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Salto celebra aniversário e centenário do Dr. Lammoglia

Archimedes Lammoglia chega a Salto de trem ao fazer 25 anos como médico. 1973

Em um momento em que a saúde se torna o principal tema de nossas vidas, a Revista Regional homenageia Salto por meio de um dos seus cidadãos mais ilustres e bondosos, Archimedes Lammoglia, o “Médico dos Pobres”

 

Salto completa 322 anos neste 16 de junho e, pela primeira vez, a comemoração ficará ofuscada, mas ao mesmo tempo terá um marco histórico que ninguém jamais poderia imaginar: a pandemia de coronavírus. Por conta das medidas de isolamento social decretadas pelo governo do Estado e também para evitar a propagação do vírus, toda a programação de aniversário que ocorreria em junho foi cancelada pela Prefeitura.

 

Por estarmos em um momento em que a saúde se torna o tema principal de nossas vidas, a Revista Regional homenageia a cidade por meio de um dos seus cidadãos mais ilustres, o médico, jornalista, advogado, vereador e deputado estadual, José Francisco Archimedes Lammoglia, que se fosse vivo teria completado 100 anos em fevereiro deste ano.

 

O centenário do doutor Archimedes Lammoglia deve ser lembrado ainda mais neste momento específico. Conhecido como Médico dos Pobres, em 1942 ingressou na Escola Paulista de Medicina, se formando em 1947. Proctologista, trabalhou durante muitos anos no Hospital Matarazzo, em São Paulo, onde ingressou em 1938, como faxineiro, e chegou à chefia do departamento de sua especialidade anos mais tarde. No Interior atuou no Hospital Nossa Senhora do Monte Serrat, em Salto, e na Santa Casa de Misericórdia de Itu.

 

“Sua dedicação e sua generosidade ele demonstrou na sua forma de trabalhar, impulsionada pelos valores fundamentais de cidadania, que cultivava dentro de si grandes paixões e todas elas voltadas para a vida. Archimedes acolhia a todos que o procuravam, como médico não cobrava pelas suas consultas e internações”, afirmou Cristina Maria Salvador em seu discurso de posse na Academia Saltense de Letras, onde ocupa a cadeira 20, do patrono Dr. Archimedes Lammoglia.

 

Jornalista, em 1949 Dr. Lammoglia foi um dos fundadores de “O Liberal”, jornal semanário de Salto e recebeu o registro da profissão no Ministério do Trabalho e Previdência Social em 1953. No ano seguinte, ingressou na política, sendo eleito vereador da cidade de São Paulo em 1955. Em 1958 foi eleito deputado estadual, reelegendo-se várias vezes, num total de sete eleições consecutivas.

 

Cursou também a Escola de Direito de Niterói e em 1964 foi secretário estadual da Saúde. Com sua atuação política ao longo de quatro décadas, foi reconhecido publicamente por conseguir diversos melhoramentos para Salto e região, entre eles a instalação de escolas públicas como Cláudio Ribeiro da Silva, ampliação do prédio da Paula Santos, obtenção do prédio da atual Leonor Fernandes da Silva, a Rodovia do Açúcar, a Estação de Tratamento de Água, entre outros.

 

Praça

Por tantas conquistas e trabalho, Dr. Archimdes Lammoglia recebeu títulos de cidadania de dezenas de cidades, além de muitas medalhas e comendas. Teve grandes méritos e o reconhecimento. Em Salto, uma das inúmeras homenagens foi a Praça Doutor Francisco Archimedes Lammoglia, que fica à entrada da cidade pelo Sul, junto à ponte sobre o Tietê.

 

Segundo levantamento do coordenador do Museu da Cidade de Salto, Lucas Gonzaga, a praça foi o logradouro público que mais trocou de nome no município e já foi chamada Praça da Bandeira, Praça Paula Souza e Praça do Anhembi.

 

Ainda de acordo com Lucas, o nome do Dr. Lammoglia lhe foi dado com a Lei n° 1937 de 27 de setembro de 1996, aprovada pela Câmara Municipal – que preferiu atender sugestão do prefeito Jesuíno Ruy – contra parecer da Comissão de Nomenclatura de Ruas e Praças, a qual entendia ser o ilustre saltense merecedor de homenagem mais significativa.

 

Acervo Museu da Cidade de Salto
Archimedes Lammoglia, oito vezes deputado estadual

Dr. Archimedes Lammoglia faleceu em Salto, em 1996.

 

Escritor

Além da medicina e da política, uma de suas paixões era a escrita. Entre suas produções estão poemas e suas memórias. Na música, compôs a letra de “Salto-Canção”, considerada o Hino de Salto, em parceria de Luiz Sallem Varela e Odmar Amaral Gurgel.

 

Em 1966, foi autor do “Hino da Comarca”, em parceria com o maestro Silvestre Pereira de Oliveira e do “Hino da Guardinha Mirim”, depois transformado em “Hino Homens de Amanhã”, com música do Maestro Silvestre e Zequinha Marques. Também é autor da música “Modinha”, parceria com Luiz Sallem Varela, que obteve a sétima colocação no primeiro Festival de Música Popular, no Clube Ideal.

 

Reportagem de Aline Queiroz

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