- No dia 09 de setembro é comemorado o Dia do Veterinário, uma das profissões mais queridas pela sociedade e sonho de quase toda criança;
- Para celebrar a data, Revista Regional conversou com estudantes que serão os futuros veterinários da região
A medicina veterinária existe no Brasil desde 1910, quando surgiram as primeiras universidades no país. De acordo com dados do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo, o exercício da profissão é regulamentado desde 1933 com a publicação do decreto 23.133, que normatizou as condições e definiu os campos de atuação do médico veterinário. A lei foi publicada em 09 de setembro daquele ano, marcando, assim, a data de comemoração do Dia do Médico Veterinário.
A profissão é o sonho de muitas crianças e também de grande importância para toda a sociedade, já que cuida não apenas da saúde animal, mas, consequentemente, da saúde humana e do meio ambiente, contribuindo com toda a cadeia produtiva.
Dados dos Conselhos Regionais de Medicina Veterinária apontam que o Brasil possui hoje mais de 130 mil veterinários atuando no país, sendo cerca de 30 mil somente no Estado de São Paulo.
Para celebrar a data, Revista Regional conversou com estudantes de Medicina Veterinária que serão os futuros profissionais da região. Guilherme Cardeal de Oliveira é um deles. O universitário sempre foi apaixonado por animais e desde muito cedo começou a trabalhar num haras em Itu, onde passou a atuar como treinador de cavalos e competidor. “Com o passar dos anos treinando cavalos percebi que precisava ir além, me aprofundando e conhecendo melhor os animais. E a Medicina Veterinária está me proporcionando este conhecimento”, afirma.
O sonho de Guilherme vai além, já que pretende atuar na reprodução de equinos, área em que já tem vivência em seu trabalho no haras. O estudante conta que um dos momentos mais marcantes em sua profissão foi justamente conviver com um dos primeiros clones de equinos no Brasil. “Sem dúvida, isso fez despertar em mim ainda mais o interesse pela área reprodutiva”, argumenta.
SONHO DE CRIANÇA
Dizem que toda criança já quis ser veterinária, só que algumas são mais teimosas que as outras. Pois essa teimosia faz parte da vida de Talita Nascimento da Silva e de Júlia Soares Carmesim, ambas de Salto. Talita foi a mais precoce. Aos quatro anos de idade, já dizia aos pais que queria ser veterinária quando crescesse. “Minha paixão pela Medicina Veterinária apareceu em minha vida quando eu ainda tinha apenas quatro anos. Sempre fui uma menina que amava estar juntos com os animais, e sempre soube que meu coração pertencia a este mundo! Meu sonho enquanto criança era de poder cuidar de todos os animais que estivessem ao meu alcance, e acreditava que, para conseguir tudo isso, bastava nunca deixar de sonhar”, conta.
Desde que concluiu o Ensino Médio, a estudante nunca perdeu o foco na carreira que almejava: “dediquei-me anos para conseguir entrar em uma faculdade e hoje estou no sexto período do curso de Medicina Veterinária e, diferente do que muitos pensam, não é um curso nada fácil, mas sempre soube disso”. “É uma grande responsabilidade salvar e cuidar do bem-estar de um animal, pois a cada dia que passa os pets estão ganhando espaço na vida de muitas pessoas e tornando parte da família. Mas apesar de todas as dificuldades, amo estudar e amo a profissão que escolhi! A caminhada será longa, mas estou disposta a enfrentar”, determina.
O objetivo da jovem é fazer uma especialização em Cirurgia, para atuar na clínica de animais pequenos e conseguir se estabilizar financeiramente para abrir sua própria clínica. “Enquanto isso, estarei atendendo em outras clínicas e hospitais veterinários para garantir experiência e colocar em prática todo o meu conhecimento”, comenta Talita, que já estagia há um ano e meio numa clínica em Salto.
Nesse período de estágio, Talita já tem histórias marcantes e emocionantes para contar, como a da cadelinha Ariel. “Ela foi resgatada pela equipe Colinas (que atua em rodovias da região), pois havia sido atropelada e o seu estado era grave. Ela havia perdido completamente os movimentos das patas traseiras devido ao acidente, e o diagnóstico dela não era bom. A Ariel passou por alguns procedimentos, mas infelizmente não conseguiu recuperar os movimentos das patas, mas, graças a Deus, uma pessoa de bom coração se comoveu com a história e ajudou com uma cadeira de rodas para que ela voltasse a andar e correr, pois era o que ela mais gostava de fazer. Hoje, Ariel está em um abrigo para cães, está saudável, à procura de uma família para adotá-la”, lembra emocionada.
Julia, assim como Talita, sempre amou os animais, porém tinha dúvidas sobre qual profissão seguir na vida adulta. Suas interrogações só cessaram quando ganhou seu primeiro pet. “Eu nunca fui uma criança que falava somente uma coisa do que ser quando crescesse, diversas opções passavam pela minha cabeça como, por exemplo, ser professora, cabeleireira, médica, veterinária e até surfista (risos). Até que completei meus 14 anos e meus pais me deram meu primeiro cachorro, eu já gostava muito de animais, mas quando ganhei o meu passei a cuidar 24 horas por dia dele. Foi quando floresceu o amor por esse mundo dos pets, algo que eu jamais poderia imaginar. Naquele momento, eu tive a plena certeza do que queria para minha vida, não me vejo fazendo outra coisa a não ser cuidar desses bichinhos”, conta a estudante.
Seu amor pelos pets é tanta que pretende criar, futuramente, uma ONG em defesa dos animais. “Primeira coisa na qual eu penso é conseguir me estabilizar financeiramente atuando na área, para então conseguir fazer uma especialização em Anestesiologia. Não pretendo abrir minha própria clínica, mas gostaria de um dia conseguir abrir minha própria ONG e ajudar o maior número de animais de rua possível, além da moradia e alimentação, oferecer cuidados médicos também”, revela.
Se depender de Guilherme, Talita e Júlia, a saúde dos pets, no futuro, estará em boas mãos.
(reportagem de Renato Lima)
fotos: Arquivo pessoal e AdobeStock