombardi, Eva Wilma, Renée de Vielmond, entre outras. Atuou em grandes clássicos como “Irmãos Coragem”, “Roda de Fogo”, “Guerra dos Sexos”, “Escalada”, “Cavalo de Aço”, “Coração Alado”, “Brilhante”, “Pátria Minha”, “O Tempo e o Vento”, “A Muralha”, “Um Anjo Caiu do Céu”, entre outros. Deixa um legado gigante para a cultura nacional e uma legião de fãs.

Abaixo a entrevista publicada pela Regional em 2015, com texto de Ester Jacopetti e fotos de Gal Oppido.

Tarcísio Meira: identidade em movimento

Em uma longa conversa, Tarcísio Meira faz uma reflexão sobre os 60 anos de carreira, sendo 20 longe dos palcos, e 80 de uma vida com muitas experiências e histórias que renderiam um bom livro. Protagonizou, ao lado de Glória Menezes, sua esposa desde então, a primeira novela da televisão brasileira, exibida em 1963. “Atrevo-me a dizer que foi um elemento agregador na questão do nosso país. Ajudou a criar uma identidade nacional. As novelas foram muito importantes”, argumenta. Conhecido por interpretar personagens marcantes, o ator é considerado até hoje, um dos principais nomes da dramaturgia brasileira, que escreveram não só sua história, mas deixaram sua marca na importância da arte de representar. “Fiz personagens que foram importantes para as pessoas. Personagens dos quais elas sentem saudades”, comentou. De volta aos palcos, ele interpreta Sir, um ator à beira de um colapso, como ele mesmo descreve. “Uma figura humana que passa por uma crise de saúde, de exaustão, um trabalho muito difícil e desafiador”, revelou Tarcísio, que também diz sentir o peso da idade. “Fazer 80 é uma carga muito pesada. É uma dificuldade muito grande, ter que lidar com um personagem como este”. Casado há exatos 52 anos com Glória, muitos perguntam sobre o segredo de um casamento tão duradouro. Com sorriso nos lábios, mas sem a pretensão de agradar com uma resposta de contos de fadas, Tarcísio revela que essa história aconteceu de uma maneira impensada e indesejada. “Quer dizer, você não deseja ter um casamento duradouro, mas ter um bom casamento. Se ele durar, é um passo circunstancial, mas não tem nada a ver com nada”. Já sobre a questão de estar em ótima forma, ele diz de forma melancólica, que morrerá antes de Glória. “Não vou sofrer a ausência dela. Vou sofrer a minha ausência desde agora, desde hoje. Quando você chega numa certa idade, você pensa: Tantos amigos foram embora, eu tenho que ir também. Está chegando a minha hora”, concluiu com um olhar tristonho, mas conformado.

 

REVISTA REGIONAL: “O Camareiro” conta o drama de uma companhia de teatro esfacelada pela guerra e também sobre a dificuldade de se fazer escolhas, sobre continuar ou desistir, cumprir sua missão ou desertar. O senhor acredita que a peça toca no lado mais efêmero do ofício do ator, da arte e da interpretação?

TARCÍSIO MEIRA: Essa é uma questão bem difícil de responder, porque é muito complexa, mas acredito que o nosso trabalho, na verdade, não é muito simples. Pelo contrário, é muito difícil! Qualquer personagem tem sua complexidade, porque o ator precisa buscar a verdade, para conseguir mostrá-la no palco, especificamente, tudo que ele realmente é. Podemos até mostrar partes de um todo, mas ele precisa ser completo, bem compreendido, conhecido e verdadeiro. No meu caso, exijo e busco a verdade dos meus personagens, mas quando não o encontre, fujo deles. Todos os trabalhos que fiz até hoje nenhum deles foi fácil. O Sir é muito difícil de interpretar, porque ao mesmo tempo, ele é próximo e muito distante de mim. Ele é um ator shakespeariano, o que não é o meu caso. Sou um ator de televisão, teatro e cinema. Um ator que sabe, talvez, falar muito mais com os olhos do que através das expressões ou das palavras. Aliás, elas sempre foram menos importantes, mas não somente pra mim. Lembro-me de quando fiz “Grande Sertão: Veredas” (1985) com o Avancini (Walter, diretor) um trabalho muito bonito. Nós tivemos uma professora de prosódia, para falar exatamente como o Guimarães Rosa escreveu, que era como as pessoas falavam no interior do norte de Minas. Era uma linguagem muito difícil de compreender. Havia uma maneira muito especial de falar. Perguntei para o Avancini como faríamos, porque percebi que ninguém entenderia nada. Ele disse que não, que as pessoas entenderiam sim! Mas a questão é que nem eu estava compreendendo (risos). Ele disse que a história contaria muito mais que a palavra, que ela não era tão necessária, mas caso ela contribuísse, ótimo! Se não, eles compreenderiam do mesmo jeito, porque a história estava sendo contada de uma maneira ou de outra. O que eu não poderia fazer é mascarar o Guimarães. Depois descobri que o diretor tinha toda razão.

