Indaiatuba tem o 6º dia consecutivo de óbitos pela doença; todas as cidades registraram casos positivos nesta quarta-feira, 37 no total
Ao todo, as três cidades de cobertura da Revista Regional: Itu, Salto e Indaiatuba confirmaram, oficialmente, mais 37 casos de covid
nas últimas 24 horas. Os boletins epidemiológicos desta quarta-feira (10 de junho) mostram 22 novos positivos em Indaiatuba, 8 em Itu e 7 em Salto. Indaiatuba voltou a registrar 2 óbitos. Este é o sexto dia consecutivo com mortes por covid na cidade.
As mortes, em Indaiatuba, ocorreram no Haoc (Hospital Augusto de Oliveira Camargo) na segunda-feira (8) e terça-feira (9), porém comunicadas oficialmente apenas nesta quarta (10). De acordo com informações da Secretaria de Saúde, um dos registros foi a confirmação – via exame laboratorial – de um óbito ocorrido no dia 08; a paciente tinha 48 anos e histórico de asma e diabetes. O segundo caso também foi de uma mulher, de 67 anos, internada em 05 de junho; faleceu na terça-feira; era hipertensa e diabética.
Ainda nesta quarta-feira, Indaiatuba recebeu mais 452 notificações, decorrentes de ação de rastreio da Secretaria de Saúde e confirmou outros 22 casos positivos de covid-19, além de descartar outros 477 suspeitos. Sendo assim, Indaiatuba soma 3.400 notificações; 438 confirmados, sendo que 37 morreram; 379 são considerados curados ou estão em recuperação domiciliar e 22 estão internados. Ainda há 1 morte em investigação e outros 150 casos suspeitos aguardando resultado de testes. Atualmente há 27 internados em leito clínico e 18 em UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Em Itu, a Secretaria de Saúde registrou mais 8 casos nas últimas 24 horas e o total foi a 253 confirmados oficialmente, além de 1.061 descartados (testes negativos) e 30 aguardando resultados de exames (13 internados em leito clínico e 7 em UTI). Até o momento, 199 casos de cura foram comunicados. A cidade registrou 22 óbitos por coronavírus.
Salto recebeu mais 7 casos positivos da doença, com total de 82 registros, sendo que 1 paciente morreu, 48 evoluíram para cura e 8 seguem internados (sendo 4 em UTI); há 24 em isolamento domiciliar. A cidade tem 256 casos descartados (exames com resultado negativo) e 24 testados que ainda esperam o resultado do exame. Destes, 18 estão em isolamento domiciliar e 6 em internação clínica.
NÚMERO REAL PODE SER MAIOR
Uma pesquisa brasileira adotada pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência), órgão do governo federal, como referência de estudo científico, indica que o número real de casos de covid-19 no Brasil é entre 8 e 10 vezes maior do que a quantidade de diagnósticos divulgada oficialmente pelo Ministério da Saúde. A notícia foi divulgada na terça-feira pelos principais sites e agências de notícias do país.
A estimativa foi feita por uma equipe de pesquisadores do programa de pós-graduação em modelagem computacional da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) e do Cefet (Centro Federal de Educação Tecnológica) de Minas Gerais. Para chegar ao número aproximado de doentes, os pesquisadores usaram um modelo computacional que relaciona o número oficial de óbitos com a taxa de letalidade da doença no Brasil, hoje em 5,5%. O estudo compara essa taxa com a de países e locais que fizeram testagem em massa, como Coreia do Sul, Alemanha e a cidade de Nova York, nos EUA. Justamente em razão da notificação mais acurada, a letalidade no exterior, que gira em torno de 1%, é mais fiel à realidade, informa o professor da UFJF Rodrigo Weber do Santos.
A metodologia foi reconhecida pela revista “Chaos, Solitons & Fractals”, da editora Elsevier, que publicou um artigo com o estudo. O mesmo grupo já tem um segundo estudo sendo avaliado em outra revista científica internacional, segundo o professor. As notas técnicas e o artigo chamaram a atenção da Abin, do governo federal, que havia formado um grupo de trabalho interdisciplinar para avaliar diferentes ferramentas de simulação da evolução da pandemia. “Por solicitação, os cientistas da UFJF têm enviado a eles seus relatórios e artigos sobre covid-19”, conclui o professor.
Foto: BIRF