- Novo romance de Marcio Pitliuk destaca a participação das mulheres no nazismo
O escritor Marcio Pitliuk, membro da Acadil (Academia Ituana de Letras), acaba de lançar o livro “A Alpinista”, mais um romance do autor que tem o movimento nazista como cenário.
Pitliuk foi publicitário da área de criação por 30 anos; é curador do Memorial do Holocausto de São Paulo; e vice-presidente do Yad Vashen Brasil, considerado o maior museu do Holocausto do mundo, sediado em Jerusalém, Israel. Ele já escreveu 17 livros, sendo quatro deles sobre o tema Holocausto. No audiovisual, coproduziu o longa-metragem “Marcha da Vida”, primeiro filme a documentar o evento mundial que leva milhares de pessoas, todos os anos, para conhecer os campos nazistas. Codirigiu e coproduziu ainda o longa “Sobrevivi ao Holocausto”, no qual um sobrevivente volta, pessoalmente, a todos os locais onde viveu antes, durante e depois da Segunda Guerra Mundial.
Em “A Alpinista”, a personagem principal é Hannelore, uma jovem alemã linda e sensual que se beneficia do nazismo e da perseguição aos judeus para subir na vida. Usa a beleza e o sexo para conquistar homens poderosos envolvidos com o movimento nazista. A trama mistura os personagens do livro com figuras históricas, como Himmler, Goebbles, Hitler e outros nazistas, criando um roteiro envolvente. Fatos históricos como Kristallnacht, batalhas da Segunda Guerra e Holocausto são utilizados para desenvolver a trama, além de envolver o leitor e despertar sua curiosidade.
“A personagem principal é uma mulher linda, manipuladora, psicopata, envolvente, que não mede esforços para vencer na vida. Seu primeiro marido é um professor ingênuo, escolhido por ser a melhor alternativa da pequena cidade onde mora. Quando as Leis Raciais proíbem os professores judeus de lecionarem e abrem vagas para arianos, ela consegue um emprego para seu marido em Berlim, um dos seus objetivos. Lá, Hannelore conquista seu primeiro amante, um advogado poderoso, envolvido com o nazismo. Ele também se aproveita das Leis Raciais para aumentar seu poder e sua fortuna. Com o desenrolar da guerra e do Holocausto, Hannelore descobre que os oficiais da SS, que era a guarda de elite do partido nazista, passam a ser a melhor alternativa para atingir o poder e o dinheiro. Seu segundo marido, então, é um oficial da SS, assassino frio, comandante de um campo de concentração. Havia muito roubo e corrupção nos campos, enriquecendo os oficiais da SS”, resume o autor.
Com o fim da guerra, Hannelore foge, muda de identidade e se casa com um poderoso industrial alemão que fez fortuna durante o nazismo. Trinta anos depois, é descoberta por um médico, sobrevivente do um campo de concentração, que faz de tudo para levá-la aos tribunais. Os caçadores de nazistas que tentam capturá-la são dois jovens que criam empatia com o leitor. Para provar que Hannelore é a mesma pessoa, ambos têm que encontrar provas da sua nova identidade. Em ritmo de thriller, suspense, o novo livro de Pitliuk desperta grande curiosidade no leitor e traz um desenrolar surpreendente.
É uma das poucas obras que tratam da participação feminina no Holocausto. Segundo o autor, as mulheres dos nazistas, civis ou militares, ganhavam joias, casacos de pele e mesmo brinquedos para seus filhos, sabendo que isso era fruto do extermínio dos judeus. “Após a guerra, diziam que nada sabiam. Poucas foram julgadas e condenadas”, relata.
O livro, que cobre quase 40 anos da história da Alemanha, mostra que militares, banqueiros, industriais, todos jogaram por terra a ética e a moral durante esse período negro do mundo.
fotos: Divulgação