 

A atriz Regina Duarte comentou durante uma entrevista, que seu maior medo era ficar longe da televisão e dos palcos. Por isso, ela terminou se reinventando dirigindo no teatro. Em algum momento passou pela sua cabeça trabalhar nas coxias?

Não, mas já participei de algumas produções, mas por uma circunstância tola qualquer, mas não porque eu tivesse o desejo de produzir algo. Simplesmente aconteceu naturalmente, mas nunca tive o desejo de dirigir. Na verdade, o meu desejo é continuar atuando, sendo o ator que sempre fui.

 

O espetáculo aborda a questão da arte em tempos áridos. O senhor acredita que o texto se mantém atual neste sentido, da arte de perder espaço na dureza do mundo? O senhor acredita que a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas, e elas estão deixando de aproveitar o que é de fato real?

Não, acredito no contrário. Às vezes sou prolixo (risos) porque tenho muitas experiências acumuladas e, por isso, de vez em quando fico buscando na memória. Uma vez, eu estava num estúdio e antigamente as câmeras eram muito problemáticas, eram feitas à base de martelo e prego. Não tinha a tecnologia que temos hoje. Elas pifavam muito, então quando chegávamos a gravar oito ou dez horas por dia, ficávamos mais de cinco horas parado esperando consertar. Acontecia muito! Os engenheiros desciam com suas chaves de fenda para tentar arrumar as câmeras ou substituí-las. Uma vez eu estava num cenário e não tinha o que fazer. Peguei uma revista para ler, não me recordo do nome, mas hoje em dia ela não existe mais. Uma revista muito boa, com ótimos artigos e havia um ensaio muito interessante de uma pessoa que eu não conhecia. Esqueci o nome dele, mas é conhecidíssimo! Comecei a ler e não conseguia mais parar. Eram umas cinco páginas e deu tempo de ler tudinho. Ele falava sobre a cibernética, sobre a modernidade e como o mundo seria a cada dia, daqui para frente. Ele dizia que o mundo está construindo máquinas cada vez mais maravilhosas, completas e capazes de tudo. Lembrei o nome dele, Arthur C. Clarke, que escreveu “2001: Odisseia no Espaço” (1968). Segundo ele, essa evolução aconteceria em 2070, o que não está muito longe. Será o dia em que o último homem deixará de trabalhar sobre a face da terra, porque ele terá criado máquinas, capazes de criar outras, que substituirão todo o trabalho humano. Todo esse conserto, digamos assim, será feito apenas por uma única supermáquina, detentora de todo o conhecimento e toda habilidade humana, e até a sensibilidade. Neste dia, nos tornaremos parceiros de máquinas. Nenhum homem voltará a trabalhar. Ele entrará numa fase de lazer e de grande enriquecimento espiritual e cultural. O homem perguntará para a máquina: Deus existe? A máquina responderá: Agora existe! (risos). Impressionante! Eu li esse ensaio há muitos anos e cai de costas. Arthur Clarke fez romances maravilhosos.

 

São 60 anos de carreira, tanto na televisão, como no cinema e no teatro. Sabemos que será uma missão difícil, mas o senhor conseguiria selecionar alguns personagens, que foram importantes durante os anos de profissão? Saberia dizer quais foram os mais marcantes?

Realmente é um pouco difícil, mas tem muitos personagens que foram importantes. Juan Gallardo (Sangue e Areia, 1967) uma novela de Vicente Blasco Ibãnez, adaptado por Janete Clair. É claro que “O Tempo e o Vento” (1985) foi muito marcante, eu fiz o Capitão Rodrigo Cambará. “A Escalada” (1976, Antônio Dias). Fiz também uma série (Desejo, 1990) com a Vera Fisher em que eu interpretava o Euclides da Cunha. E claro, “Grande Sertão”, em que eu interpretei Guimarães Rosa. Essa foi uma história muito marcante para mim. Fiz evidentemente “Irmãos Coragem” (1970, João Coragem). Outro personagem muito importante foi Don Jeronimo Taveira (A Muralha, 2000).

