- Foram 2 mortes em Indaiatuba e 2 em Itu;
- UTIs de toda a região em situação crítica;
- Em Indaiatuba, leitos clínicos do Haoc também estão cheios;
- Governo do Estado anuncia nesta quinta-feira restrições mais rígidas para evitar um colapso do sistema hospitalar
A região confirmou mais 4 mortes em decorrência da covid nesta quarta-feira, 10. Foram 2 registradas em Indaiatuba e outras 2 em Itu. Os leitos hospitalares continuam em situação crítica na região, com UTIs lotadas em Indaiatuba, Salto e Itu, assim como a Enfermaria do Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo), maior hospital indaiatubano e que atende a rede pública.
Em Indaiatuba, um dos óbitos ocorreu no Haoc, sendo a vítima uma mulher com 85 anos e o outro foi no Hospital de Artur Nogueira, um homem com 60. Segundo a Secretaria de Saúde de Indaiatuba, nas últimas 24 horas, foram diagnosticados mais 46 casos positivos, mas há 1.272 suspeitos à espera de resultados.
Desde o início da pandemia, 15.541 pessoas contraíram a doença em Indaiatuba. Desses, 371 morreram e 15.087 são considerados curados ou estão em recuperação domiciliar. Há 101 internados, dos quais 83 estão confirmados para covid-19. Do total, 62 estão em leitos clínicos e 39 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva). A situação dos hospitais é crítica: o Haoc tem 100% de ocupação em sua Enfermaria e 96% na UTI; o Santa Ignês, da rede privada, está com a UTI lotada e tem 87% de ocupação nos leitos clínicos; já os leitos extras que a Prefeitura contratou para transferir os doentes graves de Indaiatuba teve uma queda na taxa de ocupação e está em 75%.
Em Itu, também foram registradas 2 mortes: os pacientes eram 2 homens com 56 e 78 anos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, Itu conta agora com 9.118 casos confirmados, sendo 98 novos infectados diagnosticados nesta quarta, 10. A cidade soma 190 óbitos e 8.469 recuperados. Há 27 suspeitos aguardando resultados de testes, 35 pacientes internados em leito clínico e 27 em UTI. No Hospital Municipal, a UTI voltou a ficar cheia e a do Hospital de Campanha apresenta situação delicada, com 90% de ocupação, assim como a unidade intensiva da Santa Casa que passou de 80%. Já a Enfermaria da Santa Casa está vazia.
Salto, segundo a Prefeitura, confirmou mais 34 infectados nesta quarta, mas o número de suspeitos testados e sem resultados continua alto: 1.226. A cidade soma agora 5.995 contaminados desde o início do surto, sendo que 137 pacientes morreram e 5.833 se recuperaram. Há 21 pacientes positivos para covid internados, sendo 7 em UTI. Entre os suspeitos, 18 estão internados, 5 em UTI e 234 em isolamento domiciliar. A UTI da rede pública, no Hospital Municipal Nossa Senhora do Monte Serrat, continua lotada. Não há informação sobre a taxa de ocupação da rede privada.
Questionada pela reportagem sobre a falta de leitos de UTI em Salto, a Secretaria Municipal da Saúde informou que nesse momento não há fila de espera para UTI e que também não estão sendo feitas transferências de pacientes para outros municípios. “O Hospital Municipal possui 10 leitos de UTI, sendo 6 destinados à covid e, quando há necessidade e possibilidade, esses 4 leitos gerais são adaptados para atender a pacientes com a doença. Até o momento não houve demanda maior que a capacidade total”, destacou a nota encaminha à Revista Regional.
Nesta quinta-feira, 11, o governo do Estado vai anunciar restrições mais rígidas em todas as cidades paulistas, na tentativa de frear o avanço alarmante da pandemia neste momento e impedir o colapso do sistema hospitalar. As novas medidas são relacionadas aos serviços essenciais.
Na quarta-feira, o governador João Doria anunciou a implantação de mais 338 leitos no decorrer de março para atender casos graves de covid em diferentes regiões do Estado. “Este é o terceiro anúncio de abertura de novos leitos que fazemos em menos de duas semanas. Percebam a gravidade e a evolução rápida do vírus em São Paulo e em todo o Brasil. Em duas semanas, São Paulo anunciou 1.118 novos leitos hospitalares, sendo 676 leitos de UTI. Todos estarão operando neste mês de março”, disse Doria. No entanto, o governo ressaltou que a partir disso não será mais possível a criação de novas vagas.
A ampliação ocorrerá em hospitais da Grande São Paulo, Campinas, Bauru, Marília, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Araraquara, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto. Antes da epidemia, o Estado contava com 3,5 mil leitos de UTI e, até abril, terá 9,2 mil leitos UTI SUS, quase o triplo a mais.
foto: BIRF