- Maior número diário de casos positivos foi em Itu: 94;
- Os 2 óbitos ocorreram em Salto e Itu;
- Indaiatuba tem 1.493 casos suspeitos;
- Governo do Estado divulgou eficácia global da vacina Coronavac, que aguarda aprovação para uso emergencial ainda este mês
Nas últimas 24 horas, a região somou mais 221 novos contaminados pelo coronavírus, conforme boletins divulgados nesta terça, 12 de janeiro, pelas Secretarias de Saúde de Itu, Salto e Indaiatuba.
O maior número diário foi registrado em Itu: 94 casos positivos. Com isso, a cidade soma 6.153 contaminados desde o início da pandemia, sendo que 142 pessoas morreram e 5.785 se recuperaram. Nesta terça, também foi confirmada mais uma morte pela doença: o paciente tinha 61 anos e estava internado em hospital local.
Itu tem 400 suspeitos aguardando resultados de exames, 18 pacientes internados em leito clínico e 12 em UTI. A taxa de ocupação das UTIs está em 87,5% no Hospital Municipal e 50% no Hospital de Campanha.
Em Indaiatuba, foram 75 novos casos de covid nas últimas 24 horas, mas sem mortes. Desde o início da pandemia, 12.147 pessoas contraíram a doença no município. Desses, 308 morreram e 11.792 são considerados curados ou estão em recuperação domiciliar. Há 1.493 casos suspeitos aguardando resultados.
Nesta terça, 12, há 70 internados, dos quais 47 estão confirmados para covid-19. Do total, 43 estão em leitos clínicos e 27 em UTI. A taxa de ocupação das UTIs está em 46% no Haoc e 56% nos leitos externos contratados pela Prefeitura em Campinas. A UTI da rede privada, do Santa Ignês, voltou a ficar lotada.
Salto também teve mais uma morte pela doença, segundo novo boletim divulgado pela Secretaria de Saúde. O paciente, de 84 anos, faleceu no dia 09, no Hospital Samaritano de Campinas, mas teve confirmação para covid apenas nesta terça.
Nas últimas 24 horas, foram diagnosticados 52 casos positivos e o total foi a 4.650 contaminados desde o início do surto, sendo que 96 morreram e 4.542 se recuperaram. Há 386 suspeitos à espera de resultados de exames, 10 internados, sendo 2 positivos e 1 suspeito em UTI e 2 pacientes em isolamento domiciliar. A taxa de ocupação da UTI da rede pública está em 50%. A situação do hospital da rede privada não foi divulgada.
VACINA
O Instituto Butantan e o governo de São Paulo informaram na manhã desta terça-feira que a vacina contra o coronavírus obteve 50,38% de eficácia global no estudo clínico desenvolvido no Brasil, além de proteção de 78% em casos leves e 100% contra casos moderados e graves da covid-19. Todos os índices são superiores ao patamar de 50% exigido pela OMS (Organização Mundial de Saúde).
Os resultados foram submetidos a um comitê internacional independente e já estão com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que analisa o pedido de uso emergencial do imunizante no Brasil. A pesquisa envolveu 16 centros de pesquisa científica em sete Estados e o Distrito Federal. O teste duplo cego, com aplicação da vacina em 50% dos voluntários e de placebo nos demais, envolveu 12,5 mil profissionais de saúde.
“É uma excelente vacina esperando para ser usada em um país onde morrem, no momento, em torno de mil pessoas por dia. Esperamos que as autoridades entendam o momento e ajudar nossa população a receber as vacinas o mais rapidamente possível”, afirmou o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas.
“Os dados são extremamente importantes no impacto da saúde pública, impedindo que as pessoas adoeçam de forma grave e sobrecarreguem hospitais. É a possibilidade de impedirmos que as pessoas morram”, disse o secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn. “Temos uma vacina que foi testada na vida real, no meio de uma pandemia e naqueles que eram mais expostos”, acrescentou.
O estudo verificou que a menor taxa foi registrada em casos de infecções muito leves, considerados score 2 e verificados em pacientes que receberam placebo. De uma amostragem de 9,2 mil participantes, 85 dos casos muito leves foram de pessoas que receberam vacina, e 167 em voluntários que tomaram placebo.
Já o resultado de eficácia dos casos leves, classificado como score 3, em pacientes que precisaram receber alguma assistência, foi de 77,96%, sendo que sete pessoas haviam recebido a vacina, e outras 31, placebo.
Para os casos moderados e graves que necessitaram de hospitalização, a eficácia foi de 100%. Nenhum paciente infectado que recebeu a vacina do Butantan precisou de internação. Entre os que tomaram placebo, houve sete pacientes que precisaram de internação.
Todo os voluntários são profissionais de saúde, com risco muito alto e contínuo de exposição ao coronavírus. Eles receberam duas doses da vacina, com intervalos de duas semanas entre cada aplicação. A pesquisa também demonstrou que o imunizante é extremamente seguro – nenhuma reação adversa grave foi registrada entre os participantes.
A vacina é desenvolvida pelo Butantan há pouco mais de seis meses, em parceria internacional com a biofarmacêutica Sinovac Biotech, sediada em Pequim. O produto é baseado na inativação do vírus Sars-CoV-2 para induzir o sistema imunológico humano a reagir contra o agente causador da covid-19. A tecnologia é similar à de outras vacinas amplamente produzidas pelo instituto de São Paulo.
Em novembro, a revista científica Lancet, uma das mais importantes no mundo, publicou os resultados de segurança da vacina do Butantan nas fases 1 e 2, realizados na China, com 744 voluntários. A publicação mostrou que o produto é seguro e capaz de produzir resposta imune em 97% dos casos em até 28 dias após a aplicação.
O Butantan já dispõe de 10,8 milhões de doses da vacina em solo brasileiro. No final de março, a carga total de imunizantes disponibilizados pelo instituto é estimada em 46 milhões de doses. O Plano Estadual de Imunização tem início previsto para o próximo dia 25.
foto: BIRF