 

O senhor comentou sobre todos esses personagens, mas diria que “Irmãos Coragem”, por ter um impacto maior na mídia, foi o melhor?

Esse foi um momento muito marcante, porque foi a primeira novela que não era só romântica, mas de aventura também. Daí em diante, começou a atrair os homens que passaram a assistir às novelas. “Irmãos Coragem” deu um ponto a mais de ibope do que o jogo de decisão entre Brasil e Itália numa Copa do Mundo. Incrível! 93% do ibope. Hoje em dia, quando assistimos a uma novela, e alcançamos 39 pontos, batemos palma. Outros tempos e outros públicos também, apesar de eu acreditar que as pessoas não mudam muito.

 

Sua última peça foi em 1996 (E Continua… Tudo bem) ao lado da Glória (Menezes). Por que o senhor ficou tanto tempo longe dos palcos? Hoje nós temos muitos atores da sua geração, como a Laura Cardoso de volta ao teatro. Como é ver seus colegas de profissão voltarem aos palcos?

Eu realmente não sei dizer o porquê, nem sabia que tinha ficado tanto tempo longe do teatro. Quando me falaram dos anos, tomei um susto, mas não foi por nada não. Talvez eu não tenha lido um texto que me interessasse mais, ou um grupo que me encantasse. A Glória fez muito mais teatro do que eu. Eu me dediquei mais ao cinema e à televisão, além de muitos seriados também. Você comentou sobre a Glória. Ela está com 80 anos também, está um pouquinho na minha frente. Nós dois estamos em São Paulo, fazendo teatro ao mesmo tempo, com peças diferentes. É algo muito raro e curioso. Não me lembro de ter acontecido com nenhum outro casal de atores. Mas voltando à sua pergunta: já não sou mais criança. Vou completar 80 anos de idade, interpretando Rei Lear de Shakespeare. Fazer 80 é uma carga muito pesada. É uma dificuldade muito grande, ter que lidar com um personagem como este. O Sir, como é chamado por todos, não tem 80 anos, talvez 60 ou 70, ele não era jovem, mas estou enganando um pouco. Com um pouco de dificuldade, mas com o maior prazer e alegria em fazê-lo. É muito difícil, porque não é só o encontro crucial de um ator, com um personagem, mas de um ator com um personagem que é ator, e que faz um personagem. São momentos diferentes. É um ator à beira do colapso. Uma figura humana que passa por uma crise de saúde, de exaustão, um trabalho muito difícil e desafiador. Tive o atrevimento de aceitar o convite porque foi feito pelo Ulisses (Cruz, diretor) a quem eu conheço e respeito muito. É um espetáculo muito bom e sério que vai agradar às pessoas que o assistirem. O que mais me atraiu neste personagem foi sua riqueza, sua humanidade. Os atores estão sempre à procura da verdade, mas se ele não encontra, vai em busca. A nossa profissão é um pouco da constante. Esse personagem me fascinou e me conquistou, valeu muito a pena conhecê-lo.

 

O senhor comentou que quer continuar atuando, mas diria que a volta da sua geração ao teatro é por falta de espaço na televisão? Como lida com essas questões? 

Não acredito que tenha alguma relação, porque a Laura é uma atriz de teatro. Ela sempre fez muito bem. Nós estamos sempre à procura de bons trabalhos e bons personagens. Os que surgem são muito bons. Na verdade, são todos papéis especiais. Normalmente os personagens exigem muito dos atores, inclusive os que eu fiz, exigiram muito de mim. Construo e simplesmente tenho que ler e acreditar, caso contrário não dará certo. Preciso saber como ele chegará ao público. É um pouco cansativo. Exige muito de mim e dos demais colegas também, especialmente do Kiko (Mascarenhas) que faz um protagonista absoluto. Ele está em cena o tempo todo. É um camareiro com vários atores e atrizes. O nosso espetáculo tem a magia de mostrar a coxia do teatro. É uma febre de desafios de novas ideias acontecendo nesta peça, nesta montagem.

 

Neste período que o senhor ficou longe, dedicando-se apenas à televisão, do que mais sentiu saudades dos palcos? Consegue mensurar esses sentimentos? Aliás, o que o senhor tira de todos esses anos?

