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Post: História: região viveu 2ª onda de gripe espanhola em 1918

História: região viveu 2ª onda de gripe espanhola em 1918

  • A maioria das mortes ocorreu a partir de setembro de 1918, na segunda e pior onda da pandemia de gripe espanhola
Soldados do Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados em uma enfermaria de Camp Funston

No início do século XX o mundo foi surpreendido pela gripe espanhola, que agia rapidamente de forma avassaladora. Foram dois momentos da doença, sendo que o primeiro ocorreu na primavera (no hemisfério norte) de 1918 ao inverno de 1919, matando de 50 milhões a 100 milhões de pessoas em todo o mundo. A primeira onda de março a junho de 1918 foi relativamente amena. A maioria das mortes ocorreu a partir de setembro de 1918, na segunda e pior onda da pandemia.

No Brasil, o primeiro momento da doença deu-se em fevereiro de 1918, embora bastante contagiosa, era algo brando, não causando mais do que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda vez, em agosto do mesmo ano, tornou-se mortal. Começou em cidades portuárias como Rio de Janeiro, Salvador e Recife, chegando em São Paulo em 1918.

A origem da epidemia se deu no estado norte-americano do Kansas e como a imprensa espanhola destacava muito o assunto, acabou rendendo o nome. A propagação do vírus teve início durante a Primeira Guerra Mundial, quando soldados originalmente do Kansas levaram a doença para a Europa.

No mundo, ocorreram cerca de 50 milhões de mortes causadas pela gripe espanhola – mais do que a Primeira Guerra Mundial, que ocorria desde 1914 e contabilizou entre 20 a 40 milhões vítimas. Apenas no Brasil estima-se que foram 35 mil mortes.

A gripe espanhola na região

Jornais locais da época mostram registros da doença na região de Itu e Salto a partir de outubro de 1918, mas os casos começaram a partir de agosto do mesmo ano, fazendo que os representantes políticos criassem hospitais de isolamento para atenderem os infectados. De acordo com o historiador Elton Zanoni, em um post publicado no blog Histórias de Salto, na cidade, o total de pessoas internadas no hospital de isolamento improvisado no Grupo Escolar – atual Escola Estadual Tancredo do Amaral – foi de 61, com um número máximo de 26 simultâneos em três desses dias. Houve dois falecimentos: Fernando Tardelli, de 44 anos; e Aurélio Biaggi, de 49 – ambos italianos.

Ainda de acordo com o Histórias de Salto, o primeiro paciente a ser internado no hospital improvisado, em 19 de novembro, foi Eduardo Carlos, de 14 anos, morador no Morro Vermelho e empregado do Sr. Manoel da Silva Ladeira, residente na Vila Nova. A última internada, em 06 de dezembro, foi Julia Ribeiro, jovem de 17 anos, natural de Santa Bárbara e moradora à Rua Paysandu nº 119, atual Rua Ruy Barbosa. Em 08 de abril de 1951 foi assinada a escritura de doação do antigo hospital de isolamento para a construção do asilo.

Registros do jornal A Federação, de Itu, mostram notícias da gripe espanhola a partir de dezembro de 1918 e toda a movimentação da Santa Casa local nos meses de outubro e novembro. Segundo as matérias jornalísticas, em Itu foram registrados 10 casos da doença em outubro e 1.150 casos em novembro de 1918. Desse número, 92 faleceram de gripe espanhola na cidade.

Já em Salto, segundo levantamento do coordenador do Museu da Cidade de Salto, Lucas Gonzaga, apenas em agosto de 1918 a epidemia atingiu 500 moradores, dos quais 40 foram vítimas fatais.

(reportagem de Aline Queiroz)

 

foto:  BIRF

 

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