Eu não tiro nada de tudo isso. Deixo tudo lá (risos). Passaram-se muitos anos e muitas histórias foram escritas. Acredito que tudo tenha valido a pena e valerá o que vier. “Você foi feliz? Valeu a pena?”. Essa é uma fala da peça (risos). Eu sempre senti muitas saudades e gosto muito do teatro! Nós somos egressos do teatro. Fazemos televisão, mas nós somos emprestados. Eu

comecei a minha carreira no teatro. Houve uma época, evidentemente que era muito mais difícil, nós tínhamos que lutar para conseguir um dinheirinho. Lutávamos com muita dificuldade para conseguirmos seguir em frente. Hoje tudo anda mais facilmente, mas para voltar ao teatro, me faltava uma junção de coisas boas. Uma boa peça, um bom diretor, um bom produtor, bons colegas. Quando isso aconteceu, não tinha como não fazer.

 

Foram muitos os personagens que fizeram sucesso, não só por sua belíssima atuação, mas por deixar as mulheres suspirarem pelo senhor. Como é ser considerado um galã, mesmo aos 80 anos de idade?

Ao longo da minha vida inteira, colecionei muitos amigos e amigas. Fiz personagens que foram importantes para as pessoas. Personagens dos quais elas sentem saudades. Tanto os homens quanto as mulheres. Fiz muitos amigos. As pessoas veem em mim um amigo. Sinto-me feliz e muito agradecido pela atenção delas. Procuro atendê-las da melhor maneira possível. Eles são muito carinhosos, o que é normal, porque me conhecem desde que nasceram. É normal que me vejam com certa intimidade, mas nem sempre românticas, eu diria…

 

O senhor e a Glória já estão casados há 52 anos e as pessoas gostam de falar do amor de vocês dois. Qual seria o segredo para manter um casamento tão duradouro como o de vocês?

A Glória costuma dizer que não existe segredo, porque se houvesse ela ganharia muito dinheiro. É verdade! Essa história aconteceu de uma maneira impensada, indesejada. Quer dizer, você não deseja ter um casamento duradouro, mas ter um bom casamento. Se ele durar, é um passo circunstancial, mas não tem nada a ver com nada. Ninguém faz força para durar um casamento. Ele dura porque as pessoas casadas se amam, se gostam de verdade e não sabem viver de outra maneira senão com. Eu não sei viver de outra maneira, senão com a minha mulher. Nem consigo imaginar a hipótese. Mas eu já sei que vou morrer antes da Glória, porque não tenho a mesma saúde que ela tem. Não vou sofrer a ausência dela. Vou sofrer a minha ausência desde agora, desde hoje. Quando você chega numa certa idade, você pensa: Tantos amigos foram embora, eu tenho que ir também. Está chegando a minha hora. Eu tenho certeza que vou antes da minha mulher, porque uma vez, nós fizemos um exame e perguntei para o médico como a Glória estava. Ele disse que ela está ótima, com uma saúde de ferro! Eu nunca a vi gripada! Ela vai longe! Não acho que eu esteja tão bem assim, gostaria de estar melhor, mas como diz o meu personagem, tenho que ir em frente, em frente, em frente, e não posso parar em nenhum desvão. Por outro lado, fumei e tenho herança do cigarro, o que foi péssimo. O pior exemplo que eu dei na minha vida. Fumei muito! Até que alguém me ajudou e me mandou uma carta, dizendo que eu estava dando mau exemplo. Mas fumei muito e muitas pessoas passaram a fumar por causa do personagem.

 

A história de amor entre o senhor e a Glória é muito bonita. Se ela tivesse que ser retratada por algum escritor, quem o senhor gostaria que falasse sobre a vida de vocês dois?

Nossa história é muito comum. Acredito que ninguém gostaria de escrevê-la. Somos pessoas comuns e muito simples. Não acredito que seja uma história interessante, é banal. Talvez fosse interessante, do ponto de vida, dos momentos marcantes da nossa carreira, independente de nós dois. Nós temos alguns fatos ocorridos, como, por exemplo, a primeira novela diária (“2-5499 Ocupado, 1963) de Dulce Santucci, que foi importantíssima. Ou novelas que vieram a seguir, e que realmente transformaram a cabeça das pessoas deste país. De repente, existiram novelas que foram para outros lugares distantes, que o Brasil inteiro acompanhava aquela história ao mesmo tempo. Atrevo-me a dizer que foi um elemento agregador na questão do nosso país. Todos ao mesmo tempo, torcendo pelo mesmo personagem. Isso ajudou a criar uma identidade nacional. As novelas foram muito importantes, porque elas trouxeram o Jornal Nacional, justamente para quem não tinha condições de ler um jornal.

 

texto: Ester Jacopetti

fotos: Gal Oppido

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